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10/10/2002 - 08h11

Cachorro bota os donos para mexer o esqueleto

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RODRIGO GERHARDT
free-lance para a Folha

Mais do que o melhor amigo do homem, o cão pode ser uma espécie de personal trainer do dono! Proprietários de cachorro são 15% mais ativos fisicamente do que não-proprietários de cachorro. E mais: para estimular os cidadãos a fazer atividade física, os cães são mais eficientes do que os publicitários.

Essa é a conclusão da pesquisa O Uso da Mídia (e até do Cachorro) na Promoção da Atividade Física, um dos 600 estudos que serão apresentados no 25º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, que começa amanhã, em São Paulo.

"Eu e meu cachorro andamos duas vezes por dia. Nessa prática diária, observei que muitas pessoas não caminham. Então, tive a idéia de fazer a pesquisa, como uma forma de promover proveitos tanto à saúde do homem quanto à do cachorro", diz o autor do estudo e professor da Universidade da Nova Gales do Sul, na Austrália, Adrian Bauman.

Foram pesquisadas 894 pessoas na Austrália. Entre elas, 46% eram proprietárias de cachorro e apresentaram um nível de atividade física maior que as que não possuíam cães.

Segundo esse estudo, se todos os proprietários de cães andassem durante meia hora, cinco vezes por semana, os benefícios à saúde seriam equivalentes aos benefícios proporcionados quando se pára de fumar.

"Só o fato de a pessoa levar o cão para fazer suas necessidades ao ar livre, já faz com que ela atinja o nível de atividade física recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que é de 150 minutos por semana, e assim fique fora do grupo de sedentários.

Ao criar o hábito da caminhada, elas também passam a andar sozinhas com mais frequência", diz Luís Carlos Oliveira, da área de pesquisas do Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul).

O estudo analisou ainda o efeito da mídia quando o objetivo é estimular as pessoas a se exercitarem. "Isoladamente, as campanhas se mostraram ineficazes. As pessoas refletem sobre o assunto, mas não chegam à ação.

Ninguém sai para caminhar se em volta não houver um ambiente favorável, como uma boa calçada e segurança, por exemplo", diz Luiz Carlos Oliveira.
"Estamos vivendo um grave cenário mundial. O sedentarismo já é o vilão número um da saúde e mata igual ao fumo", diz o traumatologista e presidente do Celafiscs, Victor Matsudo.

O Brasil ocupa a liderança mundial em aumento de peso, tendo um crescimento de 0,5 kg de peso corporal por pessoa/ano.

Mas uma notícia boa, ao menos, será anunciada no simpósio: pesquisa recente aponta que as mulheres da classe A da região Sudeste do país estão na contramão do mundo no quesito aumento de peso.

"Especialmente nas mulheres da terceira idade, o que se nota é uma redução da obesidade, ao contrário do que ocorre no planeta. Muito mais do que uma exigência estética, observamos um aumento no nível de informação dessas pessoas, que normalmente começam a praticar atividades físicas moderadas e caminhadas depois do falecimento do marido", diz Matsudo.



 

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