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03/02/2001
-
11h43
ANA FRANCISCA PONZIO
da Folha de S.Paulo
Com o 1º Panorama Sesi de Dança, que começa hoje e se estende até o domingo de Carnaval, São Paulo ganha um evento permanente de dança em um dos teatros referenciais da cidade.
"A perspectiva, no futuro, é apresentar também grupos estrangeiros. Nesta primeira edição, a programação se concentra em companhias paulistas, mas em 2002 se abrirá para todo o Brasil", diz Silvio Anaz, coordenador do Centro Cultural Fiesp e um dos organizadores da mostra, que ocupará o palco do Teatro Popular do Sesi.
Hoje, a inauguração do Panorama Sesi fica por conta da Cia. 2 Nova Dança, que interpreta "Toda Coisa se Desfaz", de Adriana Grechi.
Baseada em uma técnica que Adriana chama de "escuta", a coreografia procura retirar sua vitalidade das parcerias entre os integrantes do elenco, que devem permanecer atentos aos movimentos e reações uns dos outros.
Por meio de tal postura, expressam o caráter transitório das coisas, inclusive dos gestos e estados de ânimo.
Nos 12 espetáculos que serão apresentados pelas sete companhias participantes (veja programação nesta página), a identidade urbana aparece como temática dominante.
Em "Acordei Pensando em Bombas...", que a Cia. Nova Dança 4 interpreta amanhã, as inquietações vividas nas grandes metrópoles servem de fio condutor nessa bem-sucedida colaboração entre Cristiane Paoli Quito e Tica Lemos.
"Adoniran", concebido por Sérgio Rocha, Aguinaldo Bueno e Ricardo Iazzetta, da Cia. 3 de Paus, é uma apologia paulistana inspirada no universo musical de Adoniran Barbosa.
Também é de Iazzetta a coreografia "Rap.Xote", sobre as confluências culturais de São Paulo, onde as manifestações nordestinas se cruzam com o hip hop das periferias, que a Cia. de Danças de Diadema apresenta no dia 16.
A mesma companhia dança no dia 15 a peça "Tresmaium", de Henrique Rodovalho.
Coreógrafo que dirige em Goiânia o grupo Quasar, Rodovalho também se valeu das relações humanas na urbe contemporânea para criar "In Pulso", uma das obras que o Balé da Cidade de São Paulo mostra nos dias 22 e 23, num programa que ainda inclui "Shogun", de Ivonice Satie, "Trindade", de Luiz Arrieta, e "Axioma 7", do israelense Ohad Naharin.
Ao longo da programação, o festival permite rever criações que já marcaram presença nos palcos paulistanos _como "Slices", de Renata Mello.
As duas novidades são "Senhor dos Anjos?", de Sandro Borelli, e "Omnibus", de Fernando Lee, que estréiam na cidade durante a mostra.
"Senhor dos Anjos?", interpretada pelo grupo F. A. R. 15, inspira-se em "Eu e Outras Poesias", obra única de Augusto dos Anjos (1884-1914).
"Pela poesia inquietante desse artista, rejeitado em sua época e ainda atual, procuro falar da contagem de tempo que a consciência da morte impõe ao ser humano. Para evitar o medo da condição mortal, criamos um monte de artifícios ao longo da vida", diz Borelli.
Com "Omnibus", sua nova criação, o coreógrafo paulistano Fernando Lee leva para o palco do Sesi o seu conceito de "musical contemporâneo brasileiro". "Omnibus é um nome latino, que significa 'para todos'.
Interpretando situações e imagens que acontecem nos meios coletivos de transportes urbanos, procuro alcançar a sagração das manifestações populares, que conseguem fazer com que todos cantem, dancem e interpretem", diz Lee, que reúne atores, músicos e bailarinos no Omstrab, grupo por ele fundado em 1994.
Doze espetáculos invadem teatro do Sesi em SP
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da Folha de S.Paulo
Com o 1º Panorama Sesi de Dança, que começa hoje e se estende até o domingo de Carnaval, São Paulo ganha um evento permanente de dança em um dos teatros referenciais da cidade.
"A perspectiva, no futuro, é apresentar também grupos estrangeiros. Nesta primeira edição, a programação se concentra em companhias paulistas, mas em 2002 se abrirá para todo o Brasil", diz Silvio Anaz, coordenador do Centro Cultural Fiesp e um dos organizadores da mostra, que ocupará o palco do Teatro Popular do Sesi.
Hoje, a inauguração do Panorama Sesi fica por conta da Cia. 2 Nova Dança, que interpreta "Toda Coisa se Desfaz", de Adriana Grechi.
Baseada em uma técnica que Adriana chama de "escuta", a coreografia procura retirar sua vitalidade das parcerias entre os integrantes do elenco, que devem permanecer atentos aos movimentos e reações uns dos outros.
Por meio de tal postura, expressam o caráter transitório das coisas, inclusive dos gestos e estados de ânimo.
Nos 12 espetáculos que serão apresentados pelas sete companhias participantes (veja programação nesta página), a identidade urbana aparece como temática dominante.
Em "Acordei Pensando em Bombas...", que a Cia. Nova Dança 4 interpreta amanhã, as inquietações vividas nas grandes metrópoles servem de fio condutor nessa bem-sucedida colaboração entre Cristiane Paoli Quito e Tica Lemos.
"Adoniran", concebido por Sérgio Rocha, Aguinaldo Bueno e Ricardo Iazzetta, da Cia. 3 de Paus, é uma apologia paulistana inspirada no universo musical de Adoniran Barbosa.
Também é de Iazzetta a coreografia "Rap.Xote", sobre as confluências culturais de São Paulo, onde as manifestações nordestinas se cruzam com o hip hop das periferias, que a Cia. de Danças de Diadema apresenta no dia 16.
A mesma companhia dança no dia 15 a peça "Tresmaium", de Henrique Rodovalho.
Coreógrafo que dirige em Goiânia o grupo Quasar, Rodovalho também se valeu das relações humanas na urbe contemporânea para criar "In Pulso", uma das obras que o Balé da Cidade de São Paulo mostra nos dias 22 e 23, num programa que ainda inclui "Shogun", de Ivonice Satie, "Trindade", de Luiz Arrieta, e "Axioma 7", do israelense Ohad Naharin.
Ao longo da programação, o festival permite rever criações que já marcaram presença nos palcos paulistanos _como "Slices", de Renata Mello.
As duas novidades são "Senhor dos Anjos?", de Sandro Borelli, e "Omnibus", de Fernando Lee, que estréiam na cidade durante a mostra.
"Senhor dos Anjos?", interpretada pelo grupo F. A. R. 15, inspira-se em "Eu e Outras Poesias", obra única de Augusto dos Anjos (1884-1914).
"Pela poesia inquietante desse artista, rejeitado em sua época e ainda atual, procuro falar da contagem de tempo que a consciência da morte impõe ao ser humano. Para evitar o medo da condição mortal, criamos um monte de artifícios ao longo da vida", diz Borelli.
Com "Omnibus", sua nova criação, o coreógrafo paulistano Fernando Lee leva para o palco do Sesi o seu conceito de "musical contemporâneo brasileiro". "Omnibus é um nome latino, que significa 'para todos'.
Interpretando situações e imagens que acontecem nos meios coletivos de transportes urbanos, procuro alcançar a sagração das manifestações populares, que conseguem fazer com que todos cantem, dancem e interpretem", diz Lee, que reúne atores, músicos e bailarinos no Omstrab, grupo por ele fundado em 1994.
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