25/04/2002 - 07h18

Dor é consequência do envelhecimento

free-lance para a Folha

Dor nas costas é como cabelo branco: pode demorar um pouco a surgir, mas ninguém escapa dela. Os efeitos do envelhecimento sobre o corpo acabam chegando.

Com o passar dos anos, a lei da gravidade leva a melhor, e o resultado do duelo de forças feito para permanecer em pé é a degeneração das articulações da coluna.

Principalmente no caso das mulheres, há outro fator que contribui para as dores nas costas: a osteoporose, perda de matriz óssea que ocorre com a diminuição do estrogênio na menopausa.

A reposição hormonal ajuda a diminuir os efeitos do tempo sobre a ossatura feminina. Mas, independentemente do sexo, quem tiver a musculatura mais trabalhada, adquirida em anos de prática de exercícios físicos regulares, certamente vai se sentir melhor, mesmo que as costas incomodem um pouco.

Quem já tem 45 anos, nunca fez exercício ou parou de se exercitar precisa começar logo: é a partir dessa idade que a degeneração se acelera. Também quem já passou dos 60 anos, sente dores e incômodos constantes e nunca fez atividade física pode praticar exercícios, desde que sob orientação. "Aos 85 anos, 100% das pessoas têm artrose", diz o reumatologista Aderson Moreira da Rocha.

Conhecer o funcionamento da coluna -um conjunto de ossos, chamados vértebras, encaixados uns sobre os outros- é a chave para entender porque isso acontece.

As vértebras ligam-se entre si por meio dos discos, material fibroso e gelatinoso, e os movimentos são garantidos pelas facetas articulares e pela atuação dos músculos e dos ligamentos que estão conectados a essa estrutura.

São os músculos que, ao receber os comandos dos estímulos nervosos que saem do cérebro, movimentam, sustentam e dão equilíbrio à coluna.

Quem leva uma vida sedentária tem músculos enfraquecidos, sem tonicidade, e tendência a acumular gordura no abdômen.

Aquela barriga típica de preguiçoso contribui para aumentar a lordose lombar -a curvatura acentuada das costas para a frente, que também é perceptível nas garotas que empinam o bumbum-, uma das causas mais comuns das dores nas costas.