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05/02/2004 - 07h09

Saiba como é o ataque às doenças auto-imunes

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da Folha de S.Paulo

O tratamento mais moderno é feito com drogas biológicas -ou os chamados bloqueadores do TNF (fator de necrose tumoral, na sigla em inglês, substância que, quando produzida pelo sistema imunológico desregulado, causa problemas de auto-imunidade). Já disponível no Brasil, o medicamento tem se mostrado eficaz contra artrite reumatóide e algumas doenças inflamatórias intestinais. "O único problema é o custo, que é alto", diz o reumatologista e imunologista Morton Scheinberg.

Há ainda uma variedade de analgésicos, antiinflamatórios e corticóides eficientes no controle da dor e das inflamações e outras drogas que aumentam a qualidade de vida dos pacientes. No caso de lúpus, por exemplo, as mudanças foram radicais nos últimos dez anos, aproximadamente. "A mortalidade da doença, que pode afetar pele, articulações, coração e cérebro, hoje é menor que 5%. Além de compreender de forma mais clara as complicações provocadas pela doença, temos exames laboratoriais, antibióticos e anti-hipertensivos mais eficientes", diz Scheinberg.

Dependendo da doença, pode-se recorrer também aos medicamentos moduladores, que modificam a resposta imunológica. Um exemplo de sucesso é a substância cloroquina, eficiente para lúpus.

Há também os imunossupressores, que inibem a proliferação das células do sistema imunológico que causam a doença. São eficientes, porém merecem atenção.

"Afinal não se pode bloquear totalmente a ação de células de defesa que podem ser requisitadas para outras funções", diz a imunologista Myrthes Toledo Barros, do Hospital das Clínicas.

Mesmo os corticóides, que em altas doses funcionam como imunossupressores, são usados de forma criteriosa. A longo prazo, podem provocar catarata, diabetes, osteoporose e atrofia muscular, entre outros problemas. "Esse tipo de droga, bastante usado para psoríase, é considerado obsoleto. Os retinóides, derivados da vitamina A, mostraram-se melhores e livres de efeitos colaterais", diz o dermatologista Cid Yazigi Sabbag.

Mas, para o futuro, a grande boa nova pode estar nas células-tronco, como mostrou uma experiência realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP. Segundo o médico e coordenador do estudo, Júlio César Voltarelli, o objetivo da cirurgia é "desligar" o sistema de defesa defeituoso do organismo dos pacientes e refazê-lo por meio de um transplante de células-tronco, que são capazes de assumir a função dos mais diversos tecidos. Dos 22 pacientes com lúpus e esclerose múltipla que se submeteram à técnica, 16 se recuperaram bem, diz o pesquisador.

Como ainda é experimental, os médicos não demonstram tanto entusiasmo. Para Scheinberg, que também testou a técnica em um paciente, é preciso saber que o índice de mortalidade é alto. Além disso, em sua opinião, como os pacientes também recebem altas doses de imunossupressores no tratamento, ainda não se sabe ao certo se o sucesso foi cirúrgico ou clínico.

Por fim, é importante salientar que a ação dos grupos de apoio, além de fisioterapia, prática de exercícios físicos supervisionados e acupuntura, são tratamentos complementares de sucesso. Aliás, no caso de uma doença que gera tanta insegurança no paciente, o apoio da família e dos amigos é muito valioso para a sua recuperação.

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