O regime chamado da USP é um dos mais rigorosos e perigosos. O nome dado à dieta não foi elaborado por nutricionistas da Universidade de São Paulo. Especialistas da instituição garantem que denominar o regime com o nome da universidade foi uma atitude de má-fé. A dieta é considerada hiperlipídica (gordura exagerada), causando sérios desequilíbrios no organismo.

A indicação de nove ovos por semana, por exemplo, é perigosa para indivíduos que apresentam altas taxas de colesterol. E o consumo em excesso de carnes pode aumentar as gorduras saturadas no organismo e predispor a algum risco de doença cardiovascular em obesos.

O emagrecimento rápido, ingerindo as quantidades mínimas sugeridas pela dieta, com calorias muito abaixo das recomendações para a idade e sexo, tem como consequência perda de massa magra, o que vai dificultar a manutenção de peso ao retornar à dieta habitual.

"É uma dieta enganosa, porque a pessoa não perde o peso prometido e não irá mantê-lo por três anos, como promete, quando voltar aos hábitos normais", explica Silvia Cozzolino, do Laboratório de Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

O regime garante que o indivíduo perde 14 kg em 14 dias, ingerindo poucos carboidratos, o que induz o organismo a queimar a gordura.

As combinações dos alimentos, segundo especialistas, são erradas na proporção de nutrientes, levando o corpo a perder bastante água e massa adiposa.

Reduz o peso, sim, mas não ensina novos hábitos alimentares. Quando a dieta é interrompida, pode provocar aumento de peso maior do que quando começou o regime.

Fontes: Silvia Cozzolino, do Laboratório de Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e Izilda Cannalonga Rossi, vice-presidente do Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo.

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