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07/11/2001
-
20h08
O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, disse hoje em entrevista ao programa "Em questão", da TV Gazeta, que a paralisação dos professores das universidades federais brasileiras, que já dura 78 dias, é uma "greve de aposentados".
Para Paulo Renato, a reivindicação dos docentes defende apenas os interesses dos inativos. "Beneficia quem já ganha mais. Quase 10 mil professores em início de carreira teriam reajuste zero", disse. Os professores pedem, prioritariamente, a incorporação das gratificações aos salários.
Depois de mais de 20 reuniões com os representantes dos docentes e sem conseguir um acordo, o governo decidiu anteontem enviar um projeto de lei ao Congresso propondo aumento nas gratificações de docentes ativos e inativos (aumentos de 30% para a Gratificação de Estímulo à Docência e de 60% para a Gratificação de Incentivo à Docência), proposta que já foi recusada pela categoria há um mês e meio.
O projeto beneficia principalmente os professores jovens, segundo o ministro, que diz ter recebido vários e-mails de apoio de docentes de universidades federais. De acordo com Paulo Renato, esses professores não têm tido voz nas assembléias porque estaria havendo "ações de constranger as pessoas".
Outro lado
"Todas as posições são debatidas com liberdade nas assembléias", disse o presidente do Andes (sindicato dos professores), Roberto Leher. Segundo ele, as assembléias são constituídas de 95% a 98% de professores da ativa. "Ficaríamos muito felizes se mais aposentados participassem das assembléias", afirmou.
Para Leher, no entanto, a defesa dos direitos dos aposentados é um princípio ético. "Os aposentados deram uma contribuição inestimável ao país; devemos lutar pela sua defesa."
Ele afirma que a categoria não pretende resolver o problema salarial com a incorporação das gratificações. "Só achamos que não é razoável que a remuneração dos professores seja constituída de 75% de gratificações." Para ele, a proposta do governo de aumentar o valor das gratificações fará com que as disparidades entre ativos e inativos aumentem. "Vai chegar um momento em que mais de 80% do salário será de gratificações."
Segundo o presidente do Andes, não é verdade que uma parcela dos professores apóie a proposta do governo. "Eles dizem que nós devemos ser mais ousados. Que devemos manter a luta pelo reajuste linear", disse Leher.
Verba
O custo para o próximo ano do projeto encaminhado ao Congresso será de R$ 250 milhões, R$ 100 milhões do Orçamento e outros R$ 150 milhões de remanejamento de verbas do próprio Ministério da Educação. "R$ 250 milhões é o meu limite", disse Paulo Renato. "Há pressões de todos os lados, mas o dinheiro é finito."
O ministro disse também que o semestre letivo deverá se prolongar até fevereiro e que o próximo ano letivo pode começar em abril. "Qual é o problema? Isso já aconteceu no passado", afirmou.
Leia mais notícias da greve no ensino
Paralisação de professores é 'greve de aposentados', diz ministro
da Folha de S.PauloO ministro da Educação, Paulo Renato Souza, disse hoje em entrevista ao programa "Em questão", da TV Gazeta, que a paralisação dos professores das universidades federais brasileiras, que já dura 78 dias, é uma "greve de aposentados".
Para Paulo Renato, a reivindicação dos docentes defende apenas os interesses dos inativos. "Beneficia quem já ganha mais. Quase 10 mil professores em início de carreira teriam reajuste zero", disse. Os professores pedem, prioritariamente, a incorporação das gratificações aos salários.
Depois de mais de 20 reuniões com os representantes dos docentes e sem conseguir um acordo, o governo decidiu anteontem enviar um projeto de lei ao Congresso propondo aumento nas gratificações de docentes ativos e inativos (aumentos de 30% para a Gratificação de Estímulo à Docência e de 60% para a Gratificação de Incentivo à Docência), proposta que já foi recusada pela categoria há um mês e meio.
O projeto beneficia principalmente os professores jovens, segundo o ministro, que diz ter recebido vários e-mails de apoio de docentes de universidades federais. De acordo com Paulo Renato, esses professores não têm tido voz nas assembléias porque estaria havendo "ações de constranger as pessoas".
Outro lado
"Todas as posições são debatidas com liberdade nas assembléias", disse o presidente do Andes (sindicato dos professores), Roberto Leher. Segundo ele, as assembléias são constituídas de 95% a 98% de professores da ativa. "Ficaríamos muito felizes se mais aposentados participassem das assembléias", afirmou.
Para Leher, no entanto, a defesa dos direitos dos aposentados é um princípio ético. "Os aposentados deram uma contribuição inestimável ao país; devemos lutar pela sua defesa."
Ele afirma que a categoria não pretende resolver o problema salarial com a incorporação das gratificações. "Só achamos que não é razoável que a remuneração dos professores seja constituída de 75% de gratificações." Para ele, a proposta do governo de aumentar o valor das gratificações fará com que as disparidades entre ativos e inativos aumentem. "Vai chegar um momento em que mais de 80% do salário será de gratificações."
Segundo o presidente do Andes, não é verdade que uma parcela dos professores apóie a proposta do governo. "Eles dizem que nós devemos ser mais ousados. Que devemos manter a luta pelo reajuste linear", disse Leher.
Verba
O custo para o próximo ano do projeto encaminhado ao Congresso será de R$ 250 milhões, R$ 100 milhões do Orçamento e outros R$ 150 milhões de remanejamento de verbas do próprio Ministério da Educação. "R$ 250 milhões é o meu limite", disse Paulo Renato. "Há pressões de todos os lados, mas o dinheiro é finito."
O ministro disse também que o semestre letivo deverá se prolongar até fevereiro e que o próximo ano letivo pode começar em abril. "Qual é o problema? Isso já aconteceu no passado", afirmou.
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