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20/07/2006
-
11h52
FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo
A frase da capa deste caderno pode não ser familiar --ou até mesmo parecer inverossímil-- para a maioria dos pais de crianças pequenas. Afinal, com tantos apelos ao paladar infantil, poucas são as que trocariam, de bom grado, um hambúrguer com cheddar ou um bife recém-saído da frigideira por um prato de verduras, legumes e cereais.
Mas quem educa os filhos no vegetarianismo garante que dá para banir do cardápio a carne e mesmo outros produtos de origem animal, como leite e ovos, sem choro e, mais ainda, sem prejudicar a saúde da criança.
De fato, na infância e na adolescência, é fundamental manter uma alimentação adequada, já que disso dependem o crescimento e o desenvolvimento saudáveis. Quando se trata de uma dieta que restringe alimentos, os cuidados devem ser redobrados.
A discussão sobre o tema fica mais evidente com o crescimento do número de adeptos: não há dados no Brasil, mas, no Reino Unido, por exemplo, estima-se que a porcentagem cresceu de 1,8% da população nos anos 80 para de 3% a 7% em 2001. No 1º Congresso Vegetariano Latino-Americano (www.svb.org.br), que ocorre em São Paulo entre 4 e 8 de agosto, duas palestras abordarão especificamente a alimentação de crianças.
"As principais preocupações em relação às crianças vegetarianas se concentram no ferro, no cálcio, na vitamina B12, no zinco e, quando não há suficiente exposição ao sol, na vitamina D. Alimentos de origem animal, fontes mais ricas desses nutrientes, são muito importantes nessa fase de grande desenvolvimento", afirma a nutricionista Silvia Cozzolino, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição.
Para ela, os ovolactovegetarianos --que banem só as carnes-- correm menos risco de ter deficiência nutricional do que os veganos, também conhecidos como vegan ou vegetarianos estritos --que não aceitam nenhum produto de origem animal, como laticínios, ovos e gelatina. "Os ovolactovegetarianos ingerem mais proteínas de origem animal e cálcio, além de outras vitaminas e minerais, ao passo que as dietas mais restritas trazem mais riscos, principalmente se seguidas sem orientação."
O pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, coordenador clínico do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz que estudos de sua equipe mostram que os ovolactovegetarianos apresentam estado nutricional adequado "se não forem radicais". Já os veganos, de acordo com ele, teriam mais problemas.
Mas, segundo o nutrólogo Eric Slywitch, coordenador do departamento de medicina e nutrição da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), estudos provam que mesmo a dieta vegana pode suprir as necessidades da infância e da adolescência. "As pesquisas que indicam crescimento insuficiente são, em geral, feitas com crianças que seguem dietas muito restritas, como certas macrobióticas que não têm qualquer variedade e que nem sempre são vegetarianas. Isso é passar fome, e não ser vegetariano."
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da Folha de S.Paulo
A frase da capa deste caderno pode não ser familiar --ou até mesmo parecer inverossímil-- para a maioria dos pais de crianças pequenas. Afinal, com tantos apelos ao paladar infantil, poucas são as que trocariam, de bom grado, um hambúrguer com cheddar ou um bife recém-saído da frigideira por um prato de verduras, legumes e cereais.
Mas quem educa os filhos no vegetarianismo garante que dá para banir do cardápio a carne e mesmo outros produtos de origem animal, como leite e ovos, sem choro e, mais ainda, sem prejudicar a saúde da criança.
De fato, na infância e na adolescência, é fundamental manter uma alimentação adequada, já que disso dependem o crescimento e o desenvolvimento saudáveis. Quando se trata de uma dieta que restringe alimentos, os cuidados devem ser redobrados.
A discussão sobre o tema fica mais evidente com o crescimento do número de adeptos: não há dados no Brasil, mas, no Reino Unido, por exemplo, estima-se que a porcentagem cresceu de 1,8% da população nos anos 80 para de 3% a 7% em 2001. No 1º Congresso Vegetariano Latino-Americano (www.svb.org.br), que ocorre em São Paulo entre 4 e 8 de agosto, duas palestras abordarão especificamente a alimentação de crianças.
"As principais preocupações em relação às crianças vegetarianas se concentram no ferro, no cálcio, na vitamina B12, no zinco e, quando não há suficiente exposição ao sol, na vitamina D. Alimentos de origem animal, fontes mais ricas desses nutrientes, são muito importantes nessa fase de grande desenvolvimento", afirma a nutricionista Silvia Cozzolino, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição.
Para ela, os ovolactovegetarianos --que banem só as carnes-- correm menos risco de ter deficiência nutricional do que os veganos, também conhecidos como vegan ou vegetarianos estritos --que não aceitam nenhum produto de origem animal, como laticínios, ovos e gelatina. "Os ovolactovegetarianos ingerem mais proteínas de origem animal e cálcio, além de outras vitaminas e minerais, ao passo que as dietas mais restritas trazem mais riscos, principalmente se seguidas sem orientação."
O pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, coordenador clínico do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz que estudos de sua equipe mostram que os ovolactovegetarianos apresentam estado nutricional adequado "se não forem radicais". Já os veganos, de acordo com ele, teriam mais problemas.
Mas, segundo o nutrólogo Eric Slywitch, coordenador do departamento de medicina e nutrição da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), estudos provam que mesmo a dieta vegana pode suprir as necessidades da infância e da adolescência. "As pesquisas que indicam crescimento insuficiente são, em geral, feitas com crianças que seguem dietas muito restritas, como certas macrobióticas que não têm qualquer variedade e que nem sempre são vegetarianas. Isso é passar fome, e não ser vegetariano."
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