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15/02/2001 - 18h55

"No Limite" exige boas condições física e psicológica dos participantes

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ADRIANA RESENDE
da Folha Online

Até quando o corpo e a mente resistem às pressões e à vontade de desafiar as próprias habilidades? O tempo é uma incógnita nessas situações. Dependendo do esporte que é praticado, podem ser necessários um, dois, seis meses ou até mesmo um ou dois anos. Os fatores determinantes são o condicionamento físico e psicológico, a história de vida de cada um e o objetivo da preparação.

Novamente, os telespectadores brasileiros acompanham o jogo da superação que fez tanto sucesso na Rede Globo no ano passado. Quem vence essa nova competição? A vendedora ambulante Sonia, que diz viver "no limite", pois trabalha das 5h às 20h diariamente? O músico Dáda, 18, o mais novo do grupo? O açougueiro Danilo, adepto da pesca e do ciclismo?

Não dá para saber quem vencerá, mas especialistas afirmam que é impossível determinar quem tem mais capacidade de suportar os "perigos" de um esporte mais pesado, de uma situação de pânico, frio e fome e o aumento de adrenalina que tudo isso pode provocar.

Quem é acostumado a praticar exercícios melhora também os hábitos alimentares, aprende a controlar a ansiedade e tem disposição para trabalhar. Mas fatores como a idade, a pressão arterial, a condição cardiorrespiratória e a predisposição genética podem influenciar na maneira como a pessoa lida com essas dificuldades.

Nessa nova fase do programa, diferentemente da primeira -em que os competidores foram isolados numa praia-, há o perigo de estar no meio da mata: o medo de cobra, de animais selvagens e de andar por trilhas totalmente desconhecidas.

O limite no esporte

Atletas ou não, muitas pessoas conseguem, com um bom condicionamento físico e psicológico, manter o equilíbrio, não só corporal, como também na vida pessoal e profissional. Mas há pessoas que exageram: sem nenhum preparo, se aventuram a escalar montanhas, a participar de corridas de longa distância e até a fazer vários esportes ao mesmo tempo.

Cada modalidade esportiva exige técnicas diferentes, e o nível de profissionalização também conta. Assim, para fazer um curso técnico de mergulho, são necessárias algumas semanas. Vencer uma maratona, prova em que o atleta percorre 42 km, pode exigir até seis meses de treinamento. Para estar com um corpo perfeito e ser campeão, o fisiculturista pode levar até dois anos.

E não é só isso: os treinos físicos devem estar aliados à boa alimentação e ao acompanhamento médico e psicológico, para evitar risco de desnutrição, gasto excessivo de energia, problemas cardíacos e desequilíbrio emocional, levando-se em conta até a possibilidade de derrota.

As adversidades do ambiente também podem ser superadas, dependendo da experiência individual: um atleta que pratica trekking (caminhada em regiões íngremes) tem condições físicas diferentes das de um triatleta, que se exercita nadando, pedalando e correndo. Quem já é atleta também suporta melhor o frio e o calor, pois tem mais facilidade para transpirar e, portanto, queimar a energia do corpo.

Respeite o corpo

Se esses cuidados não forem tomados, o esportista corre o risco de não suportar a prova, e a frustração pode ser traumática. É comum acontecerem lesões, perda de oxigênio e até mesmo um infarto.

Por isso, as atividades devem ser adequadas a cada pessoa ou ao objetivo que ela quer alcançar. A prática de esportes por prazer exige menos do atleta do que a intenção de competir e ganhar uma prova.

Outra diferença está no tipo físico. Homens, em geral, são mais velozes, mais fortes e têm mais resistência a provas de longa duração. E, ainda assim, em tarefas do dia-a-dia também precisam de condicionamento. Se conseguir um emprego de estivador, por exemplo, no início vai carregar apenas um ou dois sacos da carga do navio sem que sinta dores no corpo. Depois de alguns anos, pode até mesmo, ter capacidade de fazer todo o carregamento sozinho.

Fontes: João Ricardo Kozac, presidente do Centro de Estudo e Pesquisa da Psicologia do Esporte e professor da Universidade Metodista Mackenzie; Antonio Carlos Simões, coordenador do Laboratório de Psicossologia de Esporte da USP (tel. 0/xx/11/3818-3120); Ricardo Munir Nahas, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte; José Luiz de França, professor de educação física (0/xx/11/3862-3540); Andréa Galante, diretora da Associação Paulista de Nutrição (0/xx/11/5051-8783); Mônica Beyruti, nutricionista; Claudia Del Vecchio, instrutora de mergulho (tel. 0/xx/11/9744-4991

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