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18/04/2004 - 09h46

Médicos vêem risco em peeling profundo

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da Folha de S.Paulo

É chamar a atenção "para não cair no oba-oba", diz Dóris Hexsel, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A entidade volta a destacar o risco dos peelings profundos, à base de fenol, substância química extremamente agressiva utilizada para "trocar a pele" do rosto.

O procedimento, utilizado principalmente para peles muito claras castigadas pelos banhos sol sem proteção --como dizem os dermatologistas, aquelas com aspecto de "maracujá de gaveta"-- já foi assunto há alguns anos.

Voltou à tona depois de seus bons resultados serem discutidos recentemente em programas populares da televisão.

A sociedade defende que o tratamento seja realizado em hospitais, e não em clínicas, por causa dos riscos para o coração e rins.

A nova geração dos peelings profundos usa fórmulas mais atenuadas, diz Hexsel. As reações negativas são raras, mas, mesmo assim, é preciso toda a cautela possível. "Vamos promover em julho um curso sobre isso dentro de um hospital, para não correr riscos."

Segundo o cirurgião plástico Luiz Victor Carneiro Júnior, assistente de Ivo Pitanguy, a substância pode provocar arritmia cardíaca mesmo em quem não tem problemas de coração, pois altera a condução dos estímulos elétricos. "Preferimos realizar vários peelings superficiais", afirma.

Vera Cardim, da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, diz que as novas fórmulas trazem uma segurança maior por permitirem controlar o "aprofundamento" do peeling. Mas lembra os incômodos.

No segundo dia, o rosto está deformado, duas vezes o tamanho normal, com uma crosta de pele caindo, às vezes com cheiro ruim. É preciso ficar isolado quase um mês, sem ir ao sol. "Tem um preço. É até mais limitante do que a cirurgia. Mas é maravilhoso em casos de fotoenvelhecimento muito graves", opina a diretora.

Segundo Hexsel, em alguns casos são necessários até seis meses para a recuperação total.

Temporada de peeling

De acordo com os médicos, o outono e inverno são as melhores épocas para os peelings, pois é preciso tomar cuidado com o sol para evitar manchas.

Além dos vários tipos e concentrações de substâncias químicas, os peelings podem usar cristais, lixas --são técnicas de abrasão --e diferentes tipos de laser, além de métodos que usam o frio para queimar e recuperar a pele.

Os peelings não combatem só o envelhecimento, manchas e sardas, mas também marcas da acne, por exemplo. Estrias podem ter uma leve melhora, mas não há peeling que combata flacidez e celulite, explica a dermatologista Andreia Mateus Moreira, responsável pelo setor de Cosmiatria do Hospital da Lagoa, no Rio.

"No pescoço e em outras áreas que não se recuperam com a velocidade do rosto, os bons resultados são mais difíceis", alerta ainda a dermatologista Ana Lúcia Recio, de São Paulo, integrante da Academia Americana de Dermatologia.
 

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