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05/04/2003
-
03h47
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio
Estimativa divulgada ontem pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) prevê que 126.960 pessoas morrerão de câncer neste ano no Brasil. O número supera em 9,14% as mortes pela doença registradas oficialmente em 2000, 116.325, último dado disponível.
Mantida a tendência dos últimos anos, os tipos mais letais devem ser os de pulmão (16.230 óbitos), estômago (11.145), mama (9.335) e próstata (8.230).
Pelas projeções do Inca, 402.190 pessoas descobrirão que têm câncer em 2003. A previsão do ano passado apontava para 337.535 novos casos e 122.600 mortes. Os dados oficiais são computados com três anos de defasagem.
Segundo a técnica do Inca Marceli Santos, a novidade na incidência da doença é a queda do número de mortes por câncer de estômago. Eram 9,69 por 100 mil homens em 1979, caindo para 8,61 por 100 mil em 2000. Entre as mulheres, a redução foi de 4,79 para 4,38 por 100 mil.
A razão para a queda, segundo ela, é a melhoria na alimentação da população, que passou a comer mais verduras e legumes. Também diminuiu o consumo de embutidos, salgados e defumados -fator de risco para esse tipo de câncer, o segundo mais letal.
Ao mesmo tempo, as mortes por câncer de pulmão têm se estabilizado entre os homens desde 1997, na casa dos 12 óbitos por 100 mil habitantes. "É um reflexo das campanhas antitabagismo", afirmou ela, acrescentando que de 1989 a 2001 o consumo per capita de cigarros caiu 32%.
"As medidas de controle à propaganda e a restrição do fumo em locais fechados começam a mostrar seus efeitos", disse o diretor-geral do Inca, Jamil Haddad.
Já entre as mulheres, que começaram a fumar com mais intensidade nos anos recentes, a cada ano aumentam as mortes por câncer de pulmão. Eram 2,33 por 100 mil habitantes em 1979 e passaram para 5,33 por 100 mil habitantes em 2000.
Cerca de 30% das mortes previstas para 2003 estão relacionadas ao fumo.
Nos cânceres de próstata e mama, a mortalidade têm se expandido. No primeiro, a alta foi de 141% de 1979 a 2000, como efeito do envelhecimento da população. No segundo, foi de 80,3%.
Causas
O crescimento geral do número de mortes causadas por câncer se deve à maior urbanização, à pior qualidade de vida e, principalmente, ao envelhecimento da população, segundo o Inca. No caso do câncer de mama, o aumento se deveria também ao fato de as mulheres estarem optando por ter filhos depois dos 30 anos.
Entre os novos casos previstos, os de maior incidência seriam os de pele, mama e pulmão.
Em 2003, mais homens devem morrer de câncer do que mulheres, numa repetição do que vem ocorrendo nos últimos anos. Serão 68.350 vítimas do sexo masculino, contra 58.610 do sexo feminino -uma diferença de 14%.
É que as formas de câncer que afetam mais os homens, como o de pulmão e o de estômago, são mais mortais. Além disso, diz o Inca, os homens vão menos ao médico e são mais indisciplinados durante o tratamento.
Mortes por câncer devem crescer 9,14%
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Estimativa divulgada ontem pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) prevê que 126.960 pessoas morrerão de câncer neste ano no Brasil. O número supera em 9,14% as mortes pela doença registradas oficialmente em 2000, 116.325, último dado disponível.
Mantida a tendência dos últimos anos, os tipos mais letais devem ser os de pulmão (16.230 óbitos), estômago (11.145), mama (9.335) e próstata (8.230).
Pelas projeções do Inca, 402.190 pessoas descobrirão que têm câncer em 2003. A previsão do ano passado apontava para 337.535 novos casos e 122.600 mortes. Os dados oficiais são computados com três anos de defasagem.
Segundo a técnica do Inca Marceli Santos, a novidade na incidência da doença é a queda do número de mortes por câncer de estômago. Eram 9,69 por 100 mil homens em 1979, caindo para 8,61 por 100 mil em 2000. Entre as mulheres, a redução foi de 4,79 para 4,38 por 100 mil.
A razão para a queda, segundo ela, é a melhoria na alimentação da população, que passou a comer mais verduras e legumes. Também diminuiu o consumo de embutidos, salgados e defumados -fator de risco para esse tipo de câncer, o segundo mais letal.
Ao mesmo tempo, as mortes por câncer de pulmão têm se estabilizado entre os homens desde 1997, na casa dos 12 óbitos por 100 mil habitantes. "É um reflexo das campanhas antitabagismo", afirmou ela, acrescentando que de 1989 a 2001 o consumo per capita de cigarros caiu 32%.
"As medidas de controle à propaganda e a restrição do fumo em locais fechados começam a mostrar seus efeitos", disse o diretor-geral do Inca, Jamil Haddad.
Já entre as mulheres, que começaram a fumar com mais intensidade nos anos recentes, a cada ano aumentam as mortes por câncer de pulmão. Eram 2,33 por 100 mil habitantes em 1979 e passaram para 5,33 por 100 mil habitantes em 2000.
Cerca de 30% das mortes previstas para 2003 estão relacionadas ao fumo.
Nos cânceres de próstata e mama, a mortalidade têm se expandido. No primeiro, a alta foi de 141% de 1979 a 2000, como efeito do envelhecimento da população. No segundo, foi de 80,3%.
Causas
O crescimento geral do número de mortes causadas por câncer se deve à maior urbanização, à pior qualidade de vida e, principalmente, ao envelhecimento da população, segundo o Inca. No caso do câncer de mama, o aumento se deveria também ao fato de as mulheres estarem optando por ter filhos depois dos 30 anos.
Entre os novos casos previstos, os de maior incidência seriam os de pele, mama e pulmão.
Em 2003, mais homens devem morrer de câncer do que mulheres, numa repetição do que vem ocorrendo nos últimos anos. Serão 68.350 vítimas do sexo masculino, contra 58.610 do sexo feminino -uma diferença de 14%.
É que as formas de câncer que afetam mais os homens, como o de pulmão e o de estômago, são mais mortais. Além disso, diz o Inca, os homens vão menos ao médico e são mais indisciplinados durante o tratamento.
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