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18/04/2002
-
08h41
da Folha de S.Paulo
"É o insight, a intuição, o pulo-do-gato criativo que faz com que as grandes descobertas aconteçam". A declaração é do economista e sociólogo Gilson Schwartz, 42, que está à frente do projeto Cidade do Conhecimento, do Instituto de Estudos Avançados da USP -rede de comunicação e cooperação online entre estudantes e trabalhadores.
Para Schwartz, não adianta investir em tecnologia da informação se o conhecimento for entendido sempre de maneira formal. "Temos de considerar que o conhecimento tácito, principalmente a intuição, é indispensável para que as pessoas possam, efetivamente, aprender. Do contrário, viraremos burocratas do saber."
Partidário de que o que permitirá o desenvolvimento dessa capacidade intuitiva é o aumento das relações interpessoais, Schwartz está, desde o ano passado, buscando referências para estruturar melhor sua teoria e colocá-la em prática. Uma dessas buscas culminou no contato com a consultora empresarial Gigi von Deckter, norte-americana que há mais de dez anos tenta levar a empresários de grandes corporações uma pitada de intuição em meio a tanto raciocínio lógico e analítico.
Em entrevista à Folha, Von Deckter disse que todos têm habilidade para se tornar vencedores. "Basta aprender a ser mais intuitivo. Devemos perceber o impacto das nossas ações sobre o mundo." Ela acredita ainda que os grandes líderes sempre trabalham com a intuição. Caso contrário, "eles não seriam grandes líderes".
Em seu trabalho, a pesquisadora diz se comportar como uma catalisadora, incentivando o desejo inconsciente do empresário de devolver para a sociedade um pouco do que alcançou. "Ao abrir novas formas de experimentar o sucesso, eles se tornam mais cientes das necessidades da empresa", diz.
Há cerca de cinco anos, o International Institute for Management (IMD), da Suíça, entrevistou 1.312 executivos de nove países. O resultado pode surpreender: a maioria (80%) afirmou considerar a intuição importante para formular a estratégia e o planejamento empresarial. Nesse grupo majoritário, 53% afirmaram que recorrem à intuição e ao raciocínio lógico em igual proporção no dia-a-dia. "O gerente tem de lidar com sua intuição; aqueles que só pensam analiticamente vão empobrecer na profissão", afirma Fernando Dias Cyrino, 49, gerente-geral de recursos humanos da Ceterco. Desde o ano passado os funcionários da empresa participam de vivências cujo objetivo é desenvolver a capacidade de relação interpessoal.
Na Alcoa, "as pessoas estão percebendo que não só questões técnicas importam, e a intuição tem sido um modo de romper com isso", conta a consultora de recursos humanos Sandra Morais, 35.
Para os receosos em assumir a intuição na rotina de trabalho, Von Deckter explica: "Intuitivos podem errar, mas eles aprendem rapidamente com seus erros e desenvolvem um comportamento flexível e harmonioso na vida pessoal e no trabalho".
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"É o insight, a intuição, o pulo-do-gato criativo que faz com que as grandes descobertas aconteçam". A declaração é do economista e sociólogo Gilson Schwartz, 42, que está à frente do projeto Cidade do Conhecimento, do Instituto de Estudos Avançados da USP -rede de comunicação e cooperação online entre estudantes e trabalhadores.
Para Schwartz, não adianta investir em tecnologia da informação se o conhecimento for entendido sempre de maneira formal. "Temos de considerar que o conhecimento tácito, principalmente a intuição, é indispensável para que as pessoas possam, efetivamente, aprender. Do contrário, viraremos burocratas do saber."
Partidário de que o que permitirá o desenvolvimento dessa capacidade intuitiva é o aumento das relações interpessoais, Schwartz está, desde o ano passado, buscando referências para estruturar melhor sua teoria e colocá-la em prática. Uma dessas buscas culminou no contato com a consultora empresarial Gigi von Deckter, norte-americana que há mais de dez anos tenta levar a empresários de grandes corporações uma pitada de intuição em meio a tanto raciocínio lógico e analítico.
Em entrevista à Folha, Von Deckter disse que todos têm habilidade para se tornar vencedores. "Basta aprender a ser mais intuitivo. Devemos perceber o impacto das nossas ações sobre o mundo." Ela acredita ainda que os grandes líderes sempre trabalham com a intuição. Caso contrário, "eles não seriam grandes líderes".
Em seu trabalho, a pesquisadora diz se comportar como uma catalisadora, incentivando o desejo inconsciente do empresário de devolver para a sociedade um pouco do que alcançou. "Ao abrir novas formas de experimentar o sucesso, eles se tornam mais cientes das necessidades da empresa", diz.
Há cerca de cinco anos, o International Institute for Management (IMD), da Suíça, entrevistou 1.312 executivos de nove países. O resultado pode surpreender: a maioria (80%) afirmou considerar a intuição importante para formular a estratégia e o planejamento empresarial. Nesse grupo majoritário, 53% afirmaram que recorrem à intuição e ao raciocínio lógico em igual proporção no dia-a-dia. "O gerente tem de lidar com sua intuição; aqueles que só pensam analiticamente vão empobrecer na profissão", afirma Fernando Dias Cyrino, 49, gerente-geral de recursos humanos da Ceterco. Desde o ano passado os funcionários da empresa participam de vivências cujo objetivo é desenvolver a capacidade de relação interpessoal.
Na Alcoa, "as pessoas estão percebendo que não só questões técnicas importam, e a intuição tem sido um modo de romper com isso", conta a consultora de recursos humanos Sandra Morais, 35.
Para os receosos em assumir a intuição na rotina de trabalho, Von Deckter explica: "Intuitivos podem errar, mas eles aprendem rapidamente com seus erros e desenvolvem um comportamento flexível e harmonioso na vida pessoal e no trabalho".
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