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22/11/2001 - 09h23

Internautas cinquentões viajam no tempo com MP3

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KÁTIA FERRAZ
free-lance para a Folha

Baixar músicas da internet e montar CDs pessoais não é mais programa típico de adolescente, segundo mostra pesquisa divulgada pela Jupiter Media Metrix, líder mundial e pioneira em medição de internet e mídia digital. Uma nova categoria de usuário, com mais de 50 anos, tem explorado a web para relembrar os velhos tempos, ouvindo sites de música ou adquirindo raridades.

O número de internautas brasileiros com mais de 55 anos cresceu mais do que o dobro em relação ao início do ano. Nos EUA, o número de visitantes com mais de 50 a sites de música cresceu 92% em relação a junho de 99, ultrapassando o crescimento de 45% da população norte-americana em geral que acessou sites de música no mesmo período.

Essa tendência pode ser considerada mundial, diz Angela Marsiaj, diretora-geral da Media Metrix. "Quando falamos em fenômenos da internet, o início sempre ocorre em terras norte-americanas, imediatamente prosseguindo para o restante do mundo, incluindo o Brasil."

"É uma maneira de viajar no tempo e recordar momentos tão felizes de minha vida", diz o professor aposentado Hélio Morkazel, 67, de Itajubá, MG, onde passa horas a fio conectado, ouvindo música na rede. "Meu filho me explicou os mecanismos para encontrar as melhores rádios de acordo com o meu gosto. Existem rádios que tocam seleções inteiras de bolero. Gosto também de ouvir músicas clássicas, samba e alguns tangos. É como se eu fizesse uma viagem no tempo, só que com tecnologia moderna", diz Morkazel, que recentemente se iniciou no mundo do comércio eletrônico de CDs.

Encontro com Krall Jazz e música clássica são as grandes paixões do representante comercial Roberto Torturete, 51. Autodidata em informática, Roberto é um aficionado pela internet desde os tempos da BBS (sistema que antecedeu os provedores convencionais). "Como sempre gostei de música, encontrei aqui a forma ideal para encontrar meus artistas prediletos, como a cantora de jazz Diana Krall. Gravo meus próprios CDs com canções que dificilmente encontraria nas lojas. Apesar de baixar as músicas pelo formato MP3, não deixei de adquirir os CDs nas lojas."

O aposentado Francisco Oliveira Neves, 60, começou suas investidas no mundo virtual há poucos meses. "Ouvia meus netos comentando, mas não sabia que poderia eu mesmo ser um usuário em potencial. Fico maravilhado em poder escutar meus boleros prediletos, músicas das "big bands" e clássicos da música brasileira. É tudo tão fácil, e os sites oferecem algumas músicas que temos dificuldade em encontrar nas lojas, como alguns boleros antigos que gravei recentemente no meu computador", diz.

Outro aposentado, Hildebrando Lambert, 65, diz que a "internet é riquíssima em sua diversidade. Sabendo procurar, a oferta é infinita".
"É uma terapia para mim. Gravo as músicas de minha preferência, como boleros e algumas canções religiosas, como a "Ave, Maria'", diz o motorista de táxi Hugo Ferreira Pinto, 65.

Leia mais:

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