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09/02/2001 - 04h14

Funk já é sucesso em Salvador e ameaça axé music no Carnaval

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LAURA MATTOS, da Folha de S.Paulo

Se, no ano passado, o pegajoso pop rock "Anna Júlia", do grupo Los Hermanos, foi um dos maiores sucessos do Carnaval, agora outro ritmo ameaça a hegemonia da axé music: o funk carioca.

Hits como "Planeta Dominado", "Cerol na Mão" e "Tapinha" já estão entre
as mais pedidas nas rádios de Salvador e começam a ser selecionadas para o repertórios dos trios elétricos.

DJ Marlboro, um dos principais empresários do funk carioca, que costuma lançar hits nos programas da Xuxa, diz que irá tocar durante três noites no Carnaval de Salvador no trio elétrico de Beto Jamaica, ex-vocalista do É o Tchan e forte empresário da axé music. "A mistura da batida do funk com a dança baiana será muito legal. Antes existia um boicote na Bahia contra o funk e ninguém tocava nossas músicas. Mas isso foi superado."

No próximo dia 19, Marlboro estréia um programa de funk em uma rádio de Salvador. Além disso, o funkeiro tem shows agendados com Banda Beijo e Olodum.

Marcus Guedes, gerente de marketing da Crowley Broadcast, empresa que monitora a execução de músicas em rádios das principais cidades brasileiras, aposta no funk para este Carnaval. "A música do "Cerol", do Bonde do Tigrão, é uma forte candidata a ser hit", diz. "O funk é um ritmo fácil de pegar no Carnaval porque é muito baseado em coreografias", afirma.

Guedes cita também o ritmo caribenho "La Bomba", do grupo Braga Boys, e o "Xote dos Milagres", dos forrozeiros do Falamansa, como prováveis candidatos a hits neste Carnaval.

Josy Santana Lima, programadora da Itapuã FM, e Denis Peres, da 104 FM, emissoras que estão entre as de maior audiência em Salvador, afirmam que "Planeta Dominado" e "Cerol na Mão" estão sendo bem executadas e podem virar hit no Carnaval.

É claro que a folia não poderá ser comparada aos bailes funks do Rio. Assim como aconteceu no ano passado com "Anna Júlia", os sucessos dos morros cariocas devem ganhar versões em axé.

"Com certeza iremos colocar ingredientes da música baiana no funk. Vamos jogar molho e tempero da Bahia", diz Windson Silva, presidente da Associação dos Produtores Musicais de Salvador.

Ele aproveitou para negar boatos de que a associação estava tentando impedir a execução de duas músicas no Carnaval da Bahia, a caribenha "La Bomba" e o pagode "Tapa na Cara", do grupo Pagodart. A polêmica começou porque alguns empresários diziam que as letras tinham mensagens de violência. Há quem diga ainda que as músicas seriam proibidas simplesmente por não serem axé.

"Isso não é verdade. Não temos preconceito contra nenhum ritmo. Tocaremos o que o povo quiser, como o funk, por exemplo, que já é um sucesso. O que todo mundo quer na Bahia é se divertir. Alguns artistas estão até trocando o refrão "Tapa na Cara" por "Beijo na Boca'", afirma Silva.
 

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