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30/05/2002
-
19h53
JANAINA FIDALGO
da Folha Online
O "L" da sigla "GLBT" (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) foi o que menos se viu hoje na Festa da Vieira, evento organizado pela Associação da Parada do Orgulho GLBT, que acontece até as 22h no centro de São Paulo.
No meio de uma multidão masculina, as estudantes Vanessa Martins, 21, e Lilian Venuti, 23, eram minoria.
Namoradas há três anos, Vanessa e Lilian atribuem a ausência de mulheres nesse tipo de festa ao tratamento errado dado à questão homossexual no Brasil. De acordo com elas, existe um apelo à extravagância.
"Na parada, não mostram casais de mulheres ou pessoas vestidas com roupas normais. Só aparecem as drags ou quem está chamando atenção", disse Vanessa.
Segundo elas, outro motivo é o preconceito dos gays em relação às lésbicas. "No ambiente deles, eles não querem mulher, mesmo que seja lésbica. Tanto é que há casas GLS onde o ingresso para a mulher é mais caro do que para o homem", afirmou Lilian.
A exploração da imagem estereotipada do homossexual também é criticada pelo advogado Augusto Menezes, 25, e por seu namorado, o analista de sistemas Carlos, 29.
Juntos há oito meses, Augusto e Carlos estavam na Festa da Vieira e vão participar neste domingo da 6ª Parada do Orgulho GLBT, mas fazem críticas ao evento.
"Tem família que vê aquilo [a parada] como baixaria porque as imagens transmitidas são muito escrachadas. Mostra-se o estereótipo. Deveria ser algo mais natural, mais preocupado com o reconhecimento das relações. O evento é colocado de maneira errada", disse Carlos.
Apesar disso, Augusto afirma que se não estivessem ali, no espaço da festa, os dois não "poderiam" estar se abraçando e se beijando como faziam.
Abraçado com o namorado, o professor de matemática Márcio Rodrigo Marques, 36, viu na festa uma oportunidade para conseguir respeito.
"É a maior liberdade poder se abraçar na rua com quem você quiser. Há dez anos era impossível acontecer um evento como este", disse Marques, abraçado ao atendente Aleksandre Gusmão, 23.
Leia mais notícias sobre a Parada Gay
Homens são maioria na Festa da Vieira, em São Paulo
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O "L" da sigla "GLBT" (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) foi o que menos se viu hoje na Festa da Vieira, evento organizado pela Associação da Parada do Orgulho GLBT, que acontece até as 22h no centro de São Paulo.
No meio de uma multidão masculina, as estudantes Vanessa Martins, 21, e Lilian Venuti, 23, eram minoria.
Namoradas há três anos, Vanessa e Lilian atribuem a ausência de mulheres nesse tipo de festa ao tratamento errado dado à questão homossexual no Brasil. De acordo com elas, existe um apelo à extravagância.
"Na parada, não mostram casais de mulheres ou pessoas vestidas com roupas normais. Só aparecem as drags ou quem está chamando atenção", disse Vanessa.
Segundo elas, outro motivo é o preconceito dos gays em relação às lésbicas. "No ambiente deles, eles não querem mulher, mesmo que seja lésbica. Tanto é que há casas GLS onde o ingresso para a mulher é mais caro do que para o homem", afirmou Lilian.
A exploração da imagem estereotipada do homossexual também é criticada pelo advogado Augusto Menezes, 25, e por seu namorado, o analista de sistemas Carlos, 29.
Juntos há oito meses, Augusto e Carlos estavam na Festa da Vieira e vão participar neste domingo da 6ª Parada do Orgulho GLBT, mas fazem críticas ao evento.
"Tem família que vê aquilo [a parada] como baixaria porque as imagens transmitidas são muito escrachadas. Mostra-se o estereótipo. Deveria ser algo mais natural, mais preocupado com o reconhecimento das relações. O evento é colocado de maneira errada", disse Carlos.
Apesar disso, Augusto afirma que se não estivessem ali, no espaço da festa, os dois não "poderiam" estar se abraçando e se beijando como faziam.
Abraçado com o namorado, o professor de matemática Márcio Rodrigo Marques, 36, viu na festa uma oportunidade para conseguir respeito.
"É a maior liberdade poder se abraçar na rua com quem você quiser. Há dez anos era impossível acontecer um evento como este", disse Marques, abraçado ao atendente Aleksandre Gusmão, 23.
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