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10/06/2002
-
11h40
da Revista da Folha
Cafeteria Starbucks de Leicester Square, região que concentra os principais cinemas de Londres. Em roda, alunos uruguaios, franceses, alemães e japoneses contam piadas sobre alguns mitos que cercam os britânicos.
"Antes de comer na França, diga 'bon appetit'; na Itália, 'buon appetito'; agora, na Grã-Bretanha, suspire simplesmente um 'nevermind' (fazer o quê)", diz um deles. Outro lembra que o único jeito de entender o tão temido "inglês britânico" é bebendo "pints", as gigantescas canecas de cerveja deles.
"Depois de cinco 'pints', você pode até entender o discurso da rainha, e de dez, talvez compreenda Shakespeare", continua o adolescente.
Brincadeiras à parte, enquanto os EUA padecem sob ameaças de novos ataques terroristas, a Inglaterra mantém um bom desempenho no intercâmbio pelo que sempre teve de mais atraente: é o país-berço da língua inglesa e oferece doses de tradição e modernidade, de cultura e diversão, como poucos lugares no mundo.
E se Londres for o destino escolhido para um curso de inglês, melhor ainda. Além de seus incontáveis museus, shows e peças de teatro, das atrações turísticas, das grifes famosas e da imbatível vida noturna, a capital da Inglaterra tem uma localização geográfica privilegiada. Fica a três horas de trem de Paris, a duas e meia de Bruxelas e a cinco de Edimburgo.
Uma série de companhias aéreas, que hoje são maioria nos anúncios dos metrôs londrinos, oferecem "passagens-pechincha". Você pode pegar um avião e, por 60 libras (cerca de R$ 225) ou até menos, desembarcar em Madri, Amsterdã ou Roma.
Quem decidir fazer um curso em Londres agora pode planejar também um roteiro para curtir o quente verão europeu. Paris, Amsterdã, Barcelona e Edimburgo são as "esticadas" favoritas dos jovens que aportam na capital vindos de continentes distantes como a Ásia e a América do Sul.
"Vou fazer um curso avançado de um mês e depois irei para França, Espanha e Itália", conta o argentino Martin Medina, 22. Formado em tradução espanhol-inglês, Medina deu duro o ano passado inteiro como garçom, economizou dinheiro morando com o pai e conseguiu o suficiente para bancar sozinho a viagem de dois meses.
O problema de aproveitar o melhor período do ano em Londres são os preços. Com a libra valendo R$ 3,74, a segunda cidade mais cara do mundo (só perde para Tóquio) pesa no bolso. Quem faz o curso no inverno de lá, por exemplo, consegue gastar até 70% a menos em passagens. Outra dica é optar pelos semi-intensivos, com aulas em meio período. Isso vale para que tem nível de intermediário a avançado (domina boa parte da gramática) e pode treinar a conversação fora da classe.
Os cursos de inglês mais populares entre os estrangeiros são os chamados "general courses", nos níveis básico, intermediário e avançado, além de "high school" (ensino médio) e os preparatórios para exames como o Toefl e o Oxford. As boas escolas costumam promover programas sociais -ocasiões em que os alunos se reúnem após as aulas para ir a pubs, cinemas, peças no West End, museus e parques, o que ajuda na integração.
Para se virar na terra da rainha, os jovens que já passaram pela experiência dão algumas dicas. A suposta "frieza" britânica é contestada. "Moro com um casal de aposentados que também abriga uma japonesa e um turco. Eles sempre nos esperam para jantar, e aos domingos é sagrado: dia da 'família' inteira assistir pela tevê ao campeonato inglês de futebol", conta a brasileira Ariana Caiado da Rocha, 16, que decidiu estudar três meses em Londres antes de terminar o ensino médio no Brasil.
"Eu preferi morar aqui porque é uma cidade movimentada, tem boates, moda, gente de todas as nacionalidades. O inglês é puro e minha mãe não me deixaria ir agora para os Estados Unidos", ela explica. Para economizar, Ariana fez carteirinha de estudante, que dá desconto no "travelcard" (passe de metrô, trem e ônibus que pode ser diário, semanal ou mensal) e almoça em restaurantes que oferecem "express lunch" -o nosso "almoço executivo". Em geral, custam em torno de 5 libras (R$ 19, sem a bebida).
"Assim, dá para guardar dinheiro para viajar. Passei o Revéillon em Paris e agora quero ir a Oxford, Amsterdã e Escócia", conta. O transporte não é problema. "Eu indico usar muito o metrô e os ônibus, que são excelentes e dão muita independência", diz o alemão Markus Teuber, 24, que vive na pequena Mainz e estuda inglês desde os 12 anos, mas quis morar um mês numa cidade de língua inglesa "porque é o único jeito de ficar realmente fluente".
Seus pais gastaram cerca de 1.200 libras (R$ 4.490) com o curso e a acomodação. Markus garante estar tirando muito proveito do investimento. "O melhor jeito de treinar a língua é saindo para clubes ou pubs. É ótimo para conhecer amigos novos. E garotas, claro", admite.
A jornalista Débora Yuri viajou a Londres a convite do SIP (Student International Programs) e da British Airways.
