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13/06/2002 - 11h30

Docentes da USP descumprem horário, diz reitor

CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

O reitor da USP (Universidade de São Paulo), Adolpho José Melfi, 65, disse ontem que há professores da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) que não estão cumprindo a carga didática mínima em sala de aula, de oito horas semanais.

"O que nos leva a contratar um novo docente para o departamento é a análise da carga didática. Se um departamento tem professor com quatro, cinco horas de carga didática, é porque não precisa de novos docentes", afirmou. Melfi não quis revelar em quais dos seis departamentos da unidade estaria ocorrendo o problema.

A contratação de professores é a principal reivindicação dos alunos da FFLCH, que estão em greve há um mês e meio

Segundo o reitor, há áreas específicas da universidade, como no departamento de astronomia, em que se justifica uma carga didática média dos docentes de duas ou três horas semanais. "A atividade prioritária nesses locais é a pós-graduação e a pesquisa", afirmou.

Para o professor Francis Henrik Aubert, diretor da FFLCH, o descumprimento de carga didática ocorre "na USP inteira". Ele disse que os professores de departamentos como a antropologia e a filosofia precisam se dedicar à pesquisa tanto quanto os da astronomia, por exemplo.

"Tem professor que precisou ficar um ano em uma tribo indígena para aprender tupi. É impossível ele estar no Xingu e na cidade universitária ao mesmo tempo."

Sobre a falta de professores, Melfi disse que o problema é localizado no departamento de letras e foi provocado pela criação do ciclo básico, que levou um grande número de alunos a frequentar determinadas disciplinas.

"Quando toda a FFLCH apóia a greve e também faz solicitação para resolver problemas que não são emergenciais, devemos considera que há razões políticas." Segundo ele, uma das razões é a eleição do novo diretor da FFLCH. Até o dia 20, a direção deve encaminhar uma lista com três candidatos, para escolha do reitor. Há dois candidatos declarados, os professores Sedi Hirano, da sociologia, e Leonel Itaussu, da ciência política.

Para Melfi, a FFLCH "não sabe o que quer". "Os alunos pedem 259 professores e a direção da unidade solicita 115." Para o diretor da FFLCH, não há contradição. As propostas, segundo ele, são complementares. "Falamos 115 a curto e médio prazo, e eles pedem 259 a longo prazo."


 

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