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02/06/2005 - 11h54

Academias se preparam e oferecem malhação terapêutica

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ANA PAULA DE OLIVEIRA
FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S. Paulo

A regra é clara: praticar atividade física regular é fundamental. No caso de recém-operados e portadores de doenças crônicas, como artrose, diabetes, hipertensão e problemas do coração, no entanto, freqüentar uma academia não costumava ser tarefa fácil --depois do exame médico, alguns eram gentilmente recusados e outros orientados a fazer apenas exercícios levíssimos e com poucos resultados. Para receber esses alunos, algumas academias começam a oferecer profissionais especializados e programas para auxiliar nos tratamentos.

"Quem tem problemas do coração é tratado como uma peça de louça prestes a se quebrar. Hoje, esse paciente tem no exercício a principal parte do tratamento, e as academias notaram que são clientes em potencial", diz Turíbio Leite de Barros Neto, do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Unifesp.

Para Paulo Sergio Gomes, presidente da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício, a grande oferta de academias de ginástica leva os empresários a abrir novas frentes. "Ainda são poucas as empresas que oferecem esses serviços com qualidade. Tem que investir em equipamentos e em treinamento", diz.

Segundo Djan Madruga, diretor da Associação Brasileira de Academias, os estabelecimentos têm que receber a população que não está sendo atendida. "Não dá para trabalhar só com o garoto que quer ficar sarado", diz.

"Nem todo mundo que vai a uma academia quer ficar com a bunda empinada. Quando se está doente, isso é a última coisa em que se pensa", brinca a publicitária Cláudia Cristine de Carvalho, 33, que, há dois anos, descobriu ter fibromialgia (síndrome de amplificação dolorosa por um desequilíbrio entre as substâncias que provocam e suprimem a dor) e optou por uma na academia. "Em vez de fazer exercícios com gente doente, fui procurar uma academia com pessoas saudáveis", diz.

Segundo a reumatologista Evelin Goldenberg, do hospital Albert Einstein, 50% dos fibromiálgicos que iniciam exercícios físicos desistem porque eles pioram a dor. Mas, quando bem orientados, eles melhoram os sintomas da doença, já que liberam substâncias analgésicas e promotoras do bem-estar.

Ambiente

A socialização é um dos benefícios que o ambiente de uma academia proporciona aos portadores de doenças. "A melhora do paciente não se dá apenas fisicamente mas também mentalmente", afirma o médico especialista em medicina do esporte Eduardo Roxo.

Para o fisioterapeuta e professor de educação física Marcus Vinicius Gomes, a vantagem é que o paciente sai do ambiente hospitalar e se sente mais sadio. Gomes dirige a N&T, clínica que monta programas de atividades físicas para pacientes com problemas psiquiátricos (como síndrome de pânico), lesões na coluna e hipertensão, entre outras doenças.

Há dois anos, a academia Companhia Atlética, do Rio, fez uma parceria com a N&T, que passou a funcionar também dentro do local. "Mandamos um relatório mensal para o médico dizendo como o paciente está e de que forma suportou os exercícios", diz Gomes.

Assim como a Companhia Atlética, outras academias têm feito parcerias com clínicas de saúde. Nas instalações da Reebok, em São Paulo, por exemplo, começou a funcionar há dois meses o Instituto Vita, de ortopedia e fisioterapia. "Além da comodidade do aluno, é importante que o instrutor fique em contato com profissionais de outras áreas", diz Márcio Barone, coordenador da área de musculação de uma das unidades da Reebok.

A economista e corredora amadora Cristiane Lopes Esteves, 35, precisava fazer uma cirurgia por causa de uma lesão no quadril. "A equipe de fisioterapia daqui [Reebok] me indicou fazer algumas sessões para ver se meu problema poderia ser corrigido sem operação. Hoje já consigo correr sem sentir dor. Não vou precisar passar pela cirurgia."

Além das academias convencionais, há locais que foram criados especialmente com a filosofia de exercícios como parte do tratamento médico. É o caso da B-Active, que começou, há dez anos, como um projeto experimental na USP e funciona há nove meses. "Somos diferentes das academias convencionais, pois nosso foco é a saúde. A estética vem como conseqüência", diz Benjamin Apter, um dos diretores da B-Active.

Foi na avaliação médica feita pela B-Active que a bióloga e pesquisadora Mariana Lopes dos Santos, 28, foi diagnosticada com pré-artrose. "Fiquei surpresa quando recebi esse diagnóstico de uma academia de ginástica", diz ela, que, depois de três meses, não sente mais dores no joelho.

Assim como a B-Active, a Clube do Corpo, em Presidente Prudente (SP), nasceu com a preocupação com a saúde. A proprietária, Olimpia Ciabattari, teve lesões nos dois joelhos nos anos 80 e até hoje possui restrições para alguns exercícios. Jornalista na época, ela graduou-se em educação física e, quando montou sua academia, há três anos, usou sua experiência para criar um programa de atendimento para alunos com problemas diversos.

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