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26/02/2001 - 04h10

César referenda candidato francês ao Oscar

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das agências internacionais

"Les Goûts des Autres", de Agnès Jaoui, venceu a 26ª edição do César, o equivalente para o cinema francês do Oscar hollywoodiano, realizado anteontem em Paris. Não por acaso, o filme que marca a estréia na direção de Jaoui, atriz e roteirista diversas vezes colaboradora de Alain Resnais, é o candidato da França à estatueta de melhor filme estrangeiro na competição norte-americana do próximo dia 25 de março.

O filme ganhou outros três prêmios: ator e atriz coadjuvantes e roteiro adaptado. Mas a melhor direção foi atribuída ao cineasta de origem alemã Dominik Moll, por "Harry, un Ami qui Vous Veut du Bien", vencedor em outras três categorias -ator, montagem e som.

"Les Goûts des Autres" é uma crônica de encontros involuntários, em que personagens de distintas classes sociais e posturas diante da vida passam a interagir a partir de um acaso. Assim, um empresário conhece uma atriz, que é amiga de uma garçonete, que encontra um guarda-costas, que é amigo de um motorista, que trabalha para uma decoradora, que é a mulher do empresário.

"Harry, un Ami Qui vous Veut du Bien" gira em torno da tentativa de uma família comum -ou quase (casal e três filhas)- de se divertir durante as férias, numa casa no campo que é verdadeira fonte de problemas.

A chegada de Harry, ex-colega de colégio do dono da casa, acompanhado de uma namorada pouco usual, dá o mote para o desenvolvimento da trama.

A vitória de Sergi Lopez como melhor ator, derrotando pesos-pesados como Charles Berling, reforça a tendência de alta dos intérpretes espanhóis.
Javier Bardem, como se sabe, concorre a melhor ator no Oscar deste ano.
Nervoso durante o agradecimento ao César, Lopez enviou mensagens em catalão à sua família e agradeceu a premiação, dizendo julgá-la "um pouco excessiva".

O toque de globalização do César, com o reconhecimento a colegas dos países vizinhos -os espanhóis levaram também o prêmio de melhor trilha sonora-, foi o máximo de diplomacia que a premiação, instituída em 1975, se permitiu. Mathieu Kassovitz ("O Ódio", "Assassinos"), que continua sendo o "enfant térrible" do cinema francês, até concorreu (a melhor diretor, por "Les Rivières Pourpres"), mas saiu de mãos abanando.

No mais, as indicações desconheceram produções que marcaram os maiores pontos nas bilheterias do país durante o ano.

Mas a comunidade cinematográfica da França se reuniu em clima de otimismo depois do anúncio feito durante a semana passada pelo presidente Jacques Chirac, em encontros internacionais, de novas ações de apoio à produção nacional. A França continua considerando o fortalecimento de sua produção audiovisual uma necessidade na luta contra-hegemônica.

O melhor filme estrangeiro, de acordo com o César, foi o chinês "Amor à Flor da Pele", de Wong Kar-wai. O César de honra, que reconhece o conjunto da carreira e no ano passado havia sido entregue a Martin Scorsese, foi dividido desta vez pela atriz de origem inglesa Charlotte Rampling, a documentarista francesa Agnès Varda e o ator e diretor Darry Cowl.

O cineasta Robert Enrico, muito popular na década de 70, falecido aos 69 anos de idade na madrugada da última sexta-feira, foi homenageado logo no início da solenidade, presidida pelo ator Daniel Auteil. Enrico foi o primeiro vencedor do César, com o filme "Le Vieux Fusil".
 

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