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02/11/2003
-
06h27
da Folha de S.Paulo
A maioria das escolas da região metropolitana de São Paulo não dispõe de móveis adequados para o uso de computador por crianças e adolescentes, segundo uma pesquisa realizada por três professores da USP em 126 escolas públicas e particulares dos ensinos fundamental e médio. A pesquisa foi publicada neste ano e traz dados coletados em 1998.
Um dos problemas era a ausência de ajustes nas cadeiras em 78,9% das salas de informática de escolas de 5ª a 8ª série.
Na maioria das escolas, os alunos receberam recomendações sobre a postura correta para usar o computador. Mas apenas 30% das escolas ofereceram um curso sobre ergonomia na computação.
Não houve queixas de problemas de saúde na maioria das escolas. Quando isso ocorreu, eram principalmente sobre desconforto visual. O desconforto relacionado às costas ocorreu em 12% dos alunos do ensino médio. "Não temos idéia do que pode estar ocorrendo nas casas", diz a pesquisadora Lys Esther Rocha.
Os possíveis efeitos do uso do computador na saúde das crianças e adolescentes está sendo pesquisado atualmente pela reumatologista Ana Ligia Castellanos, em seu mestrado na Faculdade de Medicina da USP.
Ao longo deste ano, ela acompanhou 800 alunos, de 10 a 18 anos, de uma escola particular no centro de São Paulo.
Embora o trabalho ainda não esteja concluído, Castellanos percebeu que a maioria adota posturas inadequadas diante do computador. Dentre os que fizeram exame médico (cerca de 30% do total), o dado preliminar mais importante foi a presença de escoliose (tipo de desvio na coluna).
Segundo Castellanos, os dados parciais ainda não estabelecem uma relação direta entre o uso do computador e as dores e desvios. Em outros países, porém, algumas pesquisas já indicam essa relação. Na Escola de Medicina da Universidade de Akita, no Japão, pesquisadores acompanharam 19 estudantes, de 6 a 13 anos, que apresentavam sintomas como fadiga, cefaléia, olheiras e febre baixa. Todos passavam cerca de três horas por dia usando computador ou vídeo game e televisão.
Uma semana após os estudantes deixarem de usar os aparelhos, os sintomas desapareceram.
Escolas não adaptam móveis às crianças que usam computador
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A maioria das escolas da região metropolitana de São Paulo não dispõe de móveis adequados para o uso de computador por crianças e adolescentes, segundo uma pesquisa realizada por três professores da USP em 126 escolas públicas e particulares dos ensinos fundamental e médio. A pesquisa foi publicada neste ano e traz dados coletados em 1998.
Um dos problemas era a ausência de ajustes nas cadeiras em 78,9% das salas de informática de escolas de 5ª a 8ª série.
Na maioria das escolas, os alunos receberam recomendações sobre a postura correta para usar o computador. Mas apenas 30% das escolas ofereceram um curso sobre ergonomia na computação.
Não houve queixas de problemas de saúde na maioria das escolas. Quando isso ocorreu, eram principalmente sobre desconforto visual. O desconforto relacionado às costas ocorreu em 12% dos alunos do ensino médio. "Não temos idéia do que pode estar ocorrendo nas casas", diz a pesquisadora Lys Esther Rocha.
Os possíveis efeitos do uso do computador na saúde das crianças e adolescentes está sendo pesquisado atualmente pela reumatologista Ana Ligia Castellanos, em seu mestrado na Faculdade de Medicina da USP.
Ao longo deste ano, ela acompanhou 800 alunos, de 10 a 18 anos, de uma escola particular no centro de São Paulo.
Embora o trabalho ainda não esteja concluído, Castellanos percebeu que a maioria adota posturas inadequadas diante do computador. Dentre os que fizeram exame médico (cerca de 30% do total), o dado preliminar mais importante foi a presença de escoliose (tipo de desvio na coluna).
Segundo Castellanos, os dados parciais ainda não estabelecem uma relação direta entre o uso do computador e as dores e desvios. Em outros países, porém, algumas pesquisas já indicam essa relação. Na Escola de Medicina da Universidade de Akita, no Japão, pesquisadores acompanharam 19 estudantes, de 6 a 13 anos, que apresentavam sintomas como fadiga, cefaléia, olheiras e febre baixa. Todos passavam cerca de três horas por dia usando computador ou vídeo game e televisão.
Uma semana após os estudantes deixarem de usar os aparelhos, os sintomas desapareceram.
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