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15/09/2001
-
17h20
da Revista da Folha
É possível, sim, sentir-se linda com uma barriga enorme e alguns quilos a mais. Mas isso requer cuidados com a alimentação, além de atividades físicas e hidratação extra da pele. "Pelo menos 80% do resultado depende da alimentação", diz a obstetra Carla Goés Sallet, autora de "Grávida e Bela". "O resto é inválido sem isso."
A médica conta que já atendeu gestantes que engordaram dentro do recomendado (9 a 12 kg) e, mesmo com exercícios e hidratantes, ficaram cheias de estrias. "O corpo delas não tinha proteínas suficientes para garantir uma pele saudável."
Garantida a alimentação correta, os cuidados estéticos podem fazer diferença. Que o diga a professora de educação física Cristiane Pesseti Rosa, 28, cujo parto do segundo filho está marcado para esta semana. Cristiane engordou só 12 kg, o mesmo que na primeira gestação, graças aos exercícios regulares e à alimentação balanceada. Mas desta vez ela fez também endermologia (espécie de drenagem linfática) e sessões de hidratação, duas vezes por semana, e diz que suas pernas incharam menos e até agora não apareceram estrias.
É bom lembrar que controlar o peso não é só uma questão de vaidade. Além de não trazer nenhuma vantagem ao bebê -não significa que ele será grande ou saudável-, engordar demais sobrecarrega os músculos da mulher, provoca dores nas pernas e costas, aumenta a fadiga, faz surgir varizes e pode dificultar o parto. "O importante é comer de tudo, mas com bom senso", orienta Carla Sallet.
O excesso de peso pode ainda influenciar de forma negativa a auto-estima da gestante. Por causa do aumento do estrógeno, o hormônio feminino, na corrente sanguínea, a gravidez acaba aguçando a feminilidade da mulher. "Ela fica mais sensível à própria aparência", afirma a psicóloga Doris Carmi, da Mammy to Be, espaço de saúde e beleza de gestantes.
A modelo Dalva Kloki, 20, grávida de oito meses, conta que ficou muito insegura nos primeiros meses, se sentia gorda e desajeitada e até evitava sair de casa. "Meu marido, minha mãe, todo mundo começou a dizer que aquilo era bobagem e, aos poucos, eu me convenci", diz a modelo, que fez hidroginástica até o sétimo mês e segue à risca uma alimentação balanceada, rica em frutas e verduras.
Dalva conta que até algumas preferências pessoais podem mudar com a gravidez. "Passei a usar mais roupas bem coloridas, coisa que eu não fazia. Talvez porque eu me sinta mais feminina, mais mulher", afirma a modelo.
Doris Carmi lembra que todas as emoções da mãe são transmitidas ao feto. "É uma questão emocional, não só estética. Quanto mais bonita ela se sentir, melhor para o bem-estar do bebê", afirma. Para que isso aconteça, é preciso prestar atenção a um tripé básico:
Alimentação
As necessidades nutricionais aumentam durante a gravidez. No primeiro trimestre, o ideal é acrescentar 100 calorias diárias a mais na dieta, que deve ser equilibrada. Dê preferência a alimentos ricos em vitaminas (frutas, verduras), cálcio (leite e derivados), ferro (carne, ovos, vegetais de folhas verdes), carboidratos (massas) e ácido fólico (brócolis, salmão).
A partir do segundo trimestre (quarto mês), adicione mais 200 calorias, ingerindo 300 calorias extras até o final da gestação. A frequência do consumo também é relevante. Alimentar-se em pequenas quantidades a cada duas ou três horas é o ideal. A gestante deve beber pelo menos dois litros de água diariamente.
Exercícios
Atividades físicas reduzem o estresse, aumentam a resistência cardiorrespiratória e fortalecem a musculatura, evitando problemas com a postura. Além disso, músculos fortes na região do períneo facilitam o trabalho de parto e diminuem os riscos de distopia genital ("queda da bexiga").
O abdômen fortalecido também favorece o processo de recuperação pós-parto, principalmente em casos de cesárea.
O obstetra vai determinar, após uma avaliação física, qual a melhor atividade para a gestante. Natação, hidroginástica e alongamento são as mais recomendadas.
Mulheres que já praticavam exercício antes de engravidar podem continuar a atividade, mas precisam estar atentas ao ritmo. Todo exercício deve ser feito sob orientação profissional.
Pele
Necessita de cuidado redobrado. Para tentar evitar estrias, recomenda-se o uso de óleos e hidratantes pelo menos duas vezes ao dia. A hidratação deve ser feita no corpo inteiro, dando ênfase à região dos glúteos e do abdômen.
"É importante que a mãe esteja atenta ao princípio ativo dos cosméticos usados", alerta a esteticista Maria Célia Grandinetti, da clínica Mammy to Be. Alguns produtos são transdérmicos, ou seja, caem na corrente sanguínea e podem chegar à placenta. "O ideal é pedir ajuda ao médico ou especialistas", recomenda.
Comum na gravidez, o cloasma -manchas nas bochechas, testa e lábio superior- pode agravar-se com a exposição ao sol. Atinge até 70% das gestantes e só pode ser tratado após o nascimento. Por isso, filtros solares (a partir do fator 15) devem ser usados diariamente.
Tratamentos como drenagem linfática, gomage e massagens, oferecidos por clínicas especializadas, favorecem a circulação sanguínea. Diminuem o inchaço provocado pela retenção de líquido e previnem contra as indesejáveis celulites.
