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16/02/2001 - 04h28

Surrealismo não "pegou" no país

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DA SUCURSAL DO RIO

Se o cubismo foi uma vanguarda européia que teve acolhida no Brasil, o surrealismo, por outro lado, foi um movimento que não "pegou" no país.
Poucos artistas nacionais podem ser considerados surrealistas, como lembra a curadora Denise Mattar, responsável pelas obras latino-americanas da exposição.
Segundo ela, Flávio de Carvalho e Maria Martins são os únicos artistas que mais se aproximam dos princípios do movimento. Outros, como Ismael Nery e Cícero Dias, tiveram fases ou contornos surrealistas em suas carreiras.
"No Brasil, houve uma recusa ao surrealismo. O bloqueio partiu de Mário de Andrade e, por causa de sua liderança, foi assimilado por outros membros da Semana de 22", afirma Mattar.
Outro foco de resistência estava na pena de Mário Pedrosa, embora o crítico de arte tivesse ligações familiares com o francês Benjamin Péret, amigo de André Breton, fundador do movimento. "Péret era um ativista radical do grupo surrealista francês. Ele se mudou para o Brasil, onde se casou com a cantora lírica Elsie Houston, irmã da mulher de Mário Pedrosa", diz Mattar.
Entre as hipóteses para a ausência do movimento surrealista no país está o projeto de construção da identidade nacional, epicentro do modernismo brasileiro, que não se encaixava nos pressupostos surrealistas de desconstrução, de uma arte ligada ao instinto, ao inconsciente.
Denise Mattar afirma que o Brasil, curiosamente, é a exceção entre os países que estarão representados na mostra. Ela lembra a força que o surrealismo teve em outros países com artistas como Roberto Matta, Enrique Gómez-Correa (Chile), Frida Kahlo (México), Cesar Moro (Peru), Wilfredo Lam (Cuba), Xul Solar (Argentina) e Man Ray (EUA).
A curadora ressalta que nas Américas o movimento ganhou características próprias. "Breton não trouxe um surrealismo pronto, debaixo do braço."
 

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