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Twitter ajuda a disseminar dados incorretos sobre antibióticos
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GABRIELA CUPANI
da Reportagem Local
O Twitter, rede social em que os participantes publicam mensagens curtas, vem sendo usado para disseminar informações incorretas sobre o uso de remédios, principalmente antibióticos, revela uma pesquisa da Universidade Columbia, publicada no "American Journal of Infection Control".
Embora muitos profissionais e instituições utilizem o serviço da internet para divulgar informações sérias, o objetivo dos pesquisadores era explorar evidências de uso inadequado de medicamentos e avaliar como as pessoas partilham esse tipo de informação no Twitter.
Entre março e julho de 2009, eles analisaram o conteúdo de mais de 50 mil "tweets", ou mensagens, que mencionavam a palavra antibióticos. Depois, selecionaram mil deles, que foram categorizados em grupos conforme o assunto abordado --como uso geral, efeitos colaterais e conselhos sobre tratamentos. Indícios de mau uso foram detectados a partir da busca de combinações de palavras como gripe e antibióticos ou resfriado e antibióticos -o uso de antibióticos não é recomendado nesses casos porque são doenças virais.
Editoria de Arte/Folha Imagem | ||
Entre os exemplos de mau uso dos antibióticos, os pesquisadores observaram mensagens contendo conselhos como "tome antibióticos se a doença for séria". Os autores alertam que esses dados podem se espalhar rapidamente para uma grande audiência.
"Isso é gravíssimo. Trata-se de automedicação irresponsável", diz a presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Raquel Rizzi. Segundo ela, a automedicação é um hábito do brasileiro, que costuma tomar remédios sem indicação médica ou por conselho de amigos e parentes. "Isso pode mascarar sintomas, trazer sérios efeitos colaterais e causar resistência bacteriana", alerta ela. "Mesmo diante de um simples resfriado, a pessoa deve procurar orientação de um profissional da saúde."
"O problema é que todo mundo acredita em tudo o que está na internet e ela virou uma espécie de comadre fofoqueira", diz Paulo Olzon, chefe da disciplina de clínica médica da Universidade Federal de São Paulo. "Isso cria uma desconfiança em relação às informações sérias."
Para o endocrinologista Marcio Mancini, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, muitos usam o microblog como bate-papo, e não como fonte de informação. Ele costuma postar no Twitter informações sobre pesquisas e notícias médicas relevantes.
Em sua opinião, a possibilidade de selecionar a informação que a pessoa quer receber e passar adiante deveria ser usada para dados confiáveis. A FDA (agência americana que regula alimentos e remédios) estuda regras para redes sociais e propaganda na internet.
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