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13/06/2002 - 08h17

Casa moderna pode estimular sentidos de moradores e visitantes

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CAROLINA CHAGAS
free-lance para a Folha

Um lugar que dê vontade de voltar, ficar e receber. É assim que designers, arquitetos e decoradores definem a casa do século 21. O conceito parece óbvio demais, mas transformar essa idéia em realidade exige alguns conhecimentos nada banais, seja de novos materiais e novas tecnologias ou de truques que só os profissionais costumam deter. Nem as mostras de decoração e design, inclusive as grandes e importantes, como a de Milão, na Itália, ou a brasileira Casa Cor, costumam indicar explicitamente esses "segredos".

O Equilíbrio foi buscar entre os profissionais os conceitos, nas áreas de design, decoração e arquitetura, que priorizam a qualidade de vida dos moradores.

"As cidades estão ficando tão duras, caóticas e cheias de informação que o arquiteto acaba obrigado a trazer o bem-estar e a tranquilidade para dentro de casa", diz o arquiteto Gui Mattos, 40.

"Entrar na casa tem de ser uma experiência gostosa, com flores de boas-vindas para você ou para quem você convide para usufruir de sua intimidade", afirma Roberto Dimbério, 50, diretor da mostra Casa Cor, que acontece em São Paulo, e frequentador assíduo do vanguardista Salão do Móvel de Milão, que acontece em abril.

Para a chegada da família em casa, após um dia difícil de problemas no trabalho, no trânsito ou na escola, o arquiteto João Armentano expõe, na Casa Cor, a sua versão de túnel do tempo. Trata-se de um corredor totalmente branco, que a pessoa atravessa durante 14 segundos até chegar à porta de entrada da casa com a proposta de deixar o caos do lado de fora.

Na busca pelo convívio, a sala e a cozinha ganham destaque e até podem se misturar, no caso de quem mora sozinho ou de casais sem filhos. "Com exceção do quarto do bebê, os ambientes não são mais confinados", diz Dimbério.

O mobiliário amplo e largo -para lares também amplos- é um recurso do design atual que também contribui para agregar a família e os amigos. Aliás, esse é um dos mandamentos do neo-sensualismo, corrente que alia os sentidos à casa. Sua maior representante é a inglesa Ilse Crawford, diretora do departamento Homem e Bem-Estar da conceituada Academia de Design de Eindhoven e autora do livro "The Sensual Home". Na Casa Cor, a mesa em cruz do espaço da adega é um belo exemplo de móvel agregador. Reunir quatro a cinco pessoas em torno de uma garrafa de Romanée Conti foi o objetivo de Maria Célia J. Cury, que projetou o ambiente.

Em uma casa que procura integrar ao máximo, o banheiro ganha outro status, além do espaço da higiene. É um dos poucos lugares onde você se fecha, se isola -e se cuida. Portanto deve inspirar serenidade, estimulando a autodedicação.

Tecnologia e natureza

A tecnologia domina onde pode: de sensores que comandam portas e descarga de banheiro a TVs de plasma espalhadas pela casa feito quadros. Junto com essa parafernália, o chão, as paredes e até o teto dos ambientes devem ser revestidos de materiais acolhedores, que despertem os sentidos de quem está dentro de casa. Nessa hora, os profissionais esquecem os laboratórios e voltam os olhos para a natureza.

"Tanto em Milão quanto na Casa Cor, a madeira, as fibras naturais, o algodão e a seda convivem com a alta tecnologia. Nós somos gente, e ser humano gosta de ter contato com a vida natural", diz Dimbério. Nos banheiros, por exemplo, pedras vulcânicas ou mármore sem polimento são um convite aos pés descalços. Na sala para lá de "high-tech", esteiras de palha.

Agradáveis ao toque, o algodão, a seda e o veludo revestem sofás e almofadas. No sushi bar de Gui Mattos, na Casa Cor, até o teto ganha textura especial: um toque de seda. "Usei uma seda rústica, que é feita com o resíduo da seda usada nos tecidos das roupa", diz. Madeiras e derivados estão por todo lado.

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