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23/02/2004 - 06h52

Homens rejeitam as mulheres que fumam

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CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

As mulheres fumantes têm um motivo a mais para deixar o cigarro, além de já possuírem riscos aumentados de câncer, infarto, depressão e infertilidade: estão sendo rejeitadas pelos homens, inclusive pelos que fumam.

É o que tem sido verificado em agências de encontro, onde, por meio de um cadastro, homens e mulheres podem escolher o seu perfil de namorada(o) ideal. As agências exigem que os clientes coloquem no cadastro se fumam.

Levantamento realizado pela agência A2 Encontros, de Campinas (SP), com cerca de 3.500 clientes, mostra que 63% dos homens, inclusive fumantes, não aceitam mulheres que fumam. No site de encontros ParPerfeito, que tem 2,1 milhões de clientes cadastrados, a taxa de rejeição dos homens às mulheres que fumam é em torno de 30%. "As mulheres aceitam mais o cigarro do parceiro, mesmo quando não fumam. O homem é mais exigente", diz Guilherme Oliveira, 33, sócio do site.

No ano passado, por exemplo, a agência A2 Encontros promoveu a união --ainda que temporária-- de 110 casais. Nenhuma das mulheres era fumante. "Os homens são muito mais seletivos", afirma Cláudia Toledo, uma das donas da agência. Os motivos alegados para recusa são vários: desde o gosto do beijo até o risco da mulher fumante se tornar infértil.

"Os homens comentam que beijar mulher fumante é a mesma coisa de beijar cinzeiro", diz a microempresária Ana Duarte, 25, fumante há dez anos.

É exatamente essa a alegação do advogado Júlio Santana, 24, para justificar o fato de não namorar fumante. "Mesmo chupando bala e chicletes, o gosto de nicotina não sai da boca. É um horror."

A empresária Lilian Simões, 38, ex-fumante, conhece bem os dois lados dessa moeda. Ela deixou o cigarro há nove meses --costumava fumar desde os 14 anos-- e percebe que agora está sendo mais cortejada pelos homens.

Durante um ano, período que esteve "fichada" como fumante, só um homem quis conhecê-la. Nos últimos quatro meses, como não-fumante, teve quatro pretendentes. "Tem até ex-namorado querendo experimentar o meu beijo sem nicotina", conta, rindo.

Segundo Guilherme Oliveira, as mulheres fumantes acima de 50 anos são as principais vítimas do preconceito do homem. "Elas são duplamente vítimas. São preteridas pela idade e pelo cigarro", diz.

A empresária Célia Maria, 50, (ela não revela o sobrenome), que fuma desde os 12 anos, está há nove meses cadastrada em uma agência. "Bonita, com formação superior e bem de vida", como ela mesma se define, Célia ainda não conseguiu nenhum pretendente. "Não acredito que o motivo seja o cigarro. Sou muito independente. Isso assusta os homens", afirma. Ela diz estar sendo "paquerada" por um psicólogo, mas que o achou "muito velho". Detalhe: ele tem 52 anos, dois a mais que ela.

A auxiliar de enfermagem Célia Maria Aparecida de Mendonça, 56, concorda com a xará: "Os homens acima de 55 anos não se importavam com o cigarro. O problema é medo de se entregar."
 

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