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29/07/2004
-
08h46
ANTONIO ARRUDA
free-lance para a Folha
Anteontem (27/07), foi realizado no hospital São Luiz, em São Paulo, o quinto transplante de menisco do país --o primeiro em um hospital da rede privada. Esse tipo de intervenção pode ser uma alternativa para as pessoas que tiveram de retirar o menisco --a cartilagem localizada entre o fêmur e a tíbia. Uma das origens mais comuns do dano no menisco está relacionada ao uso do joelho em movimentos de alto impacto, como nas atividades de esportistas.
"O procedimento é justamente para evitar que pessoas sem o menisco [que evita o desgate dos ossos do joelho] desenvolvam uma artrose no futuro", diz o ortopedista Ari Zekcer, que realizou o transplante e indica a cirurgia para os que apresentem um quadro de dor aguda e tenham menos de 45 anos.
O transplante é feito por meio de videoartroscopia (incisão de uma microcâmera no joelho), dura cerca de uma hora e exige apenas um dia de internação, segundo Zekcer. Após a operação, o paciente deve utilizar muleta por seis meses e fazer fisioterapia.
Como o menisco é uma célula morta, não há rejeição por parte do paciente, segundo Zekcer. "A única compatibilidade necessária é com relação ao tamanho do menisco: o do doador deve ser idêntico ao do receptor."
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o médico Neylor Lasmar, o transplante só deve ser realizado em adolescentes e crianças. Ele lembra que é consenso entre especialistas que "a retirada do menisco deve ser evitada ao máximo". Também contrário à retirada total da cartilagem, Gilberto Luis Camanho, ortopedista do HC (SP), diz que o transplante pode ser benéfico, mas lembra que "a literatura médica aponta a possibilidade de reversão depois de cerca de seis anos, ou seja, o menisco transplantado pode sofrer um novo desgaste".
Para os que teriam de procurar um menisco, há outro obstáculo: os dois bancos públicos de tecidos que são regularizados no Brasil, em Curitiba e no Rio de Janeiro, não possuem nenhum disponível atualmente.
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre transplantes
Brasil realiza quinto transplante de menisco
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free-lance para a Folha
Anteontem (27/07), foi realizado no hospital São Luiz, em São Paulo, o quinto transplante de menisco do país --o primeiro em um hospital da rede privada. Esse tipo de intervenção pode ser uma alternativa para as pessoas que tiveram de retirar o menisco --a cartilagem localizada entre o fêmur e a tíbia. Uma das origens mais comuns do dano no menisco está relacionada ao uso do joelho em movimentos de alto impacto, como nas atividades de esportistas.
"O procedimento é justamente para evitar que pessoas sem o menisco [que evita o desgate dos ossos do joelho] desenvolvam uma artrose no futuro", diz o ortopedista Ari Zekcer, que realizou o transplante e indica a cirurgia para os que apresentem um quadro de dor aguda e tenham menos de 45 anos.
O transplante é feito por meio de videoartroscopia (incisão de uma microcâmera no joelho), dura cerca de uma hora e exige apenas um dia de internação, segundo Zekcer. Após a operação, o paciente deve utilizar muleta por seis meses e fazer fisioterapia.
Como o menisco é uma célula morta, não há rejeição por parte do paciente, segundo Zekcer. "A única compatibilidade necessária é com relação ao tamanho do menisco: o do doador deve ser idêntico ao do receptor."
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o médico Neylor Lasmar, o transplante só deve ser realizado em adolescentes e crianças. Ele lembra que é consenso entre especialistas que "a retirada do menisco deve ser evitada ao máximo". Também contrário à retirada total da cartilagem, Gilberto Luis Camanho, ortopedista do HC (SP), diz que o transplante pode ser benéfico, mas lembra que "a literatura médica aponta a possibilidade de reversão depois de cerca de seis anos, ou seja, o menisco transplantado pode sofrer um novo desgaste".
Para os que teriam de procurar um menisco, há outro obstáculo: os dois bancos públicos de tecidos que são regularizados no Brasil, em Curitiba e no Rio de Janeiro, não possuem nenhum disponível atualmente.
Especial
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