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29/07/2004
-
08h35
da Folha de S.Paulo
Além da utilização de matéria-prima reciclada, algumas empresas investem no desenvolvimento de produtos alternativos para substituir processos danosos ao ambiente ou recursos escassos, como o algodão orgânico ou o naturalmente colorido e o couro vegetal.
Iniciada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) há cerca de seis anos, a cultura do algodão naturalmente colorido --vermelho, verde e marrom-- deixou os laboratórios para ganhar o mercado.
A nova espécie é uma saída aos estragos causados pelo tingimento químico, cujos resíduos do processo --muitas vezes não tratados antes de serem liberados-- são a principal "irregularidade" ambiental da indústria têxtil, segundo Eduardo San Martin, do Departamento de Meio Ambiente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção).
O algodão naturalmente colorido, também indicado para quem tem alergia a tinturas, já é a menina-dos-olhos de pequenos produtores de Campina Grande (PB), que virou o pólo brasileiro de plantio da espécie. O impulso econômico do produto fez surgir lá a Coopnatural, cooperativa de produção têxtil, e uma marca de roupas, a Natural Fashion.
Os pontos-de-venda da marca da cooperativa atraem, por enquanto, apenas os turistas, segundo Fábia Amorim, sócia-proprietária de uma das lojas. Um dos motivos da pouca atração ao mercado local é o preço final do produto: uma camiseta feminina sai por R$ 69,90.
O gestor ambiental Daniel Calderazzo explica que a razão dos altos preços de produtos desse tipo ainda é a baixa escala de produção. "Se não existe procura, a produção é pequena, o que inviabiliza a alta competitividade, responsável pela queda dos preços", diz.
Essa é a mesma razão por que os produtos da linha Amigos da Natureza, da Bibe, são cerca de 20% mais caros do que os convencionais da própria empresa. "É quase um trabalho artesanal", diz Ana Maria Mendes, estilista da coleção, que deve estar nas lojas em agosto.
O algodão orgânico também vai pelo mesmo caminho, com uma produção nacional equivalente a apenas 1% do plantio de algodão convencional. A espécie é cultivada sem agrotóxicos, evitando assim a contaminação de água e solo locais.
O alto custo da produção de algodão orgânico é uma desvantagem que a grife esportiva carioca Osklen considera temporária. Apesar de não ser grande, a diferença no preço chega ao consumidor final: uma camiseta "orgânica" custa R$ 79, enquanto que a de algodão convencional, da mesma marca, é vendida a R$ 67.
Desde 1991, o couro vegetal Treetap, da Amazon Life, tem sido oferecido aos consumidores como uma alternativa ideológica ao couro animal. Com aparência de tecido emborrachado, o material é feito de látex natural vulcanizado, extraído por seringueiros de reservas extrativistas do Acre. Os produtos fabricados são bolsas, mochilas e acessórios, cuja textura extremamente macia tem seu preço --uma bolsa para notebook sai por quase R$ 300.
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Empresas investem no desenvolvimento de produtos alternativos
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Além da utilização de matéria-prima reciclada, algumas empresas investem no desenvolvimento de produtos alternativos para substituir processos danosos ao ambiente ou recursos escassos, como o algodão orgânico ou o naturalmente colorido e o couro vegetal.
Iniciada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) há cerca de seis anos, a cultura do algodão naturalmente colorido --vermelho, verde e marrom-- deixou os laboratórios para ganhar o mercado.
A nova espécie é uma saída aos estragos causados pelo tingimento químico, cujos resíduos do processo --muitas vezes não tratados antes de serem liberados-- são a principal "irregularidade" ambiental da indústria têxtil, segundo Eduardo San Martin, do Departamento de Meio Ambiente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção).
O algodão naturalmente colorido, também indicado para quem tem alergia a tinturas, já é a menina-dos-olhos de pequenos produtores de Campina Grande (PB), que virou o pólo brasileiro de plantio da espécie. O impulso econômico do produto fez surgir lá a Coopnatural, cooperativa de produção têxtil, e uma marca de roupas, a Natural Fashion.
Os pontos-de-venda da marca da cooperativa atraem, por enquanto, apenas os turistas, segundo Fábia Amorim, sócia-proprietária de uma das lojas. Um dos motivos da pouca atração ao mercado local é o preço final do produto: uma camiseta feminina sai por R$ 69,90.
O gestor ambiental Daniel Calderazzo explica que a razão dos altos preços de produtos desse tipo ainda é a baixa escala de produção. "Se não existe procura, a produção é pequena, o que inviabiliza a alta competitividade, responsável pela queda dos preços", diz.
Essa é a mesma razão por que os produtos da linha Amigos da Natureza, da Bibe, são cerca de 20% mais caros do que os convencionais da própria empresa. "É quase um trabalho artesanal", diz Ana Maria Mendes, estilista da coleção, que deve estar nas lojas em agosto.
O algodão orgânico também vai pelo mesmo caminho, com uma produção nacional equivalente a apenas 1% do plantio de algodão convencional. A espécie é cultivada sem agrotóxicos, evitando assim a contaminação de água e solo locais.
O alto custo da produção de algodão orgânico é uma desvantagem que a grife esportiva carioca Osklen considera temporária. Apesar de não ser grande, a diferença no preço chega ao consumidor final: uma camiseta "orgânica" custa R$ 79, enquanto que a de algodão convencional, da mesma marca, é vendida a R$ 67.
Desde 1991, o couro vegetal Treetap, da Amazon Life, tem sido oferecido aos consumidores como uma alternativa ideológica ao couro animal. Com aparência de tecido emborrachado, o material é feito de látex natural vulcanizado, extraído por seringueiros de reservas extrativistas do Acre. Os produtos fabricados são bolsas, mochilas e acessórios, cuja textura extremamente macia tem seu preço --uma bolsa para notebook sai por quase R$ 300.
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