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25/04/2004
-
05h32
CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo
Cuidado com as conversas e as bebidas gasosas durante as refeições. A deglutição de ar é uma das principais causas de gases intestinais excessivos, um incômodo relatado por um terço dos brasileiros, segundo estudo nacional feito pelo instituto Gallup.
Tema constante de piadas, os puns também estão associados à fermentação de alguns alimentos pelas bactérias do intestino. Algumas leguminosas, como o feijão e a lentilha, carboidratos, contidos no trigo, e proteínas, especialmente as presentes nas carnes vermelhas, são exemplos de alimentos que costumam gerar desconfortos por produzirem gases em excesso.
Segundo o médico Dan Waitzberg, professor da Faculdade de Medicina da USP-SP e diretor do Ganep (Grupo de Nutrição Humana), os almoços de negócio são os que mais favorecem a formação dos gases porque as pessoas falam demais e consomem bebidas alcoólicas ou gasosas.
Para a gastroenterologista Margareth da Rocha Fernandes, do Hospital do Servidor Estadual e membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, quanto mais pobre em fibras for a alimentação, mais lento será o trânsito intestinal. Com isso, o bolo fecal produzido pelos alimentos fica mais tempo no intestino e sofre a ação das bactérias ali presentes.
Apesar de a maioria dos puns ser inofensiva, há situações em que eles podem ser sinais de doenças mais sérias, como a Síndrome do Intestino Irritável (SII), que altera a sensibilidade e a motilidade do tubo digestivo.
Além da queixa dos gases intestinais, as pessoas com essa síndrome relatam dores abdominais, alteração dos hábitos intestinais (diarréia ou constipação) e sensação de estufamento e má digestão.
Gases fétidos e abruptos, acompanhados de fezes escuras, também podem sugerir um quadro agudo de sangramento digestivo, provocado por uma úlcera, por exemplo, afirma o gastroenterologista Marcelo Ribeiro, cirurgião do aparelho digestivo dos hospitais São Luiz e Albert Einstein.
De acordo com Ribeiro, alterações do peristaltismo --os movimentos de mistura e propulsão dos alimentos e das fezes-- levam a uma deficiente mistura intestinal dos sólidos, líquidos e gasosos. Assim, os gases se separam e aparecem como flatulência.
Doenças inflamatórias e as parasitoses também contribuem para a formação e a liberação de mais gases, acrescenta Waitzberg.
Por isso, alerta o médico, é importante que o paciente com essas queixas seja investigado por um especialista. Além de avaliar os hábitos alimentares e intestinais, os gastroenterologistas costumam pedir exames de fezes e de sangue oculto (para pessoas acima de 40 anos), que aponta riscos de câncer no intestino grosso.
Nos casos em que não há doenças associadas, o excesso de puns pode ser controlado com medidas simples, como mudanças na dieta e a realização de exercícios físicos.
Medicamentos à base de dimeticona também ajudam a diminuir a flatulência porque dispersam as bolhas de ar no intestino.
Conversa no almoço produz mais gases
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da Folha de S.Paulo
Cuidado com as conversas e as bebidas gasosas durante as refeições. A deglutição de ar é uma das principais causas de gases intestinais excessivos, um incômodo relatado por um terço dos brasileiros, segundo estudo nacional feito pelo instituto Gallup.
Tema constante de piadas, os puns também estão associados à fermentação de alguns alimentos pelas bactérias do intestino. Algumas leguminosas, como o feijão e a lentilha, carboidratos, contidos no trigo, e proteínas, especialmente as presentes nas carnes vermelhas, são exemplos de alimentos que costumam gerar desconfortos por produzirem gases em excesso.
Segundo o médico Dan Waitzberg, professor da Faculdade de Medicina da USP-SP e diretor do Ganep (Grupo de Nutrição Humana), os almoços de negócio são os que mais favorecem a formação dos gases porque as pessoas falam demais e consomem bebidas alcoólicas ou gasosas.
Para a gastroenterologista Margareth da Rocha Fernandes, do Hospital do Servidor Estadual e membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, quanto mais pobre em fibras for a alimentação, mais lento será o trânsito intestinal. Com isso, o bolo fecal produzido pelos alimentos fica mais tempo no intestino e sofre a ação das bactérias ali presentes.
Apesar de a maioria dos puns ser inofensiva, há situações em que eles podem ser sinais de doenças mais sérias, como a Síndrome do Intestino Irritável (SII), que altera a sensibilidade e a motilidade do tubo digestivo.
Além da queixa dos gases intestinais, as pessoas com essa síndrome relatam dores abdominais, alteração dos hábitos intestinais (diarréia ou constipação) e sensação de estufamento e má digestão.
Gases fétidos e abruptos, acompanhados de fezes escuras, também podem sugerir um quadro agudo de sangramento digestivo, provocado por uma úlcera, por exemplo, afirma o gastroenterologista Marcelo Ribeiro, cirurgião do aparelho digestivo dos hospitais São Luiz e Albert Einstein.
De acordo com Ribeiro, alterações do peristaltismo --os movimentos de mistura e propulsão dos alimentos e das fezes-- levam a uma deficiente mistura intestinal dos sólidos, líquidos e gasosos. Assim, os gases se separam e aparecem como flatulência.
Doenças inflamatórias e as parasitoses também contribuem para a formação e a liberação de mais gases, acrescenta Waitzberg.
Por isso, alerta o médico, é importante que o paciente com essas queixas seja investigado por um especialista. Além de avaliar os hábitos alimentares e intestinais, os gastroenterologistas costumam pedir exames de fezes e de sangue oculto (para pessoas acima de 40 anos), que aponta riscos de câncer no intestino grosso.
Nos casos em que não há doenças associadas, o excesso de puns pode ser controlado com medidas simples, como mudanças na dieta e a realização de exercícios físicos.
Medicamentos à base de dimeticona também ajudam a diminuir a flatulência porque dispersam as bolhas de ar no intestino.
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