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11/06/2000
-
11h51
CELSO FIORAVANTE
da Folha de S. Paulo
Um dos destaques positivos da Mostra do Redescobrimento, em cartaz no parque Ibirapuera, é a reunião de cerca de 400 obras produzidas por pacientes de instituições psiquiátricas. É o módulo "Imagens do Inconsciente", no Pavilhão da Bienal.
Grande parte deste acervo provém do Museu das Imagens do Inconsciente e do Museu Nise da Silveira, ambos no Rio, mas a mostra contou ainda com várias obras do Museu Osório César, em Franco da Rocha (SP).
A mostra é de encher os olhos com sua infinidade de formas geométricas, cores fortes e imagens surreais e do cotidiano.
O grande destaque é uma ampla retrospectiva de Arthur Bispo do Rosario (1909-1989), cuja produção representou o Brasil na Bienal de Veneza de 1995.
Arthur Bispo do Rosario era um marinheiro sergipano que transferiu-se para o Rio e, em 1938, começou a ter visões. "22 dezembro 1938 meia noite acompanhado por 7 anjos em nuves especias forma esteira mim deixaram na casa nos fundo murrado rua são clemente 301 botafogo entre as ruas das palmeiras e matriz'', bordou em seu manto.
No ano seguinte, foi internado na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá (Rio), onde viveu mais de 50 anos em regime semi-aberto. Saía com frequência, mas sempre voltava para realizar seus trabalhos, confeccionados a partir de objetos de seu cotidiano, como colheres, garrafas, vassouras e tudo o que aparecesse.
Sua produção mais obsessiva, porém, eram os mantos e toalhas bordados, como o "Manto da Apresentação", com o qual pretendia se apresentar a Deus no Juízo Final. A mostra traz ainda peças como o divertido "Dicionário de Nomes - Letra A - I", em que elencou nomes, endereços e profissões de amigos, conhecidos ou pessoas que viu nos jornais.
Também se destacam na mostra as produções de Carlos Pertuis (1910-1977) e de Aurora Cursino dos Santos (1896-1959).
Pertuis produziu mais de 20 mil obras. Grande parte é de trabalhos figurativos a partir de imagens geométricas e figuras de deuses e demônios. De Aurora, restaram 186 obras. São cenas de rua ou de sua vida pessoal. Apesar de ter realizado várias mostras e ter tido sua obra reconhecida, foi lobotomizada em 1955.
Evento: Mostra do Redescobrimento
Onde: Pavilhão da Bienal, Pavilhão Manoel da Nóbrega e Oca. Entrada pelos portões 2, 3 e 10 do parque Ibirapuera (tel. 0/xx/11/ 573-6073)
Quando: de terça a sexta, das 14h às 22h, e sábados, domingos e feriados, das 9h às 22h. Até 7 de setembro
Quanto: de terça a sexta, R$ 7 por pavilhão (R$ 10 para os três pavilhões); sábados, domingos e feriados, R$ 10 e R$ 15 (os três pavilhões)
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Mostra do Redescobrimento reúne 400 obras do "inconsciente"
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da Folha de S. Paulo
Grande parte deste acervo provém do Museu das Imagens do Inconsciente e do Museu Nise da Silveira, ambos no Rio, mas a mostra contou ainda com várias obras do Museu Osório César, em Franco da Rocha (SP).
A mostra é de encher os olhos com sua infinidade de formas geométricas, cores fortes e imagens surreais e do cotidiano.
O grande destaque é uma ampla retrospectiva de Arthur Bispo do Rosario (1909-1989), cuja produção representou o Brasil na Bienal de Veneza de 1995.
Arthur Bispo do Rosario era um marinheiro sergipano que transferiu-se para o Rio e, em 1938, começou a ter visões. "22 dezembro 1938 meia noite acompanhado por 7 anjos em nuves especias forma esteira mim deixaram na casa nos fundo murrado rua são clemente 301 botafogo entre as ruas das palmeiras e matriz'', bordou em seu manto.
No ano seguinte, foi internado na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá (Rio), onde viveu mais de 50 anos em regime semi-aberto. Saía com frequência, mas sempre voltava para realizar seus trabalhos, confeccionados a partir de objetos de seu cotidiano, como colheres, garrafas, vassouras e tudo o que aparecesse.
Sua produção mais obsessiva, porém, eram os mantos e toalhas bordados, como o "Manto da Apresentação", com o qual pretendia se apresentar a Deus no Juízo Final. A mostra traz ainda peças como o divertido "Dicionário de Nomes - Letra A - I", em que elencou nomes, endereços e profissões de amigos, conhecidos ou pessoas que viu nos jornais.
Também se destacam na mostra as produções de Carlos Pertuis (1910-1977) e de Aurora Cursino dos Santos (1896-1959).
Pertuis produziu mais de 20 mil obras. Grande parte é de trabalhos figurativos a partir de imagens geométricas e figuras de deuses e demônios. De Aurora, restaram 186 obras. São cenas de rua ou de sua vida pessoal. Apesar de ter realizado várias mostras e ter tido sua obra reconhecida, foi lobotomizada em 1955.
Evento: Mostra do Redescobrimento
Onde: Pavilhão da Bienal, Pavilhão Manoel da Nóbrega e Oca. Entrada pelos portões 2, 3 e 10 do parque Ibirapuera (tel. 0/xx/11/ 573-6073)
Quando: de terça a sexta, das 14h às 22h, e sábados, domingos e feriados, das 9h às 22h. Até 7 de setembro
Quanto: de terça a sexta, R$ 7 por pavilhão (R$ 10 para os três pavilhões); sábados, domingos e feriados, R$ 10 e R$ 15 (os três pavilhões)
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