Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/06/2000 - 02h48

SP quer criar estatal de cinema nacional que custaria R$ 5 mi por ano

Publicidade

DANIEL CASTRO
da Folha de S. Paulo

O projeto mais ousado do novo secretário da Cultura de São Paulo, Nilton Travesso, 65, começou a ser gestado há quase dois anos, numa reunião de artistas com o então prefeito Celso Pitta. No cargo desde segunda-feira, Travesso, ex-diretor de televisão, encampou a idéia de criar em São Paulo uma produtora e distribuidora pública de filmes nacionais, nos moldes da RioFilme.

Criada em 1992, a RioFilme é uma empresa mista, subvencionada pela Prefeitura do Rio. É responsável pela distribuição de mais de 80% dos filmes produzidos no país. Sem ela, até mesmo obras como "Central do Brasil" teriam dificuldade para chegar às telas das salas de exibição.

O projeto foi discutido nos últimos meses por uma comissão nomeada por Pitta em 99. A comissão foi coordenada pelo ator Sérgio Mamberti e chegou a sugerir à prefeitura, no início deste ano, a elaboração de um projeto de lei criando uma empresa mista.

Na última terça-feira, a comissão discutiu o assunto com Travesso e o prefeito interino, Regis de Oliveira, que teria ficado entusiasmado com a idéia. Diante da impossibilidade de criar uma empresa _que teria de ser aprovada pela Câmara Municipal_, o prefeito pediu a assessores que estudassem a viabilidade de a Anhembi Eventos e Turismo (empresa da prefeitura) vir a abrigar a SP Filmes, como o projeto foi informalmente batizado.

A estrutura empresarial seria ideal, porque, como a RioFilme, a SP Filmes teria receitas da comercialização de filmes.

O secretário Travesso ainda não sabe exatamente como o projeto será tocado e se terá recursos do orçamento municipal ou da Lei Mendonça (mecanismo pelo qual empresas do município patrocinam projetos culturais em troca de incentivos fiscais). Para Sérgio Mamberti, a SP Filmes consumiria pelo menos R$ 5 milhões por ano dos cofres municipais.

Estudo

A comissão que estuda a criação da SP Filmes voltará a se reunir na próxima terça-feira. Independentemente da criação da empresa, a comissão deverá, segundo o secretário, influir na produção cinematográfica e teatral incentivada pela Lei Mendonça.

A viabilidade da criação de uma produtora e distribuidora nacional, porém, é uma incógnita. Faltaria tempo, articulação política na Câmara, dinheiro e técnicos. É dúvida até para cineastas que participaram da reunião com Regis de Oliveira, como Ugo Giorgetti.

"Não estou bem certo disso. Uma distribuidora requer dinheiro e pessoal qualificado, pouco disponível no mercado. A RioFilme deu certo porque absorveu o pessoal que saiu da Embrafilme (empresa federal extinta em 1990)", afirma Giorgetti.

Para Mamberti, "é importante ter uma distribuidora de filmes em São Paulo", porque o cinema é "uma das áreas que dependem de investimentos públicos".

Clique aqui para ler mais de Ilustrada na Folha Online

Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página