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07/03/2002
-
08h56
da Folha de S.Paulo
O envelhecimento, diz o biólogo Moisés Evandro Bauer, do Instituto de Pesquisas Biomédicas da Faculdade de Biociências da PUC do Rio Grande do Sul, é um desequilíbrio hormonal intenso. "Na velhice, os hormônios, em geral, decaem, com exceção do cortisol, um dos hormônios do estresse. As alterações endócrinas mais importantes nessa fase da vida são justamente o aumento do cortisol e a queda do DHEA. Isso leva à alteração da resposta imunológica do idoso", diz Bauer, que se dedica ao estudo das alterações imunológicas associadas ao estresse. Atualmente, ele coordena uma pesquisa que visa comparar idosos saudáveis com idosos que apresentam doenças auto-imunes, como artrite reumatóide, frequente nessa faixa etária e cuja relação com o estresse já é comprovada.
Um grupo de pessoas submetidas a estresse crônico foi estudado por Bauer para sua tese de doutorado: os idosos saudáveis que cuidam de seus parceiros portadores de mal de Alzheimer. "Além do trabalho físico estressante, de dar comida, lavar, trocar a roupa, a pessoa vê um ente querido definhando, sem perspectiva de recuperação e em sofrimento. É vida em luto", diz ele. As alterações hormonais que ocorrem nesses cuidadores, decorrentes do estresse, são muito significativas. "A resposta imunológica do idoso é mais baixa que a do jovem. Somada a estresse e depressão, derruba-o ainda mais e o torna mais susceptível ao câncer e à artrite", explica Bauer.
Agora, na PUC-RS, uma aluna vai estudar um grupo de jovens cuidadores de idosos com doenças degenerativas para comparação dos estragos feitos pelo estresse.
Crescimento interrompido
Uma das relações mais bem documentadas pela ciência entre estresse e doença refere-se ao nanismo psicogênico (de causa psicológica), que, no Brasil, está ligado principalmente aos maus-tratos de crianças. "Não há deficiência alimentar nem cultural, a criança é que, submetida a essa situação de estresse tão grave, simplesmente pára de produzir o hormônio do crescimento, o GH", explica Bauer. Mas, se for retirada das mãos do agressor e for bem assistida, volta a crescer normalmente.
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O envelhecimento, diz o biólogo Moisés Evandro Bauer, do Instituto de Pesquisas Biomédicas da Faculdade de Biociências da PUC do Rio Grande do Sul, é um desequilíbrio hormonal intenso. "Na velhice, os hormônios, em geral, decaem, com exceção do cortisol, um dos hormônios do estresse. As alterações endócrinas mais importantes nessa fase da vida são justamente o aumento do cortisol e a queda do DHEA. Isso leva à alteração da resposta imunológica do idoso", diz Bauer, que se dedica ao estudo das alterações imunológicas associadas ao estresse. Atualmente, ele coordena uma pesquisa que visa comparar idosos saudáveis com idosos que apresentam doenças auto-imunes, como artrite reumatóide, frequente nessa faixa etária e cuja relação com o estresse já é comprovada.
Um grupo de pessoas submetidas a estresse crônico foi estudado por Bauer para sua tese de doutorado: os idosos saudáveis que cuidam de seus parceiros portadores de mal de Alzheimer. "Além do trabalho físico estressante, de dar comida, lavar, trocar a roupa, a pessoa vê um ente querido definhando, sem perspectiva de recuperação e em sofrimento. É vida em luto", diz ele. As alterações hormonais que ocorrem nesses cuidadores, decorrentes do estresse, são muito significativas. "A resposta imunológica do idoso é mais baixa que a do jovem. Somada a estresse e depressão, derruba-o ainda mais e o torna mais susceptível ao câncer e à artrite", explica Bauer.
Agora, na PUC-RS, uma aluna vai estudar um grupo de jovens cuidadores de idosos com doenças degenerativas para comparação dos estragos feitos pelo estresse.
Crescimento interrompido
Uma das relações mais bem documentadas pela ciência entre estresse e doença refere-se ao nanismo psicogênico (de causa psicológica), que, no Brasil, está ligado principalmente aos maus-tratos de crianças. "Não há deficiência alimentar nem cultural, a criança é que, submetida a essa situação de estresse tão grave, simplesmente pára de produzir o hormônio do crescimento, o GH", explica Bauer. Mas, se for retirada das mãos do agressor e for bem assistida, volta a crescer normalmente.
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