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21/05/2002 - 02h57

Remédios genéricos já são 5,5% do mercado

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da Folha de S.Paulo

Em dois anos, o mercado de medicamentos genéricos aumentou em 4,87 pontos percentuais sua participação em vendas na indústria de medicamentos.

Em junho de 2000, quando as primeiras unidades chegaram às farmácias, os genéricos representavam 0,63% do total do mercado. Hoje, eles detêm 5,5% do mercado -o que equivale a cerca de 100 milhões de comprimidos consumidos por mês- e apresentam um faturamento anual de aproximadamente US$ 180 milhões.

Custando, em média, 45% menos do que os remédios de marca, já estão nas prateleiras das farmácias do país 426 genéricos, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que atendem a 44 classes terapêuticas -ou seja, já há no mercado desde analgésicos até medicamentos para o mal de Parkinson.

Mas, apesar de estar em ascensão, o genérico ainda enfrenta resistência da classe médica. Pesquisa realizada pela Anvisa em dezembro do ano passado mostrou que 91% dos brasileiros sabem da existência dos genéricos, mas somente 15% dos médicos fazem a prescrição deles.

Segundo Vera Valente, gerente-geral de Medicamentos Genéricos da Anvisa, as pessoas ainda têm receio de questionar o médico.

"É fundamental engajar os médicos e estimular a população a pedir por um remédio que é mais barato. Não há nada que obrigue o médico a prescrever um medicamento pelo seu princípio ativo ou a dizer qual é o genérico. Por isso mesmo os pacientes devem questionar os profissionais."

A meta da indústria dos genéricos, que hoje inclui 34 fabricantes, é responder por 30% do mercado até 2003. Isso porque 93% dos medicamentos de referência que estão no mercado ainda não possuem uma "versão genérica".

Segundo a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), antes da chegada dos medicamentos genéricos ao mercado, cerca de 50% dos clientes não compravam nenhum produto listado na receita.

Mas há quem contrarie os dados divulgados pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa.

O Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum) fez pesquisa de preços em que alguns genéricos chegam a ser quase 184% mais caros que os similares ou de marca. É o caso do antibiótico cloridrato de ciprofloxacino: o genérico custa R$ 64,73 e o de referência, R$ 22,80.

Para o coordenador do Idum, Antônio Barbosa, 49, a política dos produtos genéricos é benéfica, mas ainda existem problemas. "O governo não pode deixar o preço do medicamento genérico ser gerido pela competição do mercado", disse.
 

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