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É possível, sim, sentir-se linda com uma barriga enorme e alguns quilos a mais. Mas isso requer cuidados com a alimentação, além de atividades físicas e hidratação extra da pele. "Pelo menos 80% do resultado depende da alimentação", diz a obstetra Carla Goés Sallet, autora de "Grávida e Bela". "O resto é inválido sem isso."
A médica conta que já atendeu gestantes que engordaram dentro do recomendado (9 a 12 kg) e, mesmo com exercícios e hidratantes, ficaram cheias de estrias. "O corpo delas não tinha proteínas suficientes para garantir uma pele saudável."
Garantida a alimentação correta, os cuidados estéticos podem fazer diferença. Que o diga a professora de educação física Cristiane Pesseti Rosa, 28, cujo parto do segundo filho está marcado para esta semana. Cristiane engordou só 12 kg, o mesmo que na primeira gestação, graças aos exercícios regulares e à alimentação balanceada. Mas desta vez ela fez também endermologia (espécie de drenagem linfática) e sessões de hidratação, duas vezes por semana, e diz que suas pernas incharam menos e até agora não apareceram estrias.
É bom lembrar que controlar o peso não é só uma questão de vaidade. Além de não trazer nenhuma vantagem ao bebê -não significa que ele será grande ou saudável-, engordar demais sobrecarrega os músculos da mulher, provoca dores nas pernas e costas, aumenta a fadiga, faz surgir varizes e pode dificultar o parto. "O importante é comer de tudo, mas com bom senso", orienta Carla Sallet.
O excesso de peso pode ainda influenciar de forma negativa a auto-estima da gestante. Por causa do aumento do estrógeno, o hormônio feminino, na corrente sanguínea, a gravidez acaba aguçando a feminilidade da mulher. "Ela fica mais sensível à própria aparência", afirma a psicóloga Doris Carmi, da Mammy to Be, espaço de saúde e beleza de gestantes.
A modelo Dalva Kloki, 20, grávida de oito meses, conta que ficou muito insegura nos primeiros meses, se sentia gorda e desajeitada e até evitava sair de casa. "Meu marido, minha mãe, todo mundo começou a dizer que aquilo era bobagem e, aos poucos, eu me convenci", diz a modelo, que fez hidroginástica até o sétimo mês e segue à risca uma alimentação balanceada, rica em frutas e verduras.
Dalva conta que até algumas preferências pessoais podem mudar com a gravidez. "Passei a usar mais roupas bem coloridas, coisa que eu não fazia. Talvez porque eu me sinta mais feminina, mais mulher", afirma a modelo.
Doris Carmi lembra que todas as emoções da mãe são transmitidas ao feto. "É uma questão emocional, não só estética. Quanto mais bonita ela se sentir, melhor para o bem-estar do bebê", afirma. Para que isso aconteça, é preciso prestar atenção a um tripé básico:
Alimentação
As necessidades nutricionais aumentam durante a gravidez. No primeiro trimestre, o ideal é acrescentar 100 calorias diárias a mais na dieta, que deve ser equilibrada. Dê preferência a alimentos ricos em vitaminas (frutas, verduras), cálcio (leite e derivados), ferro (carne, ovos, vegetais de folhas verdes), carboidratos (massas) e ácido fólico (brócolis, salmão).
A partir do segundo trimestre (quarto mês), adicione mais 200 calorias, ingerindo 300 calorias extras até o final da gestação. A frequência do consumo também é relevante. Alimentar-se em pequenas quantidades a cada duas ou três horas é o ideal. A gestante deve beber pelo menos dois litros de água diariamente.
Exercícios
Atividades físicas reduzem o estresse, aumentam a resistência cardiorrespiratória e fortalecem a musculatura, evitando problemas com a postura. Além disso, músculos fortes na região do períneo facilitam o trabalho de parto e diminuem os riscos de distopia genital ("queda da bexiga").
O abdômen fortalecido também favorece o processo de recuperação pós-parto, principalmente em casos de cesárea.
O obstetra vai determinar, após uma avaliação física, qual a melhor atividade para a gestante. Natação, hidroginástica e alongamento são as mais recomendadas.
Mulheres que já praticavam exercício antes de engravidar podem continuar a atividade, mas precisam estar atentas ao ritmo. Todo exercício deve ser feito sob orientação profissional.
Pele
Necessita de cuidado redobrado. Para tentar evitar estrias, recomenda-se o uso de óleos e hidratantes pelo menos duas vezes ao dia. A hidratação deve ser feita no corpo inteiro, dando ênfase à região dos glúteos e do abdômen.
"É importante que a mãe esteja atenta ao princípio ativo dos cosméticos usados", alerta a esteticista Maria Célia Grandinetti, da clínica Mammy to Be. Alguns produtos são transdérmicos, ou seja, caem na corrente sanguínea e podem chegar à placenta. "O ideal é pedir ajuda ao médico ou especialistas", recomenda.
Comum na gravidez, o cloasma -manchas nas bochechas, testa e lábio superior- pode agravar-se com a exposição ao sol. Atinge até 70% das gestantes e só pode ser tratado após o nascimento. Por isso, filtros solares (a partir do fator 15) devem ser usados diariamente.
Tratamentos como drenagem linfática, gomage e massagens, oferecidos por clínicas especializadas, favorecem a circulação sanguínea. Diminuem o inchaço provocado pela retenção de líquido e previnem contra as indesejáveis celulites.
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