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20/06/2002
-
11h20
da Folha de S.Paulo
Apesar de uma queda de 72% no volume de investimentos e 17% a menos na quantidade de recursos para manutenção, as universidades federais conseguiram aumentar de 88 mil para 112 mil as vagas oferecidas por meio de processos seletivos, de 1995 a 2000. Um crescimento de 26%.
As informações fazem parte de levantamento de indicadores de desempenho, divulgado ontem e elaborado pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).
Segundo o presidente da entidade, Mozart Neves Ramos, a pesquisa tem por objetivo aumentar a "transparência" para a sociedade do que acontece no meio acadêmico. Além disso, ressalta, os números servirão de banco de dados para reivindicação de maior verba orçamentária do governo nos próximos anos.
Os 52 dirigentes que compõem a Andifes se reúnem hoje em Brasília para estudar propostas de emendas para custeio das instituições. A proposta da Sesu (Secretaria de Ensino Superior) é aumentar em R$ 100 milhões o valor de manutenção das universidades na Lei de Diretrizes Orçamentárias, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados.
A Sesu fechou o ano de 2001 com um gasto de R$ 420 milhões no custeio das instituições de ensino superior. O secretário Francisco Cesar estabeleceu a proposta de R$ 512 milhões para o Orçamento do ano que vem.
Ramos estima que o déficit de professores atualmente esteja em torno de 7.000 vagas. Na área técnico-administrativa, a falta de funcionários chega a 20 mil.
Os resultados mostram, segundo o professor, que a universidade brasileira cresceu neste período, mesmo com a carência de verbas e recursos humanos.
Entre 1995 e 2000, as verbas obtidas pelas próprias universidades, basicamente por meio das fundações, passaram de R$ 518,5 milhões para R$ 459,2 milhões.
Contratos temporários
O levantamento da Andifes mostra um aumento de 404% nos valores gastos em contratos temporários nas instituições de ensino superior. Foram R$ 16,2 milhões em 1995 e R$ 81,7 milhões em 2000.
No mesmo período, o número de concursos para professores e técnicos caiu de 440 para 71 e de 496 para 2, respectivamente.
A pesquisa possui apenas dados quantitativos. Ou seja, não é possível afirmar ainda quais áreas de ensino apresentam maior deficiência de docentes ou servidores administrativos.
Segundo a Secretaria de Ensino Superior do MEC, há, hoje, 8.000 professores temporários, de um total de 40 mil na rede de ensino superior do país.
Pós-graduação
A área de pós-graduação foi utilizada pelo presidente da Andifes como referência da melhoria da universidade pública. Houve um aumento de 4.000 dissertações de mestrado em 1995 para 9.700 em 2000. No mesmo período, as teses de doutorado cresceram de 597 para 2.100.
Enquanto o número de professores com mestrado caiu de 17,4 mil, em 1995, para 16,4 mil, em 2000, a quantidade de docentes com doutorado apresentou aumento de 57%, de 10,3 mil para 16,2 mil.
Universidades federais perdem verba, mas ampliam acesso
IURI DANTASda Folha de S.Paulo
Apesar de uma queda de 72% no volume de investimentos e 17% a menos na quantidade de recursos para manutenção, as universidades federais conseguiram aumentar de 88 mil para 112 mil as vagas oferecidas por meio de processos seletivos, de 1995 a 2000. Um crescimento de 26%.
As informações fazem parte de levantamento de indicadores de desempenho, divulgado ontem e elaborado pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).
Segundo o presidente da entidade, Mozart Neves Ramos, a pesquisa tem por objetivo aumentar a "transparência" para a sociedade do que acontece no meio acadêmico. Além disso, ressalta, os números servirão de banco de dados para reivindicação de maior verba orçamentária do governo nos próximos anos.
Os 52 dirigentes que compõem a Andifes se reúnem hoje em Brasília para estudar propostas de emendas para custeio das instituições. A proposta da Sesu (Secretaria de Ensino Superior) é aumentar em R$ 100 milhões o valor de manutenção das universidades na Lei de Diretrizes Orçamentárias, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados.
A Sesu fechou o ano de 2001 com um gasto de R$ 420 milhões no custeio das instituições de ensino superior. O secretário Francisco Cesar estabeleceu a proposta de R$ 512 milhões para o Orçamento do ano que vem.
Ramos estima que o déficit de professores atualmente esteja em torno de 7.000 vagas. Na área técnico-administrativa, a falta de funcionários chega a 20 mil.
Os resultados mostram, segundo o professor, que a universidade brasileira cresceu neste período, mesmo com a carência de verbas e recursos humanos.
Entre 1995 e 2000, as verbas obtidas pelas próprias universidades, basicamente por meio das fundações, passaram de R$ 518,5 milhões para R$ 459,2 milhões.
Contratos temporários
O levantamento da Andifes mostra um aumento de 404% nos valores gastos em contratos temporários nas instituições de ensino superior. Foram R$ 16,2 milhões em 1995 e R$ 81,7 milhões em 2000.
No mesmo período, o número de concursos para professores e técnicos caiu de 440 para 71 e de 496 para 2, respectivamente.
A pesquisa possui apenas dados quantitativos. Ou seja, não é possível afirmar ainda quais áreas de ensino apresentam maior deficiência de docentes ou servidores administrativos.
Segundo a Secretaria de Ensino Superior do MEC, há, hoje, 8.000 professores temporários, de um total de 40 mil na rede de ensino superior do país.
Pós-graduação
A área de pós-graduação foi utilizada pelo presidente da Andifes como referência da melhoria da universidade pública. Houve um aumento de 4.000 dissertações de mestrado em 1995 para 9.700 em 2000. No mesmo período, as teses de doutorado cresceram de 597 para 2.100.
Enquanto o número de professores com mestrado caiu de 17,4 mil, em 1995, para 16,4 mil, em 2000, a quantidade de docentes com doutorado apresentou aumento de 57%, de 10,3 mil para 16,2 mil.
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