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16/05/2002
-
10h06
O mau desempenho em matemática ou nas outras matérias de exatas também influi na escolha da profissão. Segundo dados do Naeg (Núcleo de Apoio aos Estudos de Graduação), da USP, no último vestibular, enquanto as carreiras nessa área tiveram 23.585 inscritos, as de humanas tiveram mais que o dobro, 63.614.
Moisés Oliveira Silva, 18, por exemplo, no ano passado tentou uma vaga em engenharia, mas este ano decidiu tentar medicina, pois diz ter dificuldades em matemática, sobretudo em geometria.
O baixo número de pessoas que procuram a área de exatas acaba por refletir no desenvolvimento do país, segundo o professor Marcelo Lellis. Como a procura é menor, a quantidade de formados para trabalhar com ciência e tecnologia tende a diminuir, o que agrava a dependência brasileira nesses setores. O mesmo desinteresse ocorre pela licenciatura em matemática. O concurso promovido pela Secretaria da Educação de São Paulo, em 1998, por exemplo, mostrou que essa é a disciplina que apresenta o maior déficit de professores na rede estadual.
Na opinião de Adelaide Faljoni-Alario, do Instituto de Química da USP, se o aluno vai mal em exatas, ele evitará ter de fazer essas matérias na segunda fase da Fuvest por causa da concorrência. "Pode até haver curiosidade pelo assunto, mas, na prática, ele evitará esses conteúdos na segunda fase."
Em algumas faculdades particulares, em que a concorrência é menor, o aluno com desempenho ruim em exatas pode ser aprovado, o que causa outro problema: o início do curso terá um nível mais baixo para suprir as deficiências deixadas pelo ensino médio.
Para o professor de física da USP Luiz Carlos Gomes, a baixa procura a esses cursos deve-se também à baixa motivação que as exatas exercem nos estudantes. "Na física, por exemplo, nós temos os buracos negros, que poderiam causar uma curiosidade no estudante, mas não é nada comparado a um clone mostrado na novela das oito."
Leia mais:
Saiba no que as matérias exatas têm a ver com o cotidiano
Artigo: O que pensam os educadores sobre o ensino de matemática?
Falta de ligação com o cotidiano causa desinteresse por exatas
Baixa procura por carreira de exatas prejudica pesquisa
da Folha de S.PauloO mau desempenho em matemática ou nas outras matérias de exatas também influi na escolha da profissão. Segundo dados do Naeg (Núcleo de Apoio aos Estudos de Graduação), da USP, no último vestibular, enquanto as carreiras nessa área tiveram 23.585 inscritos, as de humanas tiveram mais que o dobro, 63.614.
Moisés Oliveira Silva, 18, por exemplo, no ano passado tentou uma vaga em engenharia, mas este ano decidiu tentar medicina, pois diz ter dificuldades em matemática, sobretudo em geometria.
O baixo número de pessoas que procuram a área de exatas acaba por refletir no desenvolvimento do país, segundo o professor Marcelo Lellis. Como a procura é menor, a quantidade de formados para trabalhar com ciência e tecnologia tende a diminuir, o que agrava a dependência brasileira nesses setores. O mesmo desinteresse ocorre pela licenciatura em matemática. O concurso promovido pela Secretaria da Educação de São Paulo, em 1998, por exemplo, mostrou que essa é a disciplina que apresenta o maior déficit de professores na rede estadual.
Na opinião de Adelaide Faljoni-Alario, do Instituto de Química da USP, se o aluno vai mal em exatas, ele evitará ter de fazer essas matérias na segunda fase da Fuvest por causa da concorrência. "Pode até haver curiosidade pelo assunto, mas, na prática, ele evitará esses conteúdos na segunda fase."
Em algumas faculdades particulares, em que a concorrência é menor, o aluno com desempenho ruim em exatas pode ser aprovado, o que causa outro problema: o início do curso terá um nível mais baixo para suprir as deficiências deixadas pelo ensino médio.
Para o professor de física da USP Luiz Carlos Gomes, a baixa procura a esses cursos deve-se também à baixa motivação que as exatas exercem nos estudantes. "Na física, por exemplo, nós temos os buracos negros, que poderiam causar uma curiosidade no estudante, mas não é nada comparado a um clone mostrado na novela das oito."
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