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06/06/2002 - 08h31

Abandonar a malhação no inverno é "fria"

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KATIA DEUTNER
free-lance para a Folha

O frio já começa a dar as caras, e é grande a possibilidade de o corpo adquirir um certo ar indolente, de total desprezo à malhação -no inverno, a frequência nas academias cai cerca de 20%. A sugestão é: drible essa "preguicite". Dar longas férias à atividade física significa dar adeus à massa muscular adquirida. "Não importa quanto tempo a pessoa é praticante ou qual é o seu esporte, se parar por 45 dias, ela perde todo o condicionamento físico e volta a ser considerada sedentária", diz o médico Osmar de Oliveira, especializado em medicina do esporte.

O praticante de uma atividade física regular tem um coração com mais força para bombear o sangue pelo corpo, além de um organismo que aproveita melhor os nutrientes a serem convertidos em energia.

Resumindo: o exercício para o corpo é como o óleo para uma engrenagem, garante um funcionamento melhor. Outra consequência desalentadora é o aumento de peso acompanhado do efeito sanfona (emagrecer e engordar repetidamente leva a pessoa a sempre ganhar mais peso). No frio, o risco de engordar aumenta, já que, com a queda de temperatura, os alimentos calóricos são melhor aceitos -para não dizer até bem-vindos. A solução então é manter a dieta balanceada, a mesma do verão, por exemplo. Nesse caso, "não é preciso aumentar a carga de exercícios", diz o ortopedista Rene Jorge Abdalla, da Unifesp.

Horário de inverno
Se você se exercita de manhã e no inverno fica sem ânimo de sair da cama cedo, mude o horário da ginástica (ou corrida). Escolha uma hora em que esteja mais disposto, diz o professor de educação física da USP Dante De Rose Júnior. "O importante é não interromper a prática rotineira", diz.

Mais alongamento
Nesta época do ano, o alongamento deve ser mais forte, e o aquecimento, mais demorado, para evitar distensões de músculos e tendões. "No frio, contraímos os músculos para reter calor, e esse enrijecimento provoca uma dificuldade de movimentação. A impressão de um esforço maior faz, inconscientemente, a gente se mexer menos, gerando a preguiça", diz o especialista em medicina esportiva e fisiologista do movimento Paulo Zogaib, da Unifesp. A tendência é sair menos a pé no frio, mas nem por isso é necessário aumentar a prática. Segundo Osmar de Oliveira, o organismo gasta, naturalmente, um pouco mais de calorias no inverno para manter o corpo na temperatura ideal para o seu bom funcionamento.

Baixa de resistência
Zogaib explica como evitar as chamadas doenças oportunistas do inverno: "Logo que paramos o exercício físico, temos uma queda de imunidade, uma reação natural do corpo. Por isso é muito importante trocar a roupa e colocar uma seca para não facilitar uma enfermidade".

Roupa
Proteger o corpo com roupas quentes ajuda a obter um melhor resultado no aquecimento. Mas, para isso, não é necessário se encapotar. Prefira agasalhos leves e roupas de algodão. Moletons, calças e joggings são bem-vindos. "É muito importante não descuidar do peito, que é mais sensível, principalmente se for caminhar ou correr pelas ruas. A friagem provoca pneumonia, além de resfriados e gripes", diz Wanderlei de Oliveira, técnico de atletismo e personal trainer. Já as blusas emborrachadas e impermeáveis, como as jaquetas de náilon, são proibidas. Elas não permitem a transpiração e não absorvem calor, o que aumenta a temperatura corporal e causa mal-estar.

Água no frio
Não esqueça a água, lembram os especialistas. Mesmo no frio, beba antes, durante e depois do exercício físico. Não é porque a pessoa não sente tanta sede como no calor que pode deixar de se hidratar. O corpo necessita da mesma quantidade de água em qualquer estação do ano.

Vivam as férias
Quem não quer nem saber de conselho de personal trainer no inverno, ou seja, decidiu que vai largar mão dos cuidados com o corpo: prepare-se para, quando o calor voltar, não ir com muita sede ao pote. Recomece a prática gradativamente. "Muitas vezes, as pessoas ficam decepcionadas com o corpo e resolvem malhar dobrado, o que é um erro. Não adianta dobrar a carga de atividade. Isso pode provocar lesões nos joelhos e na coluna", avisa Abdalla.


 

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