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28/01/2002 - 14h01

Como aprender inglês longe da sala de aula

DÉBORA YURI
da Revista da FOlha

Quem já tentou sabe: no verão fica mais difícil arranjar disposição para se sentar numa sala de aula com a noite quente lá fora. Pensando nisso, escolas estão investindo em formas inusitadas de ensinar inglês. Para atrair estudantes desgarrados, vale tudo: aulas on-line, por telefone, no acampamento, no bar, no restaurante ou em qualquer lugar que o aluno escolher.

O efeito "preguiça de verão" fez a empresária Anna Christina Fleury, 34, procurar uma maneira alternativa de estudar o idioma: treinar conversação numa mesa de bar. "Eu saía do escritório de saco cheio, porque o dia estava lindo e todo mundo tinha viajado para a praia. A última coisa que eu queria era me enfiar numa classe", ela lembra.

Tomando um chopinho e beliscando canapés, Anna ficou motivada, livrou-se da timidez e destravou a língua. Para ela, o "happy hour" em um restaurante de Pinheiros é perfeito: "Estou sempre viajando para os Estados Unidos a trabalho, e reunião em restaurante é a coisa mais comum. Você tem que falar em inglês com o garçom, tem que falar de negócios e não pode deixar o talher cair".

Programada para durar uma hora, a aula entre pratos e copos, com uma média de quatro alunos e um professor, chega a ser esticada. "O professor vai embora e a gente fica mais 40, 50 minutos, embalada pelo clima", conta Anna.

No "happy hour", conversa-se sobre tudo - trabalho, filhos, política, entretenimento, fofocas da TV -, de forma livre e espontânea. "Acho que é unir o útil ao agradável. Você aprende e ainda ganha qualidade de vida", observa a empresária.

Mas, antes de escolher um curso alternativo, é preciso certificar-se sobre os detalhes da programação. O "happy hour", por exemplo, deixa lacunas em relação à gramática, escrita e leitura. É, portanto, mais indicado para quem já domina a estrutura do idioma e quer reforçar a prática oral, ou seja, treinar a conversação.

"O objetivo principal é a fala, é desinibir um aluno que sabe muito, mas tem vergonha. A maioria relaxa só pelo fato de não estar em um escritório ou numa sala de aula", diz Ana Cecilia Ribas de Aguiar Poluhoff, 42, diretora da escola Bics.

"As pessoas estão cansadas das 'mesmices', querem curtir de fato a aula. Principalmente nos níveis mais altos, entre profissionais muito exigidos, que estão estressados com o trabalho e precisam aprender inglês bem e logo", explica Ana Cecilia.

Outro sucesso "diferente" da Bics são as aulas por telefone, para quem já tem um bom domínio de gramática (consegue escrever e ler razoavelmente bem), vive com a agenda atribulada e procura um método prático para treinar conversação.

O aprendizado on-line também vem despontando no mercado de idiomas. É cômodo: você estuda em casa, no escritório ou em qualquer local com acesso à rede, não gasta tempo no trânsito e tem liberdade para moldar seus horários. Nesse caso, o aluno precisa ter muita disciplina para obter resultados.

"Com a internet, aprender ficou mais fácil e instantâneo. A tecnologia permite que o aluno seja tratado de acordo com as suas características, respeitando seu ritmo e suas estratégias de aprendizagem", acredita Romulo Decussatti, 34, coordenador de tecnologia do Yázigi Internexus.

No nível avançado (estuda há dez anos), o estudante de arquitetura Henrique Benites, 21, deixou as aulas tradicionais de lado para fazer um curso on-line. "O melhor era estudar em casa, no horário que eu queria. Eu podia adequar o inglês ao meu tempo disponível", conta. Outro fator positivo, ele diz, é o professor on-line, que fica sempre disponível para tirar suas dúvidas, por chat ou e-mail.

Quem opta por um curso 100% on-line deve levar em conta eventuais problemas técnicos, como má qualidade do áudio e baixa capacidade do modem. Um aluno pode ter dificuldades para acessar suas aulas se tiver um computador lento e, das quatro habilidades necessárias para aprender uma língua -leitura, escrita, escuta e fala-, a última é a menos desenvolvida por aulas via internet.

