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03/09/2001 - 14h31

Esportes radicais vão do lazer à profissão

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da Folha de S.Paulo

Os esportes radicais cada vez mais caminham para o profissionalismo e surgem como nova opção para o jovem interessado em seguir uma carreira esportiva ao transformar seu hobby em ganha-pão.

A cena de esportes de ação começou a mudar de figura quando atletas brasileiros ganharam destaque em competições internacionais, em especial os skatistas. "O que comprova o crescimento do skate no Brasil é o aumento da indústria de materiais específicos para o esporte", garante Alexandre Vianna, 26, presidente da Confederação Brasileira de Skate.

Segundo pesquisa da Prefeitura de São Paulo, o skate é o segundo esporte mais praticado na cidade.

Se, para surfistas e skatistas, viver do esporte já é uma realidade, praticantes de escalada, bungee jump e patinação in-line (nas modalidades vertical e street) começam a perceber mudanças só agora. "Se eu for viver de patins, morro de fome. Mas alguns eventos deste ano têm incentivado atletas e divulgado o esporte", entusiasma-se Vinícius Rosa, 19, adepto do chamado "agressive in-line" -patinação in-line em rampas verticais como as de skate.

No exterior, grande parte das modalidades de esporte de ação é encarada com a seriedade que o brasileiro aplica ao futebol. Prova disso foi a criação, em 95, do X-Games, uma espécie de olimpíada dos esportes radicais com competições de skate, patins in-line, bike vertical, motocross, skysurf, street luge (um rolimã aperfeiçoado), escalada e wakeboarding (tipo de esqui aquático com uma só prancha), com cerca de R$ 1,8 milhão em prêmios durante sua última edição. "O X-Games foi o trampolim dos esportes radicais em todo o mundo", diz Damon Michellepis, 22, profissional do skate vertical. "Hoje já vejo a molecada trocando a bola de futebol pelo skate."

A versão brasileira dos jogos foi batizada de Z-Games, teve sua primeira edição em março deste ano e já provocou um crescimento no mercado por meio do incentivo de atletas que não desfrutam das mesmas condições de esportistas patrocinados. Paralelamente, cresce o número de campeonatos locais e de circuitos amadores.

Thiago Cucci, 17, e Carlos Bertoleto, 17, praticam escalada vertical há três anos e recentemente receberam o apoio de empresas do ramo que foi transformado em um ralo patrocínio. "É um começo", diz Bertoleto.

"Por enquanto, não dá para sobreviver de escalada. No entanto meu atual patrocínio rende mais que o emprego que mantinha numa academia", conta Paloma Cardoso, 19, tetracampeã brasileira.

E quem pensa que a prática profissional de esportes radicais está mais para lazer que para trabalho, engana-se. "Treino quatro horas por dia. É preciso muita dedicação", conclui Michellepis. (FERNANDA MENA)


 

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