Publicidade
Publicidade
19/05/2002
-
03h07
da Folha Online
Estudos sobre a eficácia da arte-terapia ainda não são cientificamente comprovados, mas médicos garantem, por meio de estudos de observação, que há progressos no tratamento.
"É importante fazer com que a pessoa acredite que pode fazer alguma coisa útil novamente e não desanime no tratamento. Nosso trabalho com arte-terapia ainda está começando", afirma o médico Jamiro Wanderley, 46, do HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Há exemplos concretos de melhora na auto-estima do paciente, redução na dosagem de medicamentos e maior vontade de combater a doença e sobreviver, segundo médicos ouvidos pela Folha em São Paulo.
No Centro Boldrini, que trata de crianças e adolescentes de zero a 18 anos com hemofilia e câncer, a aceitação aos tratamentos passou a 80%, o dobro de antes, com as experiências em oficinas de artes, especialmente com crianças.
Para a artista plástica Nina Mazzon, 44, coordenadora da brinquedoteca do Boldrini, a arte-terapia é uma alternativa que faz com que o paciente expresse de maneira lúdica problemas psicológicos que não consegue entender nem contar a psicólogos que acompanham o tratamento.
Uso da arte
"A arte-terapia é um instrumento de interpretação", diz a psicóloga Morgana Masetti, integrante do grupo "Doutores da Alegria", que atua no Instituto da Criança da USP (Universidade de São Paulo), na capital.
Para Morgana, o trabalho do "Doutores" não é arte-terapia. "Nosso objetivo não é terapêutico, mas tem como consequência a terapia. Isso é importante para o meio hospitalar", afirma a psicóloga, que pesquisa como a arte pode influenciar no tratamento.
Ela defende que a introdução da arte possa mudar o modelo médico atual, centrado na técnica e que deixa de lado a relação humana com o paciente. "O médico se preocupa somente com o prognóstico, quando o paciente vai morrer, e deixa de se importar com ele quando descobre isso. O artista não pensa assim, e por isso um espetáculo ajuda."
É o que pensa também a alergista e imunologista Cristina Miuki Abe Jacob, 47, responsável pela unidade de imunologia do Instituto da Criança de São Paulo. "Os 'Doutores da Alegria' são facilitadores do trabalho médico. Há crianças que não querem ser examinadas porque têm medo dos médicos." Segundo ela, trabalhos de arte tornam o hospital menos agressivo para os pacientes.
Leia mais:
Arte recupera portador de HIV e ex-usuário de drogas em Campinas
Voluntariado garante sucesso a tratamento de arte-terapia
Técnica da arte-terapia é utilizada para amenizar a dor
Universidade cria curso para ensinar arte-terapia em Campinas
Arte é arma contra doenças em hospitais de Campinas
Entenda a arte-terapia
Eficácia da arte-terapia é comprovada por estudo de observação
Publicidade
Estudos sobre a eficácia da arte-terapia ainda não são cientificamente comprovados, mas médicos garantem, por meio de estudos de observação, que há progressos no tratamento.
"É importante fazer com que a pessoa acredite que pode fazer alguma coisa útil novamente e não desanime no tratamento. Nosso trabalho com arte-terapia ainda está começando", afirma o médico Jamiro Wanderley, 46, do HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Há exemplos concretos de melhora na auto-estima do paciente, redução na dosagem de medicamentos e maior vontade de combater a doença e sobreviver, segundo médicos ouvidos pela Folha em São Paulo.
No Centro Boldrini, que trata de crianças e adolescentes de zero a 18 anos com hemofilia e câncer, a aceitação aos tratamentos passou a 80%, o dobro de antes, com as experiências em oficinas de artes, especialmente com crianças.
Para a artista plástica Nina Mazzon, 44, coordenadora da brinquedoteca do Boldrini, a arte-terapia é uma alternativa que faz com que o paciente expresse de maneira lúdica problemas psicológicos que não consegue entender nem contar a psicólogos que acompanham o tratamento.
Uso da arte
"A arte-terapia é um instrumento de interpretação", diz a psicóloga Morgana Masetti, integrante do grupo "Doutores da Alegria", que atua no Instituto da Criança da USP (Universidade de São Paulo), na capital.
Para Morgana, o trabalho do "Doutores" não é arte-terapia. "Nosso objetivo não é terapêutico, mas tem como consequência a terapia. Isso é importante para o meio hospitalar", afirma a psicóloga, que pesquisa como a arte pode influenciar no tratamento.
Ela defende que a introdução da arte possa mudar o modelo médico atual, centrado na técnica e que deixa de lado a relação humana com o paciente. "O médico se preocupa somente com o prognóstico, quando o paciente vai morrer, e deixa de se importar com ele quando descobre isso. O artista não pensa assim, e por isso um espetáculo ajuda."
É o que pensa também a alergista e imunologista Cristina Miuki Abe Jacob, 47, responsável pela unidade de imunologia do Instituto da Criança de São Paulo. "Os 'Doutores da Alegria' são facilitadores do trabalho médico. Há crianças que não querem ser examinadas porque têm medo dos médicos." Segundo ela, trabalhos de arte tornam o hospital menos agressivo para os pacientes.
Leia mais:
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sete coisas que talvez você não saiba sobre as estrias
- Campeões em insônia, idosos precisam de atividades para dormir melhor
- É possível perder 2 centímetros de gordura abdominal em 4 semanas?
- SOS Mau Hálito: dentistas usam até laser para tentar resolver o problema
- Descoberta nova forma de detecção precoce de câncer no pâncreas
+ Comentadas
- Método permite ler mente de pessoas 'presas' nos próprios corpos
- Meninas de 6 anos já não se acham inteligentes e desistem de atividades
+ EnviadasÍndice