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19/12/2002 - 08h15

Café ganha status de bebida para degustar

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VINICIUS CARRASCO
free-lance para a Folha

O cafezinho nosso de cada dia está ficando cada vez mais sofisticado. Degustar um expresso bem tirado ou um café com sabor diferenciado já faz parte do dia-a-dia de muitas pessoas, que estão descobrindo que, como o vinho, nem todos os cafés são iguais. Existem diferentes tipos, "blends" (misturas de grãos), aromas e gostos para estimular o paladar e tornar o hábito tão brasileiro de tomar café ainda mais prazeroso.

"O brasileiro está mais exigente", afirma a engenheira de alimentos Eliana Relva, coordenadora do Centro de Preparação de Café do Sindicafesp (Sindicato das Indústrias de Café do Estado de São Paulo). "À medida que a qualidade melhora, o prazer aumenta; uma vez que experimenta um bom café, dificilmente a pessoa deixa de consumi-lo."

Nas prateleiras de supermercados e butiques de alimentos, já é possível encontrar pós aromatizados com nozes e baunilha e os chamados cafés funcionais, categoria que inclui os descafeinados e os orgânicos.

Além desses cafés diferenciados, há ainda três tipos à disposição do consumidor: tradicional, superior e gourmet. Eles se diferenciam pelo tipo de grão utilizado para compor o pó e também pela torrefação.

Mesmo sendo mais caros, os cafés superiores e gourmets têm ampliado sua participação no mercado. De acordo com levantamento quinzenal feito pelo Sindicafesp, os cafés especiais representam 21% de todos os tipos de café consumidos em 14 estabelecimentos comerciais da Grande São Paulo. Estima-se que o consumo do especial aumente aproximadamente 15% ao ano.

Criada em 1991, a BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) fornece um selo de certificação a produtores que cumprem normas rígidas de produção, do plantio à embalagem. Segundo dados da instituição, mais de 40 empresas produzem o tipo gourmet no país, mas apenas três (Astro, Spress e Cafeera) receberam o selo da BSCA. "A maioria dos especialistas mundiais considera o café especial brasileiro como o melhor do mundo", afirma Marcelo Vieira, presidente da BSCA. Segundo ele, o produto nacional não fica atrás dos pós das grifes importadas Illycaffè e Lavazza, cujo "blend" é composto por cerca de dois terços de café nobre brasileiro.

Sabor do expresso
Vieira afirma que a descoberta do café especial pelos brasileiros é recente e está associada principalmente ao aumento do hábito de beber café expresso. Pesquisa feita pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo confirma que o expresso está ficando mais popular: seu consumo cresceu 30% no ano passado.

Segundo Eliana Relva, outro reflexo da mudança de postura do consumidor é a busca por especialização na preparação do café. Ela ministra cursos para baristas (profissionais especializados no preparo de café) e degustadores e afirma que, no último semestre, mais de cem pessoas procuraram os cursos oferecidos pelo Centro de Preparação do Sindicafesp.

"A qualidade do café depende de uma combinação de fatores", diz a engenheira de alimentos. O cuidado com o preparo, até mesmo em casa (leia ao lado), é tão importante quanto o tipo de café utilizado e a maneira como o pó foi produzido.

No caso do café expresso, por exemplo, a xícara deve estar preaquecida a uma temperatura de 40C e ter fundo ovalado para que a pessoa sinta o sabor de início ao fim. "O bom expresso tem creme cor de avelã", explica Relva.


  • Centro de Preparação de Café: tel. 0/xx/11/ 3258-7443
    Sindicafesp (Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo):
    tel. 0/xx/11/3258-7466; www.sindicafesp.com.br
  • BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais): tel. 0/xx/35/ 3292-1880; www.bsca.com.br





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