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14/12/2001 - 07h31

Escola federal só regulariza calendário em 2003

RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Quando a greve dos professores das instituições federais de ensino superior começou, em 22 de agosto, praticamente metade delas ainda estava tentando regularizar o calendário escolar _atrasado em decorrência das duas greves anteriores (1998 e 2000), que duraram, juntas, 167 dias.

Nesses estabelecimentos _pelo menos 20, de um total de 52, segundo o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior)_, o primeiro semestre letivo foi encerrado entre julho e setembro, para posterior adesão à greve. Muitos deles ainda não tinham ministrado um único dia efetivo de aula relativo ao segundo semestre.

A situação revela que essas 20 instituições não têm um semestre letivo regular _começando e terminando nas datas normais_ desde 1998, o que leva à constatação de que estudantes que ingressaram naquele ano na universidade podem se formar nos próximos meses sem nunca terem experimentado tal regularidade durante toda a vida acadêmica.

No caso das instituições que ainda não haviam conseguido regularizar o calendário antes da deflagração da greve deste ano, as previsões dão conta de que a normalização, caso não ocorram novas paralisações, acontecerá do segundo semestre de 2003 em diante _ou seja, pelo menos cinco anos e meio sem um calendário escolar considerado normal.

"Os calendários estão muito desencontrados. A situação em cada universidade é muito específica, mas essas [as que ainda estavam regularizando calendário em agosto] é que vão ter maior dificuldade", afirma o presidente do Andes, Roberto Leher.

Na Universidade Federal do Espírito Santo, por exemplo, as greves de 1998 e 2000 causaram um atraso no calendário que só seria regularizado, caso não houvesse ocorrido a paralisação deste ano, no segundo semestre de 2002.

Com a greve, o primeiro semestre deste ano foi encerrado em setembro. A previsão de um calendário regular pulou para 2005. A universidade tem 11,5 mil alunos em 49 cursos de graduação.

Na Universidade Federal da Paraíba, os cerca de 25 mil estudantes só vão assistir à primeira aula do segundo semestre de 2001 no sétimo dia do primeiro semestre de 2002. A greve atingiu a instituição quando ela ainda encerrava o primeiro semestre letivo. Os professores decidiram atrasar a adesão ao movimento em alguns dias justamente para conseguir encerrar por completo o semestre.

"Temos sete campi, e todos eles têm particularidades que devem ser levadas em conta", disse a pró-reitora de Graduação, Iguatemy Lucena, que prevê uma regularização do calendário só no segundo semestre de 2003.

No caso da federal da Bahia, os candidatos que deveriam ter ingressado na universidade em agosto só farão inscrição na semana que vem. A escola também estava em processo de regularização de calendário no início da greve e só dará a primeira aula do segundo semestre em janeiro.

O Ministério da Educação informou que não há uma data limite oficial para que as instituições federais de ensino superior regularizem o calendário. A única exigência feita a elas até o momento é que enviem até a próxima quinta-feira o plano de reposição dos dias parados e as datas do vestibular e do início das aulas.
 

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