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03/06/2004
-
09h01
LUIZ CAVERSAN
da Folha de S.Paulo
Numa cidade como São Paulo, onde restaurantes abrem e fecham num piscar de olhos, cinco décadas é um tempo respeitável. Ainda mais quando a casa mantém, além da regularidade exemplar da cozinha, o mesmo endereço, as mesmas instalações e o charme da época da inauguração.
Por isso os 50 anos do La Casserole, um dos mais tradicionais franceses da cidade, merece comemoração, com um festival de pratos clássicos da cozinha do país de origem de seus fundadores, interpretados por chefs estrelados que atuam em São Paulo.
O casal Henry, Roger e Fortunée, fundou o Casserole no que era à época um ponto chique da cidade, o largo do Arouche, bem defronte ao mercado de flores.
Ao longo do tempo, a região passou por transformações, perdeu o clima aristocrático, se deteriorou, viu crescer a violência no entorno, mas agora vivencia, como um prêmio pela resistência, o ressurgimento da área, dentro da revitalização do centro da cidade.
Há mais de uma década o casal não está à frente do negócio, que é pilotado pela filha Marie France. Mas tudo o que ele criou e deu a "cara" e a fama ao La Casserole permanece no simpático bistrô do largo do Arouche.
Do cardápio original de cinco décadas atrás, muitos pratos permanecem intocados. Não há mais a exagerada dezena de opções de omeletes, por exemplo, mas clássicos como o gigot (perna de cordeiro) com feijão branco, o coq au vin (galinha no molho de vinho) ou o rognon au Beaujolais (rins ao vinho tinto Beaujolais), e os profiteroles continuam firmes e na liderança dos pedidos por parte da clientela fiel.
O La Casserole surgiu em São Paulo, lembra Marie, num tempo em que o cardápio podia perfeitamente ser escrito somente em francês: "As pessoas que vinham aqui entendiam".
O endereço do Arouche colocou à disposição de quem ia ao Municipal ou aos demais teatros da região o conceito de bistrô, ou seja, o próprio dono comandando o salão e a cozinha, no início formatada por chefes trazidos da França especialmente para isso.
"Os chefes que vieram no começo reclamavam da falta de ingredientes como escargots, trutas. Diziam que não dava para fazer culinária francesa aqui. Meu pai chegou a pedir para um cliente criar trutas para ele..."
Com o tempo, esses contratempos foram superados e, há nada menos que 37 anos, um recorde, a cozinha foi assumida pelo ex-aprendiz Antônio Jerônimo da Silva, que lá está diariamente e cujos pratos, agora, vão ser reverenciados por chefs famosos no seguinte calendário:
Junho - Alex Atala (D.O.M): escargots da Marie;
Julho - Ana Cristina Zambelli (Cantaloup): mignon de vitela, risoto de lentilha e foie gras;
Agosto - Erick Jacquim (Café Antique): costeletas de cordeiro com crosta de mostarda;
Setembro - Lauren Suaudeau (Laurent): perdiz com favas;
Outubro - Salvatore Loi (Fasano): camarão à mediterrânea.
LA CASSEROLE
Onde: largo do Arouche, 346, centro, tel. 0/xx/11/3331-6283
Quando: de ter. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sáb., das 19h à 1h. dom., das 12h às 16h e das 19h às 23
La Casserole chega aos 50 e ganha reverência estrelada
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da Folha de S.Paulo
Numa cidade como São Paulo, onde restaurantes abrem e fecham num piscar de olhos, cinco décadas é um tempo respeitável. Ainda mais quando a casa mantém, além da regularidade exemplar da cozinha, o mesmo endereço, as mesmas instalações e o charme da época da inauguração.
Por isso os 50 anos do La Casserole, um dos mais tradicionais franceses da cidade, merece comemoração, com um festival de pratos clássicos da cozinha do país de origem de seus fundadores, interpretados por chefs estrelados que atuam em São Paulo.
O casal Henry, Roger e Fortunée, fundou o Casserole no que era à época um ponto chique da cidade, o largo do Arouche, bem defronte ao mercado de flores.
Ao longo do tempo, a região passou por transformações, perdeu o clima aristocrático, se deteriorou, viu crescer a violência no entorno, mas agora vivencia, como um prêmio pela resistência, o ressurgimento da área, dentro da revitalização do centro da cidade.
Há mais de uma década o casal não está à frente do negócio, que é pilotado pela filha Marie France. Mas tudo o que ele criou e deu a "cara" e a fama ao La Casserole permanece no simpático bistrô do largo do Arouche.
Do cardápio original de cinco décadas atrás, muitos pratos permanecem intocados. Não há mais a exagerada dezena de opções de omeletes, por exemplo, mas clássicos como o gigot (perna de cordeiro) com feijão branco, o coq au vin (galinha no molho de vinho) ou o rognon au Beaujolais (rins ao vinho tinto Beaujolais), e os profiteroles continuam firmes e na liderança dos pedidos por parte da clientela fiel.
O La Casserole surgiu em São Paulo, lembra Marie, num tempo em que o cardápio podia perfeitamente ser escrito somente em francês: "As pessoas que vinham aqui entendiam".
O endereço do Arouche colocou à disposição de quem ia ao Municipal ou aos demais teatros da região o conceito de bistrô, ou seja, o próprio dono comandando o salão e a cozinha, no início formatada por chefes trazidos da França especialmente para isso.
"Os chefes que vieram no começo reclamavam da falta de ingredientes como escargots, trutas. Diziam que não dava para fazer culinária francesa aqui. Meu pai chegou a pedir para um cliente criar trutas para ele..."
Com o tempo, esses contratempos foram superados e, há nada menos que 37 anos, um recorde, a cozinha foi assumida pelo ex-aprendiz Antônio Jerônimo da Silva, que lá está diariamente e cujos pratos, agora, vão ser reverenciados por chefs famosos no seguinte calendário:
Junho - Alex Atala (D.O.M): escargots da Marie;
Julho - Ana Cristina Zambelli (Cantaloup): mignon de vitela, risoto de lentilha e foie gras;
Agosto - Erick Jacquim (Café Antique): costeletas de cordeiro com crosta de mostarda;
Setembro - Lauren Suaudeau (Laurent): perdiz com favas;
Outubro - Salvatore Loi (Fasano): camarão à mediterrânea.
LA CASSEROLE
Onde: largo do Arouche, 346, centro, tel. 0/xx/11/3331-6283
Quando: de ter. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sáb., das 19h à 1h. dom., das 12h às 16h e das 19h às 23
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