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19/04/2002 - 10h42

Prefeitura de SP terá de matricular crianças sem creche

RENATO ESSENFELDER
da Folha de S.Paulo

A Justiça determinou ontem que a Prefeitura de São Paulo matricule todas as crianças de zero a seis anos dos bairros Pirituba, Perus e Jaraguá (zona norte), Lapa e Jaguaré (zona oeste) em creches e Emeis (escolas municipais de educação infantil).

A decisão não menciona o número de crianças beneficiadas, mas define que todos aqueles que pleitearem a vaga devem ser atendidos em até 30 dias contados a partir do pedido de matrícula.

Caso a ordem não seja cumprida, a Secretaria Municipal de Educação será multada em cerca de R$ 600 por dia para cada criança que seja mantida fora da escola contra a vontade dos pais.

A ação foi movida pela Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público de São Paulo. A sentença, do Tribunal de Justiça do Estado, é definitiva.

Segundo o promotor Motauri Ciocchetti de Souza, um dos responsáveis pela ação, o Ministério Público recomenda que os pais com filhos entre zero e seis anos fora do ensino público procurem o Conselho Tutelar mais próximo e deixem os dados referentes à criança para que se faça cumprir a determinação judicial.

"Todas as crianças têm o direito assegurado. Nós vamos, na medida do possível, propondo as ações em todos os pontos da cidade", diz Souza.

A Secretaria Municipal de Educação afirmou, através de sua assessoria, que não irá se manifestar sobre a sentença, pois ainda não foi informada oficialmente.

Demanda

Várias ações correm na Justiça exigindo o acesso de crianças a creches e Emeis. No fim de fevereiro foi dada uma decisão similar à de ontem, valendo para os distritos de Pinheiros, Butantã e Morumbi (zona oeste). A prefeitura está recorrendo da sentença.

Ainda ontem, a secretaria sofreu outra derrota judicial. A juíza da Vara da Infância e da Juventude de Santo Amaro (zona sul) Maria Olívia Alves concedeu liminar obrigando o governo a conseguir vagas no sistema de ensino infantil para 180 crianças do Grajaú, também na zona sul.

A liminar lista os nomes dos beneficiados, diferentemente das decisões anteriores, que são indiscriminadas.

Para o promotor da Infância e da Juventude da Capital Vidal Serrano Júnior, a melhor forma de evitar novas ações é através de um acordo entre prefeitura e Ministério Público.

"Propusemos um cronograma para a abertura de 30 mil a 40 mil vagas até julho do ano que vem, dentro da previsão orçamentária", afirma. Segundo ele, está havendo um impasse nas negociações com a prefeitura. "Só falta vontade política para resolver o problema", afirma o promotor.

A secretaria diz que está avaliando a proposta da Promotoria e que pretende abrir 26 mil vagas.

Esse é o número de crianças de quatro a seis anos aguardando lugar em Emeis. Segundo o Ministério Público, contudo, abrir esse volume de vagas não resolve o problema, pois a cada ano novas crianças entram na fila de espera.

Não há levantamentos precisos do déficit educacional para crianças menores de quatro anos.
 

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