"Para uma pessoa que precisa ler e escrever muito e escutar eventualmente uma conversa em inglês, o curso on-line é adequado. Para comunicação intensiva, um curso com presença ainda é a melhor opção", diz Decussatti. O Yázigi tem em sua programação cursos 100% on-lines e os mistos -uma mescla de aulas tradicionais, realizadas na escola, e atividades que podem ser feitas em qualquer lugar com computador que acesse a internet.

Algumas instituições vendem sistemas de ensino de inglês para empresas inteiras, que oferecem as aulas virtuais para os funcionários. É o caso da Entel (English Techniques Laboratory), que chega a criar e alimentar um portal educacional dentro do portal da própria empresa, oferecendo também uma revista eletrônica, vídeos, jogos educativos e curso voltado à especialidade da empresa.

Mingau
As crianças também estão sendo alvo de inovações, com a proliferação de ofertas de aulas em casa. "É cômodo para os pais e menos estressante para as crianças, que não precisam ficar correndo da escola para casa e de lá para a aula de inglês", diz Ana Cecilia Poluhoff. Muitas delas formam grupinhos com irmãos, vizinhos e amigos.

Para aproveitar as férias, a opção é mandar para um acampamento de imersão em inglês. O English Camp organiza atividades de até dez dias. "É muito legal conhecer gente nova e participar das gincanas e brincadeiras. Lá eu pratico muito inglês", conta Julia Zapata, 15, que já foi ao acampamento seis vezes, a primeira aos oito anos, sempre com a irmã mais nova, Luiza, 13. Ela calcula que o inglês é falado 80% do tempo no English Camp.

De qualquer jeito, não dá para jogar uma criança que ainda não tem bom nível de inglês num acampamento de imersão e esperar que, depois de duas semanas, ela volte para casa com tudo na ponta da língua. Luiza, por exemplo, fluente desde os 11 anos, começou aos oito em cursos tradicionais e ainda frequenta um.

Serviços

  • Alumni. Tel. 5644-9700. "Happy hour" a partir de R$ 667/estágio. Bics. Tel. 3819-1831. Curso para crianças em casa: R$ 75/hora aula. Aula por telefone: R$ 25 por meia hora. Aula na empresa: R$ 75/hora aula. "Happy hour": 2 de R$ 185 (pacote de 6 semanas, uma aula de 2 horas/semana).

  • English Camp. Tel. 3061-0080. Acampamento com imersão em inglês: Morro do Alto (Itapetininga, 150 km de São Paulo, pela rodovia Castelo Branco). Para crianças, R$ 590 (inclui transporte ida e volta). Professores, R$ 990. Universitários, R$ 1.074.

  • Entel. Tel. 3255-3375/2966.
    R$ 5.000/mês por empresa (independente do número de funcionários). Press Idiomas. Tel. 3846-1414. Aulas externas (em lugar escolhido pelo aluno): R$ 47,50/hora aula, dentro da capital.

  • "Day-camp": a partir de R$ 89/dia (para crianças e adultos).

  • Senac. Tel. 0800-8832000. Educação à Distância -Business Communication in Writing: curso 100% on-line, R$ 39/hora aula no Senac e a partir de R$ 77,14 no local escolhido pelo aluno.

  • União Cultural Brasil Estados Unidos. Tel. 0800-126474. Teatro infantil ou de adolescentes (pode ser feito por alunos de qualquer curso): a partir de R$ 750.

  • Wall Street Institute. Tel. 3097-0444. "Passport": aulas em qualquer escola da rede, inclusive no exterior. A partir de R$ 235/mês.

  • Yázigi Internexus. Tel. 0800-783166. Linha Online (cursos 100% virtuais): English Online, R$108 por 35 horas, ou R$120 por 50 horas. Business English: R$ 120 (módulos 1 e 2) e R$ 150 (demais módulos). Linha Plus (cursos mistos): R$ 750. Business English: de R$ 450 a R$ 480 (os preços variam de acordo com a unidade escolhida).

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  • Cursos de inglês variam de acordo com objetivo

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