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15/09/2003
-
10h49
RICARDO LISBÔA
da Folha de S.Paulo
Da vontade de fazer até o fazer de verdade é uma caminhada que pode ter muitos roteiros.
Mesmo tendo de percorrer o tortuoso e enfadonho caminho da burocracia, há aqueles que não se amedrontam e decidem montar a própria ONG. Criado dentro dos conceitos do escotismo, o estudante de computação Mateus Fernandes, 21, quis levar a tradicional boa ação do dia para mais lugares ao mesmo tempo, sob o título de protagonismo juvenil, que coloca o participante como agente modificador da realidade.
Montou com amigos escoteiros, há três anos, o Grupo Interagir, com sede em Brasília (DF), que trabalha na realização de projetos culturais, sociais e ambientais criados por grupos de jovens. "Hoje é possível sobreviver de fazer projetos sociais. O problema é que ainda não temos um patrocinador institucional", diz Mateus.
Há quem siga as placas do trabalho voluntário, como o estudante de publicidade e propaganda Eduardo Santaela, 22, que há dois anos se inscreveu como militante do Greenpeace, ONG que atua no mundo inteiro lutando por causas de proteção do ambiente.
Eduardo participou de manifestações e, a partir do contato mais próximo com a direção da entidade, foi convidado a estagiar. "Já trabalhei em agência de publicidade e é muito diferente. Aqui você se sente mais incentivado a participar. O trabalho não é pelo dinheiro, é pela causa", compara ele.
Outro com história parecida é o estudante de administração Mário Leoni Kabili, 23, que também estagia no Greenpeace, no setor administrativo. "Nunca mais vou trabalhar em empresas privadas, mesmo ganhando abaixo da média de mercado. Não adianta eu trabalhar numa área em que eu não acredite", explica ele, que ainda milita e pretende fazer uma pós-graduação em questões ambientais.
Já os alunos do terceiro ano do ensino médio Edilene da Silva Oliveira, 18, e Petrônio Duarte Júnior, 16, conseguiram um trabalho temporário na ONG Alfabetização Solidária por meio de concurso. Eles são professores alfabetizadores nas cidades onde moram. Ela é de Coremas, e ele, de Arara, ambas na Paraíba. "Não tenho muita ambição por dinheiro. Tenho vontade de ser professora e essa oportunidade serviu para sentir o gostinho e ver que as pessoas que trabalham em ONG têm muito amor por aquilo que fazem", conta Edilene.
Os que vão por um caminho paralelo (não montam ONGs nem trabalham para elas, mas junto com elas) são o terceiro grupo dessa trilha. Um desses projetos parceiros é o grupo Cultura de Periferia, que atua no Jardim São Savério, zona sul de São Paulo, que tem apoio da ONG Ação Educativa.
O Cultura de Periferia trabalha divulgando os costumes afro-brasileiros e espera fechar um acordo para fazer isso nas escolas públicas da capital paulista. "Quando a gente conseguir isso, vai ser uma vitória", suspira Gláucia dos Santos, 20, uma das integrantes. Que todos vençam.
Iniciativas de jovens abrem portas para o mercado de trabalho
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da Folha de S.Paulo
Da vontade de fazer até o fazer de verdade é uma caminhada que pode ter muitos roteiros.
Mesmo tendo de percorrer o tortuoso e enfadonho caminho da burocracia, há aqueles que não se amedrontam e decidem montar a própria ONG. Criado dentro dos conceitos do escotismo, o estudante de computação Mateus Fernandes, 21, quis levar a tradicional boa ação do dia para mais lugares ao mesmo tempo, sob o título de protagonismo juvenil, que coloca o participante como agente modificador da realidade.
Montou com amigos escoteiros, há três anos, o Grupo Interagir, com sede em Brasília (DF), que trabalha na realização de projetos culturais, sociais e ambientais criados por grupos de jovens. "Hoje é possível sobreviver de fazer projetos sociais. O problema é que ainda não temos um patrocinador institucional", diz Mateus.
Há quem siga as placas do trabalho voluntário, como o estudante de publicidade e propaganda Eduardo Santaela, 22, que há dois anos se inscreveu como militante do Greenpeace, ONG que atua no mundo inteiro lutando por causas de proteção do ambiente.
Eduardo participou de manifestações e, a partir do contato mais próximo com a direção da entidade, foi convidado a estagiar. "Já trabalhei em agência de publicidade e é muito diferente. Aqui você se sente mais incentivado a participar. O trabalho não é pelo dinheiro, é pela causa", compara ele.
Outro com história parecida é o estudante de administração Mário Leoni Kabili, 23, que também estagia no Greenpeace, no setor administrativo. "Nunca mais vou trabalhar em empresas privadas, mesmo ganhando abaixo da média de mercado. Não adianta eu trabalhar numa área em que eu não acredite", explica ele, que ainda milita e pretende fazer uma pós-graduação em questões ambientais.
Já os alunos do terceiro ano do ensino médio Edilene da Silva Oliveira, 18, e Petrônio Duarte Júnior, 16, conseguiram um trabalho temporário na ONG Alfabetização Solidária por meio de concurso. Eles são professores alfabetizadores nas cidades onde moram. Ela é de Coremas, e ele, de Arara, ambas na Paraíba. "Não tenho muita ambição por dinheiro. Tenho vontade de ser professora e essa oportunidade serviu para sentir o gostinho e ver que as pessoas que trabalham em ONG têm muito amor por aquilo que fazem", conta Edilene.
Os que vão por um caminho paralelo (não montam ONGs nem trabalham para elas, mas junto com elas) são o terceiro grupo dessa trilha. Um desses projetos parceiros é o grupo Cultura de Periferia, que atua no Jardim São Savério, zona sul de São Paulo, que tem apoio da ONG Ação Educativa.
O Cultura de Periferia trabalha divulgando os costumes afro-brasileiros e espera fechar um acordo para fazer isso nas escolas públicas da capital paulista. "Quando a gente conseguir isso, vai ser uma vitória", suspira Gláucia dos Santos, 20, uma das integrantes. Que todos vençam.
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