Curso em Londres é opção para quem quer conhecer a Europa
DÉBORA YURIda Revista da Folha
Cafeteria Starbucks de Leicester Square, região que concentra os principais cinemas de Londres. Em roda, alunos uruguaios, franceses, alemães e japoneses contam piadas sobre alguns mitos que cercam os britânicos.
"Antes de comer na França, diga 'bon appetit'; na Itália, 'buon appetito'; agora, na Grã-Bretanha, suspire simplesmente um 'nevermind' (fazer o quê)", diz um deles. Outro lembra que o único jeito de entender o tão temido "inglês britânico" é bebendo "pints", as gigantescas canecas de cerveja deles.
"Depois de cinco 'pints', você pode até entender o discurso da rainha, e de dez, talvez compreenda Shakespeare", continua o adolescente.
Brincadeiras à parte, enquanto os EUA padecem sob ameaças de novos ataques terroristas, a Inglaterra mantém um bom desempenho no intercâmbio pelo que sempre teve de mais atraente: é o país-berço da língua inglesa e oferece doses de tradição e modernidade, de cultura e diversão, como poucos lugares no mundo.
E se Londres for o destino escolhido para um curso de inglês, melhor ainda. Além de seus incontáveis museus, shows e peças de teatro, das atrações turísticas, das grifes famosas e da imbatível vida noturna, a capital da Inglaterra tem uma localização geográfica privilegiada. Fica a três horas de trem de Paris, a duas e meia de Bruxelas e a cinco de Edimburgo.
Uma série de companhias aéreas, que hoje são maioria nos anúncios dos metrôs londrinos, oferecem "passagens-pechincha". Você pode pegar um avião e, por 60 libras (cerca de R$ 225) ou até menos, desembarcar em Madri, Amsterdã ou Roma.
Quem decidir fazer um curso em Londres agora pode planejar também um roteiro para curtir o quente verão europeu. Paris, Amsterdã, Barcelona e Edimburgo são as "esticadas" favoritas dos jovens que aportam na capital vindos de continentes distantes como a Ásia e a América do Sul.
"Vou fazer um curso avançado de um mês e depois irei para França, Espanha e Itália", conta o argentino Martin Medina, 22. Formado em tradução espanhol-inglês, Medina deu duro o ano passado inteiro como garçom, economizou dinheiro morando com o pai e conseguiu o suficiente para bancar sozinho a viagem de dois meses.
O problema de aproveitar o melhor período do ano em Londres são os preços. Com a libra valendo R$ 3,74, a segunda cidade mais cara do mundo (só perde para Tóquio) pesa no bolso. Quem faz o curso no inverno de lá, por exemplo, consegue gastar até 70% a menos em passagens. Outra dica é optar pelos semi-intensivos, com aulas em meio período. Isso vale para que tem nível de intermediário a avançado (domina boa parte da gramática) e pode treinar a conversação fora da classe.
Os cursos de inglês mais populares entre os estrangeiros são os chamados "general courses", nos níveis básico, intermediário e avançado, além de "high school" (ensino médio) e os preparatórios para exames como o Toefl e o Oxford. As boas escolas costumam promover programas sociais -ocasiões em que os alunos se reúnem após as aulas para ir a pubs, cinemas, peças no West End, museus e parques, o que ajuda na integração.
Para se virar na terra da rainha, os jovens que já passaram pela experiência dão algumas dicas. A suposta "frieza" britânica é contestada. "Moro com um casal de aposentados que também abriga uma japonesa e um turco. Eles sempre nos esperam para jantar, e aos domingos é sagrado: dia da 'família' inteira assistir pela tevê ao campeonato inglês de futebol", conta a brasileira Ariana Caiado da Rocha, 16, que decidiu estudar três meses em Londres antes de terminar o ensino médio no Brasil.
"Eu preferi morar aqui porque é uma cidade movimentada, tem boates, moda, gente de todas as nacionalidades. O inglês é puro e minha mãe não me deixaria ir agora para os Estados Unidos", ela explica. Para economizar, Ariana fez carteirinha de estudante, que dá desconto no "travelcard" (passe de metrô, trem e ônibus que pode ser diário, semanal ou mensal) e almoça em restaurantes que oferecem "express lunch" -o nosso "almoço executivo". Em geral, custam em torno de 5 libras (R$ 19, sem a bebida).
"Assim, dá para guardar dinheiro para viajar. Passei o Revéillon em Paris e agora quero ir a Oxford, Amsterdã e Escócia", conta. O transporte não é problema. "Eu indico usar muito o metrô e os ônibus, que são excelentes e dão muita independência", diz o alemão Markus Teuber, 24, que vive na pequena Mainz e estuda inglês desde os 12 anos, mas quis morar um mês numa cidade de língua inglesa "porque é o único jeito de ficar realmente fluente".
Seus pais gastaram cerca de 1.200 libras (R$ 4.490) com o curso e a acomodação. Markus garante estar tirando muito proveito do investimento. "O melhor jeito de treinar a língua é saindo para clubes ou pubs. É ótimo para conhecer amigos novos. E garotas, claro", admite.
A jornalista Débora Yuri viajou a Londres a convite do SIP (Student International Programs) e da British Airways.
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