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16/06/2001 - 04h21

Grupo quer campanha só para homossexuais

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da Folha de S.Paulo

Homossexuais que militam em ONGs voltadas para a Aids querem que as próximas campanhas de prevenção sejam dedicadas aos "homens que fazem sexo com homens". No grupo dos HSH, sigla usada no meio militante, estão os homossexuais, bissexuais, travestis e garotos de programa.

Em cada cem integrantes desse grupo, 4,5 estão com HIV ou Aids. Entre os heterossexuais, o número cai para 0,4. Somente na cidade de São Paulo, dos 44.813 casos de Aids notificados, 31,2% estão relacionados às práticas sexuais dos HSH. Nesse grupo, a Aids já matou 8.383.

A questão foi tema do debate "DST/Aids, Prevenção no 3º Milênio", realizado na semana passada no auditório da Folha e organizado em parceria com a Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo. Participaram os coordenadores dos programas de Aids do Estado e do município de São Paulo, Artur Kalichman e Fábio Mesquita, respectivamente; o coordenador adjunto do programa nacional, Alexandre Granjeiro; o representante do Grupo de Incentivo à Vida, Jorge Beloqui; e o diretor do Grupo pela Vidda e membro do Conselho Nacional de Saúde, Mario Scheffer. A mediação do debate foi realizada por Rosely Sayão, psicóloga e colunista da Folha.

"Em vinte anos de epidemia, as datas e as campanhas sempre foram dedicadas às crianças, às mulheres, nunca aos homossexuais", afirmou Beloqui. "Um dia nacional de luta contra a Aids que fosse dedicado aos homossexuais seria um indicador de maturidade da sociedade", disse.

Mais ainda: seria um indicador da realidade. "Há indícios de uma nova explosão de casos de Aids entre os gays dos grandes centros", disse Mario Scheffer.

Para ele, esse crescimento resulta do fato de os homossexuais terem sido "retirados do foco" da prevenção nos últimos cinco anos. Dos cerca de mil projetos de prevenção à Aids em andamento no país, apenas 60 são voltados os homossexuais, por exemplo.

Segundo Alexandre Granjeiro, a responsabilidade também é da militância, já que muitos programas não foram realizados por falta de iniciativa das ONGs. (AURELIANO BIANCARELLI)

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