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12/07/2001 - 12h59

Educação do cachorro depende do dono

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KARINA KLINGER
da Folha de S.Paulo

Cansado de tentar se desvencilhar das fezes dos cães sempre que saía de casa, há quatro meses o empresário Sérgio Rymer resolveu adotar a prática de alguns políticos em época de campanha eleitoral: espalhar cartazes pelo bairro.

No lugar de votos, ele pede educadamente a colaboração dos vizinhos para que recolham os dejetos de seus animais de estimação durante os passeios.

"Colabore: recolha o cocô de seu cão (Lei nº 2.234). Você pode ser a próxima vítima" e "Srs. Cachorros: avisem os seus donos que é feio deixar de recolher o cocô da calçada" são as bem-humoradas mensagens de 15 placas amarelas fixadas nos jardins de alguns prédios ao redor do shopping Iguatemi, no Jardim Europa (zona oeste de São Paulo).

"Não aguentava mais andar em ziguezague quando ia ao clube. Um amigo me deu a idéia das placas. Como trabalho com isso, foi fácil fabricá-las. Depois de prontas, entreguei-as aos porteiros do bairro e pedi-lhes que colaborassem", conta Rymer.

Mesmo tendo inventado um número de lei para dar um tom mais sério às mensagens, Rymer notou que "muitos donos de cães continuam fingindo que não é com eles". E brinca: "Acho que preciso ser mais agressivo". O empresário já teve cachorros e garante que sempre limpou a sujeira deixada por eles nas ruas.

Existem duas leis no município de São Paulo que obrigam as pessoas a recolher os dejetos de seus animais de estimação (leia mais na pág. ao lado), mas poucos as conhecem. Como a fiscalização não é eficaz, a melhor maneira de evitar a falta de higiene é conscientizar a população de que a educação do animal doméstico depende da civilidade de seu dono.

Já que os donos se preocupam em humanizar os cães, levando-os a terapeutas, vestindo-os e oferecendo-lhes refrigerantes e sorvetes criados especialmente para eles, também podem ensiná-los a "usar o banheiro". Se a casa não tem espaço para isso, a alternativa é levar o bichinho para passear, mas sem esquecer de recolher as fezes das calçadas.

Como sente-se envergonhada quando seu cachorro suja a rua, a aposentada Luiza Terezinha Leme, 50, sempre sai de casa munida de saquinhos do supermercado. "Deixo os saquinhos ao lado da coleira para não esquecê-los", conta ela, que critica os donos de animais que não se preocupam com o problema.

"É uma falta de respeito com os animais e com as outras pessoas", reclama. O estudante Carlos Cerqueira Iavelberg também faz questão de recolher os dejetos deixados por Lisa, uma cadela da raça labrador. Para ele, levar sacos plásticos para o passeio é prático, não dá trabalho e é obrigação do proprietário do cachorro. "O dono precisa aprender que fezes espalhadas podem trazer danos tanto ao homem quanto ao animal."

O mau cheiro e a falta de higiene não são as únicas consequências do descaso de alguns proprietários de animais. "A preguiça do dono pode causar problemas de saúde para as pessoas, pois as fezes atraem moscas, veiculadoras de várias doenças, e facilitam a propagação de bactérias. Os animais também podem ser prejudicados, contraindo viroses ou verminoses", explica a veterinária Silvia Parisi.

No homem, são comuns as doenças provocadas por parasitas cujos ovos estão presentes nas fezes dos cães, alerta o infectologista Arary da Cruz Tiriba, professor da Unifesp. "Essas doenças podem ser transmitidas por contato e até pelo ar", afirma o médico.

Produtos simplificam a tarefa
A maioria das pessoas que recolhe as fezes de seus animais de estimação recorre aos saquinhos plásticos das compras do supermercado. Mas há produtos especiais para essa tarefa, que mantêm o dono à distância dos dejetos.

Nas lojas de artigos para animais (leia alguns endereços ao lado), são vendidos saquinhos apropriados com pazinhas ou pegadores de plástico em vários modelos e de diferentes marcas. Um desses produtos é o Quick WC, um coletor de papelão em formato de pá. Há também pinças plásticas que vêm acompanhadas de sacos plásticos descartáveis, como o Easiscoop e o Nippy.

Onde encontrar coletores:
Cobasi: tel. 0/xx/11/3831-8999
Pet Stop: tel. 0/xx/11/3826-6564
Encrenquinhas: tel. 0800-100108
The Pet From Ipanema: tel. 0/xx/11/3661-1200

 

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