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01/11/2001 - 11h37

Mesmo com fim da greve, atendimento continua parado na UFSCar

ROGÉRIO PAGNAN
da Folha Ribeirão

Mesmo com a fim da greve dos servidores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), o atendimento clínico à população da cidade ainda não voltou ao normal e mais de cem pessoas estão sem fazer consultas por dia.

Só nos últimos 16 dias, desde o anúncio do ministro Paulo Renato Souza (Educação) da retenção dos salários dos professores, mais de 1.600 pessoas deixaram de ser atendidas na universidade. O pagamento dos salários foi autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) anteontem, mas, segundo os professores, até ontem nada havia sido depositado.

O problema ocorre porque os docentes, que permanecem em greve, são responsáveis pelos ambulatórios. Sem eles, não há como os servidores manterem o atendimento aos pacientes.

A greve dos docentes na UFSCar chega hoje ao 71º dia. Já os servidores públicos voltaram ao trabalho na segunda-feira passada, depois de 104 dias parados.

A situação mais grave ocorre com o ambulatório de fisioterapia, que é responsável por 3.000 atendimentos mensais. Todos eles estão suspensos.

Além da fisioterapia tradicional, os docentes são responsáveis pelos tratamentos neuropediátrico, cardíaco e respiratório.

No ambulatório de terapia ocupacional, que interrompeu os trabalhos parcialmente, o número de atendimentos foi reduzido em 20%. Das 600 pessoas assistidas em média por mês, cerca de 60 pessoas deixaram de receber o auxílio nos últimos dias.

O serviço de atendimento psicológico da universidade, que realiza uma triagem nos funcionários da própria instituição, também suspendeu parte dos atendimentos. A coordenadora do serviço, Ana Lúcia Cortegoso, 45, não informou quantos atendimentos foram suspensos no período e qual o total de consultas por mês. Segundo ela, a interrupção da triagem ocorreu em razão da greve dos servidores.

O atendimento, segundo os docentes, estará suspenso até o fim do impasse entre a categoria e o MEC (Ministério da Educação) para a suspensão da greve. Os professores querem uma liberação de mais R$ 13 milhões para as gratificações do próximo ano.

Segundo o professor Nivaldo Parizotto, 45, um dos responsáveis pelo ambulatório de fisioterapia, além dos prejuízos aos pacientes, que, em alguns casos, terão de recomeçar o tratamento, há o impacto sobre a pesquisa e o atendimento público de São Carlos. "Os órgãos acabam acumulando atendimentos", disse.

Outro prejuízo que a universidade terá se refere ao repasse das verbas dos SUS (Sistema Único de Saúde). Em 1.600 atendimentos suspensos até ontem, a instituição deixa de receber pelo menos R$ 5.400. "Como não teve atendimento, também não tivemos muitos gastos e não devemos perder muito", afirmou Parizotto.

O comando de greve dos docentes de São Carlos vai se reunir de novo tarde de hoje para discutir se encerra ou não a greve.

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