Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/07/2001 - 12h31

Novas técnicas menos invasivas de cirurgia são testadas

Publicidade

da Folha de S.Paulo

Duas novidades para tratar obesidade mórbida, ambas em fase de teste, prometem combater o problema de maneira menos invasiva, mas com a mesma eficácia das cirurgias tradicionais. As novas técnicas são da Itália e do Brasil e ainda não foram aprovadas pelo Ministério da Saúde.

A técnica italiana, batizada de marca-passo gástrico, está sendo testada experimentalmente em obesos na Europa desde 95. Foi criada pelo cirurgião gástrico Valerio Cigaina e deve ser aprovada para uso geral na Europa em setembro. A exemplo da banda gástrica, o marca-passo age como indutor da saciedade. Mas não mexe com a estrutura do estômago e, por isso, é menos invasivo.

A técnica consiste na colocação de eletrodos na parede do estômago por laparoscopia. Eles são ligados a um marca-passo implantado no abdômen, do tamanho de uma caixa de fósforo, que estimula eletricamente os neurônios responsáveis por enviar ao cérebro a mensagem de que não há mais espaço para comida.

Cigaina partiu do pressuposto de que uma das causas que fazem o obeso comer mais do que deve são defeitos nesses neurônios. A estimulação elétrica corrige a falha, e a pessoa fica saciada comendo menos. Os 200 pacientes que usaram o marca-passo desde 95 perderam entre 75% e 90% do excesso de peso, sem enfrentar os riscos da cirurgia redutora nem efeitos colaterais como vômito e síndrome de dumping.

A novidade brasileira vai demorar mais para ser aprovada pelas autoridades porque, por enquanto, só foi testada em animais. Chamada de técnica "butterfly" (borboleta, em inglês), é uma alternativa ao BIB (balão intragástrico) e deve começar a ser testada em obesos em dois meses.

Assim como o BIB, ela não é uma cirurgia e consiste em colocar no estômago, por endoscopia, quatro tiras de polietileno em forma de borboleta. A técnica foi desenvolvida pelo cirurgião Kiyoshi Hashiba, professor da Universidade Federal de Uberlândia, a partir da observação de pacientes psiquiátricos que perdiam peso após engolir cabelo ou outros objetos.

"Esses corpos estranhos ficam retidos no estômago e formam uma massa, chamada de bezoar, que faz o paciente emagrecer", explica Hashiba, coordenador do núcleo de endoscopia do Hospital Sírio Libanês (SP).

As borboletinhas ocupam um terço do estômago e, ao contrário do BIB, não oferecem risco de provocar obstrução intestinal.

Durante os seis meses de vida útil do BIB, há o perigo de que possa murchar, deslocar-se do estômago e obstruir o intestino, exigindo cirurgia.

Mas isso só ocorre se o paciente não perceber a tempo que o balão está murchando. Se o azul de metileno (que é usado para encher o balão misturado ao soro) vazar, ele deixa a urina azulada, servindo de alerta. A partir daí, o paciente tem 24 horas para retirar o balão por endoscopia, sem risco de obstrução.

As borboletas estão sendo produzidas por uma empresa americana que resolveu bancar o projeto depois da apresentação de Hashiba num congresso realizado há 15 dias em Atlanta (EUA).

Leia também:

  • Cirurgias dão esperança contra obesidade mórbida

  • Veja a opinião de pacientes e especialistas sobre a cirurgia no estômago

  • Comerciante fez primeiro regime aos 4 anos de idade

  • Espera por cirurgia estomacal é longa na rede pública

  • Professor de mergulho perdeu 50 kg colocando balão intragástrico

  • Guia sobre obsessão compulsiva ajuda pacientes e familiares

  • Empresária revela em livro receitas lights que a fizeram perder 50 kg

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página