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04/07/2002
-
10h02
da Folha de S.Paulo
A engenharia genética rompeu a barreira sexual entre as espécies na criação dos transgênicos. Pesquisas no México mostram a transferência de DNA do milho transgênico para variedades nativas de pequenas propriedades, o que leva à redução de variabilidade e a problemas sociais.
A lei de patentes e cultivares assegura às companhias detentoras da tecnologia o monopólio sobre essas variedades. Assim, o agricultor fica impedido de utilizar as melhores sementes da colheita para o plantio da próxima safra.
As grandes empresas controlam hoje 70% do mercado mundial, o que remete à exclusão os pequenos agricultores do Terceiro Mundo. Se essas variedades vierem a substituir as tradicionais, haverá uma subordinação aos interesses dessas empresas.
A transgenia traz benefícios aos países em desenvolvimento, como a resistência das plantas à seca, ao solo pobre e à salinização. Os representantes de multinacionais de sementes atribuem irresponsavelmente aos transgênicos uma solução para o problema da fome. À CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), que regulamenta os organismos transgênicos, cabe elaborar uma legislação de controle do uso da tecnologia que seja imune às pressões de tais empresas.
A primeira geração de transgênicos, com a produção de plantas resistentes a herbicidas e a insetos-praga, só beneficiou os produtores do Primeiro Mundo. Da segunda geração, formada por organismos biorreatores, esperam-se benefícios para o homem, como a capacidade de produzir remédios, vacinas e alimentos com melhor qualidade nutricional.
Questionável não é o potencial da transgenia, mas o monopólio privado nesse setor. Ao setor público, cabe investir na biotecnologia e repassá-la aos agricultores. Dessa forma, estarão livres das patentes do setor privado e sobretudo do apartheid científico.
José Vagner Gomes é biólogo formado pela UFSCar, professor do ensino médio e de cursos pré-vestibulares e ministra cursos de bioatualidades
Leia mais:
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Química: Na química, a sorte tem um doce sabor
Biologia: Transgênicos - ética e biossegurança
JOSÉ VAGNER GOMESda Folha de S.Paulo
A engenharia genética rompeu a barreira sexual entre as espécies na criação dos transgênicos. Pesquisas no México mostram a transferência de DNA do milho transgênico para variedades nativas de pequenas propriedades, o que leva à redução de variabilidade e a problemas sociais.
A lei de patentes e cultivares assegura às companhias detentoras da tecnologia o monopólio sobre essas variedades. Assim, o agricultor fica impedido de utilizar as melhores sementes da colheita para o plantio da próxima safra.
As grandes empresas controlam hoje 70% do mercado mundial, o que remete à exclusão os pequenos agricultores do Terceiro Mundo. Se essas variedades vierem a substituir as tradicionais, haverá uma subordinação aos interesses dessas empresas.
A transgenia traz benefícios aos países em desenvolvimento, como a resistência das plantas à seca, ao solo pobre e à salinização. Os representantes de multinacionais de sementes atribuem irresponsavelmente aos transgênicos uma solução para o problema da fome. À CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), que regulamenta os organismos transgênicos, cabe elaborar uma legislação de controle do uso da tecnologia que seja imune às pressões de tais empresas.
A primeira geração de transgênicos, com a produção de plantas resistentes a herbicidas e a insetos-praga, só beneficiou os produtores do Primeiro Mundo. Da segunda geração, formada por organismos biorreatores, esperam-se benefícios para o homem, como a capacidade de produzir remédios, vacinas e alimentos com melhor qualidade nutricional.
Questionável não é o potencial da transgenia, mas o monopólio privado nesse setor. Ao setor público, cabe investir na biotecnologia e repassá-la aos agricultores. Dessa forma, estarão livres das patentes do setor privado e sobretudo do apartheid científico.
José Vagner Gomes é biólogo formado pela UFSCar, professor do ensino médio e de cursos pré-vestibulares e ministra cursos de bioatualidades
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