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28/12/2003 - 04h54

Na praia ou na cidade, verão exige cuidados

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FABIANE LEITE
AURELIANO BIANCARELLI

da Folha de S.Paulo

Na praia, de bermuda e chinelão, o verão é lindo e só traz alegrias. Mas, de paletó e gravata, atravessando a avenida Paulista ou dirigindo no meio da cidade, o verão é um sufoco.

Nas duas situações, no entanto, os cuidados com a saúde têm de ser os mesmos para evitar que as altas temperaturas terminem acarretando problemas como desidratações, quedas bruscas de pressão, indisposições alimentares e infecções respiratórias.

Para afastar os riscos de desidratação, por exemplo, os médicos batem na tecla da ingestão de dois litros de água por dia, em média. Mas não vale matar a sede com uma cerveja gelada.

"O álcool interfere no hormônio anti-diurético, fazendo com que se perca, pela urina, até duas vezes o que a pessoa bebeu", explica Antonio Carlos Lopes, titular de clínica médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.

Os idosos são mais suscetíveis à desidratação, pois seus rins não retêm o líquido necessário e seu organismo não revela quando está com sede. Com as crianças é a mesma coisa. Até três ou quatro anos, elas não sabem manifestar que estão com sede. Por isso devem ser o foco das atenções quando os termômetros sobem.

A brisa ou o vento dão uma sensação de frescor mesmo debaixo de sol forte, o que pode também "enganar" o dispositivo de sede do corpo, destaca o professor Luiz Eugênio Mello, titular do departamento de fisiologia da Unifesp.

Segundo os médicos, um bom termômetro é olhar a cor da urina: se ela estiver escura, a pessoa pode estar em processo de desidratação. Crianças e idosos podem também apresentar irritabilidade como sinal da desidratação, afirma o clínico-geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Outro efeito das altas temperaturas é a dilatação dos vasos sanguíneos. Para melhorar a transferência de calor em dias quentes, o sangue vai mais para a "periferia" do corpo, ajudando no resfriamento, o que pode resultar em queda da pressão.

Segundo Lichtenstein, pessoas que tomam remédios vasodilatadores por causa da hipertensão têm maior risco de passar mal com uma queda brusca de pressão. Às vezes é preciso fazer uma adaptação na prescrição do medicamento com o médico.

"Mas o maior vilão, no calor, são as diarréias, por causa de alimentos estragados", diz. Ele lembra do erro mais comum: aproveitar a ceia de Ano Novo, que ficou horas exposta ao calor de dezembro, no almoço do dia 1º. Não há jeito pior de começar o ano.

Ar-condicionado

Para quem vai passar o verão na cidade, nem o ar-condicionado serve de alívio. Embora seja capaz de manter um ambiente na chamada temperatura de conforto --entre 23 e 26 graus centígrados--, a falta de manutenção do aparelho e as oscilações bruscas de temperatura transformam o aparelho em um perigo para saúde.

"Mantenha janelas abertas e circuladores de ar eficientes no ambiente, mas evite o ar-condicionado", diz Antonio Carlos Lopes, da Unifesp. "Os aparelhos de ar-condicionado são prejudiciais às vias respiratórias, pois a poluição dos ambientes internos é maior do que a poluição lá de fora", afirma.

O aparelho retira o ar do ambiente, recolhe pêlos de animais, fios de carpetes, ácaros, e os lança de volta. É responsável ainda por mudanças bruscas na temperatura que modificam a circulação sanguínea, alteram as células do sistema de defesa e, por isso, deixam o organismo mais suscetível a infecções, afirma o professor Luiz Eugênio Mello, da Unifesp.

"As oscilações de temperatura [dos ambientes abertos aos ambientes condicionados] provocam resfriados que podem evoluir para uma bronquite e mesmo uma pneumonia", diz.

Segundo o clínico-geral Arnaldo Lichtenstein, é comum que pessoas que se sentam muito próximas dos dutos de ar tenham uma "gripe que não passa". Isso porque "é ali que sai o pior ar."

Segundo Mello, os filtros de um aparelho de ar-condicionado deveriam ser trocados a cada três meses, mas isso nunca acontece.
 

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