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03/11/2002
-
04h38
da Folha de S.Paulo
O educador social Oseas Santana, 31, vivia com Cleber, 29, um "rapagão bonito" que trabalhava como vigia de construção em Salvador. "Ele era ciumento demais, era olhar do lado e ele achava que eu estava querendo outro. Era ciumento, possessivo, um comportamento machista dentro de um relacionamento homossexual", relata o namorado.
Um ano atrás, quando a relação já beirava dois anos, Cleber discutiu e jogou no companheiro um litro de álcool. Na outra mão, acendeu um fósforo.
"Eu me vi queimado, morto", diz Oseas. "Fui tentando acalmá-lo, perguntando por que queria me queimar se gostava de mim, lembrando as coisas boas que tínhamos vivido." Um descuido e Oseas agarrou-se ao companheiro, apagando o fósforo. Um mês depois, Cleber foi embora.
Oseas é o coordenador do Grupo Gay da Bahia. "Foi culpa minha. Ele não sabia lidar com a emoção, tinha outro nível, eu devia ter compreendido isso."
Em São Paulo, o ator e professor de teatro Jucinério Felix, 33, é um dos líderes comunitários gays da Vila Dalva, no Butantã (zona oeste). É também representante no Conselho Tutelar no bairro.
Miséria
Pelas suas funções, e especialmente pelo respeito que ganhou na comunidade, Felix diz que resolveu muitas brigas de casais homossexuais.
Uma delas foi de um casal, "ela" uma travesti desempregada que precisava viver de programas, ele, também desempregado, cheio de ciúmes e muitas vezes alcoolizado. Outro casal também passou a se agredir depois que um perdeu o emprego.
"O que tenho vinho aqui é que a condição econômica, especialmente o desemprego, está por trás da violência", diz Felix. "Como nos casais heteros, a miséria e o machismo provocam as brigas."
Ninguém vai à polícia, pois teme ser ainda mais humilhado. "O GGB defende há anos que gays e travestis vítimas de machismo sejam atendidos nas delegacias de mulheres", afirma Luiz Mott.
A proposta não encontra apoio no movimento gay e provoca a ira dos grupos de lésbicas. "Seria um desrespeito a uma conquista das mulheres", diz Luiza Granado, do grupo Um Outro Olhar.
"Os homossexuais são homens que se relacionam com homens, devem ser atendidos como qualquer outro homem", completa Luiza Granado.
Para educador, desemprego influi na violência entre parceiros
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O educador social Oseas Santana, 31, vivia com Cleber, 29, um "rapagão bonito" que trabalhava como vigia de construção em Salvador. "Ele era ciumento demais, era olhar do lado e ele achava que eu estava querendo outro. Era ciumento, possessivo, um comportamento machista dentro de um relacionamento homossexual", relata o namorado.
Um ano atrás, quando a relação já beirava dois anos, Cleber discutiu e jogou no companheiro um litro de álcool. Na outra mão, acendeu um fósforo.
"Eu me vi queimado, morto", diz Oseas. "Fui tentando acalmá-lo, perguntando por que queria me queimar se gostava de mim, lembrando as coisas boas que tínhamos vivido." Um descuido e Oseas agarrou-se ao companheiro, apagando o fósforo. Um mês depois, Cleber foi embora.
Oseas é o coordenador do Grupo Gay da Bahia. "Foi culpa minha. Ele não sabia lidar com a emoção, tinha outro nível, eu devia ter compreendido isso."
Em São Paulo, o ator e professor de teatro Jucinério Felix, 33, é um dos líderes comunitários gays da Vila Dalva, no Butantã (zona oeste). É também representante no Conselho Tutelar no bairro.
Miséria
Pelas suas funções, e especialmente pelo respeito que ganhou na comunidade, Felix diz que resolveu muitas brigas de casais homossexuais.
Uma delas foi de um casal, "ela" uma travesti desempregada que precisava viver de programas, ele, também desempregado, cheio de ciúmes e muitas vezes alcoolizado. Outro casal também passou a se agredir depois que um perdeu o emprego.
"O que tenho vinho aqui é que a condição econômica, especialmente o desemprego, está por trás da violência", diz Felix. "Como nos casais heteros, a miséria e o machismo provocam as brigas."
Ninguém vai à polícia, pois teme ser ainda mais humilhado. "O GGB defende há anos que gays e travestis vítimas de machismo sejam atendidos nas delegacias de mulheres", afirma Luiz Mott.
A proposta não encontra apoio no movimento gay e provoca a ira dos grupos de lésbicas. "Seria um desrespeito a uma conquista das mulheres", diz Luiza Granado, do grupo Um Outro Olhar.
"Os homossexuais são homens que se relacionam com homens, devem ser atendidos como qualquer outro homem", completa Luiza Granado.
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