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08/02/2001 - 06h21

Nelson Motta nega que irá dirigir festival

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PEDRO ALEXANDRE SANCHES, da Folha de S.Paulo

A Globo volta à carga. Mesmo com as abundantes críticas e a indiferença do público em relação ao Festival da Música Brasileira, a rede resolveu elaborar uma nova edição da competição para 2001. Mas o jornalista e produtor musical Nelson Motta, cotado para participar da organização, afirma que não aceitaria o cargo.

Ele não confirma o convite e diz: "No máximo posso aceitar uma consultoria sobre formato e sistemas de seleção. Não aceitaria dirigir uma nova edição".

"O que aconteceu até agora é que dei, a pedido de Marluce Dias da Silva, algumas sugestões. Disse a ela que considerava impossível que entre 24 mil músicas não se encontrassem pelo menos umas dez boas e, no mínimo, umas três ou quatro ótimas ou que se revelassem um ou dois grandes talentos de compositor ou intérprete. É o mínimo que se espera de um festival de sucesso."

Motta diz que não acompanhou de perto a edição 2000, mas fala sobre ela: "O pouco que ouvi, em termos de música, era muito pouco. Pelo que li e ouvi de comentários do mundo musical, faltou música no festival".

O coordenador da edição passada, Solano Ribeiro -também responsável pelos lendários festivais dos anos 60-, diz que até agora só houve reuniões preliminares e de avaliação do evento passado e admite que não deve participar do próximo.

"Não creio que vá estar na direção. Para mim, não foi um trabalho tranquilo, nem o festival esteve sob minha total responsabilidade", diz, citando a interferência do diretor global Roberto Talma.

Ribeiro nega que tenha brigado com Talma. "Não entramos em rota de colisão, mas em rota de divergência, o que acho bom. Um trabalho que sai sem nervos sai ruim." Talma não respondeu aos telefonemas da Folha até a conclusão desta edição.

Ribeiro adianta o que sabe: "Em 2001, o festival deve ser orientado mais para o mercado, ponto de vista com que não concordo". Ele faz críticas ao festival que ajudou a construir: "Não foi um fracasso, porque vendeu todas as cotas de patrocínio, mas do lado artístico não foi um festival de sucesso. Padeceu de produção musical um pouco mais cuidada".

"Teria maior alcance se tivesse produção e direção musical mais coerentes. A escolha de intérpretes foi incoerente, havia gente que não tinha condição de estar ali. A filha de Toninho Horta não poderia cantar ali. Cantou porque a produção aceitou a sugestão do artista sem maiores avaliações."

Continua: "Mesmo assim, acho que um primeiro passo foi dado. Os festivais dos anos 60 não deram resultados imediatos. O residual musical é positivo".

Segundo Ribeiro, a estrutura do festival já será mudada em relação a isso. "Vão criar um braço para a seleção dos participantes, outro para a direção televisiva e outro para a direção artística e musical."

A última é que estaria sob o comando de Nelson Motta. Ribeiro fala sobre o nome: "Ele tem tudo para fazer bem feito. É um nome voltado para o mercado, mas com dignidade, sem o horror dos bregas que dominam a TV".

E sobre o sumiço dos concorrentes do festival após seu término? "O problema é a continuidade. A própria Globo precisa criar espaços. Vai colocar na Xuxa, se quem vê é justamente quem vai achar aquilo chato e sem graça?"
 

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